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quarta-feira, 2 de setembro de 2020

Pesquisa revela que 37% dos pacientes com mieloma múltiplo tem dificuldades para continuar o tratamento por conta da pandemia

Consultas remotas podem resolver muitos conflitos que afetam grande parte dos pacientes

 

Os obstáculos que pacientes com mieloma múltiplo enfrentam durante a pandemia foram evidenciados em uma pesquisa realizada na América Latina e conduzida no Brasil pela ABRALE (Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia), em parceria com a Amgen. O levantamento demonstrou que a dificuldade para falar com um médico profissional e a distância dos hospitais foram os maiores impasses que os indivíduos encontraram no novo normal que vivenciamos. [1]

Dentre as dificuldades identificadas, 37% dos entrevistados, isto é, um em cada três pacientes alegaram ter problemas com as instalações de tratamento devido a conflitos relacionados à pandemia, transporte e distância.

Foram entrevistados cerca de 300 pacientes no Canadá e América Latina com o objetivo de descobrir dados inéditos da doença a fim de fornecer uma visão geral da condição dos pacientes, inclusive, o impacto socioeconômico e o difícil acesso ao tratamento. ‘’Nesse momento tão delicado, é importante que os pacientes com mieloma múltiplo sejam ouvidos por profissionais da saúde que deem total assistência para tornar essa luta menos difícil e, é fundamental que os médicos orientem da melhor forma as medidas de precaução que devem ser tomadas para que não haja interrupção do tratamento’’ afirmou Merula Steagall, presidente da ABRALE.

O mieloma múltiplo é um tipo de câncer hematológico que tem início na medula óssea quando, no momento em que os linfócitos B estão se diferenciando, acontece um erro e eles se tornam plasmócitos anormais [2]. Pacientes em tratamento são considerados grupo de risco e devem manter o isolamento social durante a pandemia para diminuir as chances de contágio ao vírus COVID-19 [3].

A pesquisa aponta que a idade média dos entrevistados é de 58 anos, ou seja, esses pacientes fazem parte do grupo de risco por serem idosos e imunodeprimidos, por essas razões, a Organização Mundial da Saúde recomenda o distanciamento social, uso de máscaras e hábitos de higiene reforçados. Uma solução viável encontrada para diminuir as consequências dos impactos na vida do paciente seria o uso da telemedicina, assim, evitando conflitos de agendamento e problemas com o transporte.


A evolução do controle do mieloma

No Brasil, a doença é um grande desafio para os pacientes e profissionais de saúde, especialmente, pela dificuldade do diagnóstico precoce da doença. A doença pode ser assintomática ou ter sintomas agressivos como dores e fraturas ósseas, além do cansaço excessivo, que podem ser confundidos com outras patologias.

O mieloma múltiplo é um câncer que não tem cura, entretanto, a medicina e a ciência vêm trazendo perspectivas para o paciente viver com qualidade de vida e sem a progressão da doença. Quando a doença é descoberta nos estágios iniciais, com os atuais tratamentos, entre 50% e 60% das pessoas conseguem alcançar a remissão [3], ou seja, a doença fica indetectável nos exames, embora seja necessário controle com medicamentos.

Recentemente, a revista Lancet publicou um novo estudo demonstrando que uma nova combinação de tratamentos pode melhorar ainda mais essa curva - trazendo uma taxa quase 10 vezes maior para um paciente atingir a resposta residual mínima em um período de 12 meses, que significa o número de células cancerígenas detectáveis durante ou após o tratamento de determinada doença e que define as chances de um paciente alcançar a remissão da doença.

 

 

Referências:

[1] Multiple Myeloma Treatment Access Obstacles due to COVID-19 Pandemic and other Factors in LATAM and Canada survey results, 2020.
[2]Manual ABRALE Mieloma Múltiplo, pág 10. http://www.abrale.org.br/docs/manual-mieloma-multiplo.pdf
[3] http://www.abrale.org.br/revista-online/tratamento-do-mieloma-multiplo/


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