Campanha Setembro Verde conscientiza população sobre detecção precoce da doença
O câncer colorretal é um dos tumores
malignos mais recorrentes no Brasil. De acordo com o Instituto Nacional de
Câncer (Inca), ele é o segundo mais comum em mulheres e o terceiro em homens.
Além disso, a estimativa de novos casos para este ano ultrapassa a faixa dos 40
mil. Para conscientizar a população sobre os riscos dessa doença, a comunidade
oncológica realiza, desde 2016, a campanha Setembro Verde, que este ano traz
uma boa notícia, o exame preventivo agora deve ser realizado mais cedo.
Até pouco tempo atrás, o recomendado
era que a colonoscopia, procedimento responsável por identificar possíveis
alterações no intestino grosso e reto, começasse a ser feita somente após os 50
anos. No entanto, essa diretriz foi repensada e acabou sendo modificada pela
Sociedade Americana do Câncer em 2018. Agora, grande parte dos médicos já
orienta seus pacientes a realizar o exame preventivo a partir dos 45 anos.
“Os estudos mais recentes mostraram que
ao diminuir a faixa etária para a realização da colonoscopia, você consegue
aumentar expressivamente o número de diagnósticos precoces. Isso acaba
resultando em uma diminuição da taxa de mortalidade pela doença, já que as
chances de cura no estágio inicial são de 90%”, destaca Ricardo Cembranelli,
oncologista do Grupo Onco-Procto do Hospital Felício Rocho.
Ricardo também lembra que esse não é um
exame que precisa ser feito constantemente. Caso a primeira colonoscopia não
apresente nenhuma alteração, ela pode ser repetida com um espaço de até cinco
anos. Já as pessoas que possuem histórico familiar ou que tenham constatado a
formação de algum tipo de pólipo, devem buscar a orientação de um especialista
para analisar a situação e indicar a periodicidade do exame.
Alimentação
Outra forma de prevenir o câncer
colorretal é a adoção de hábitos saudáveis, como não fumar, praticar atividades
físicas e se alimentar bem. Segundo pesquisa realizada por cientistas do Centro
Médico Tel-Aviv, em Israel, a dieta mais adequada para quem quer diminuir as
chances de desenvolver esse tipo de tumor é a mediterrânea. Baseado no consumo
de alimentos frescos e naturais, esse cardápio é bastante rico em frutas,
verduras, sementes, oleaginosas, grãos, peixes e aves.
“A dieta mediterrânea pode ser uma boa
opção justamente porque conta com um baixo consumo de alimentos que podem causar
inflamação no trato gastrointestinal o que, a longo prazo, corre o risco de ser
cancerígeno. Por isso, orientamos as pessoas a não ingerirem mais do que 500g
carne vermelha por semana; a evitar ao máximo todos os tipos de bebidas
açucaradas, além de não comer alimentos processados, entre eles salsicha,
mortadela, presunto, bacon, blanquet de peru e salame”, explica Ricardo.
Sintomas e tratamentos
Assim como vários outros tipos de
tumores, o câncer colorretal também pode ser silencioso. Mas em alguns casos o
paciente apresenta sintomas, como sangue nas fezes, alteração do hábito
intestinal, dor ou desconforto abdominal, fraqueza e anemia, perda de peso sem
causa aparente, alteração na forma das fezes ou massa abdominal. Como esses
sinais também podem indicar outros problemas de saúde, é importante que a
pessoa procure um médico para realizar o diagnóstico e indicar o tratamento
mais adequado.
Ricardo conta que hoje existem várias
formas de tratar o câncer colorretal. Se a doença estiver em estágio inicial, geralmente
é realizada apenas uma cirurgia de remoção do tumor. Já nos casos mais
avançados pode ser indicada também sessões de radioterapia, quimioterapia ou
imunoterapia. No entanto, O médico destaca que o melhor remédio de todos ainda
é a prevenção “Não existe segredo para se ter uma boa saúde, tudo passa por
manter hábitos saudáveis e consultar regularmente o seu médico”, conclui.
Grupo Onco-Procto do Hospital Felício Rocho
Nenhum comentário:
Postar um comentário