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segunda-feira, 28 de setembro de 2020

Diferença de 0,1% entre Selic e inflação exige novos desafios ao investidor

Conheça quatro tipos de investimentos para se proteger da inflação


Com uma inflação projetada de 1,99% para 2020, segundo dados do Relatório Focus de 21/09/2020, seu valor está cada vez mais próximo da taxa Selic, que está em sua nova mínima histórica, de 2%. Para o fundador do buscador de investimentos Yubb (www.yubb.com.br), Bernardo Pascowitch, este cenário traz mais desafios e gera uma pressão ao investidor, que precisa selecionar investimentos certos para não perder seu poder de compra.

“Ter um rendimento abaixo da inflação é, literalmente, perder dinheiro. É fazer com que o seu dinheiro não renda o mínimo para compensar o aumento dos preços na economia. Em outras palavras, se o valor investido render menos do que a inflação, a mesma quantia não comprará no futuro o que pode comprar hoje”, explica Pascowitch.

Pensando neste cenário, o Yubb selecionou quatro tipos de investimentos para o investidor se proteger da inflação:

O primeiro é a renda fixa, especificamente em investimentos indexados ao IPCA ou ao IGP-M, como CDBs e títulos do Tesouro Direto. “O investimento em renda fixa atrelado a esses índices traz uma grande segurança porque estará sempre acima da inflação, desde que o componente prefixado do investimento seja positivo. De todas as opções, é a alternativa mais segura para se proteger da inflação e a melhor para superar o IPCA”, aponta Pascowitch.

Bernardo detalha que é importante se atentar aos investimentos de renda fixa, principalmente para a administração da reserva de emergência. “A reserva de emergência, que deve estar em investimentos de renda fixa e com liquidez diária, precisa ser repensada. Ela deve render, no mínimo, 105% do CDI. Se tiver menos que isso, pode haver perda de dinheiro para a inflação”, pontua. “É importante se atentar aos fundos de investimento também. Neste momento de rentabilidade baixa, qualquer opção com uma quantidade significativa de taxas administrativas compromete ainda mais o rendimento”.

Investir em ações de empresas de setores específicos também pode ser uma boa alternativa. Em segundo lugar, Bernardo aponta as organizações do setor elétrico, beneficiadas por terem contratos reajustados pelo IGP-M ao invés do IPCA. “É importante explicar a diferença entre IPCA e IGP-M. O IPCA é a inflação oficial do governo brasileiro, medida pelo IBGE, já o IGP-M é a inflação apurada pela FGV e utilizada principalmente em contratos de aluguéis, contratos bancários, tarifas de energia e de telefonia. Como o IGP-M é um índice fortemente afetado pela variação do dólar, seu valor disparou em 2020”, pontua. “No caso das empresas do setor elétrico, suas receitas serão reajustadas pelo IGP-M e, consequentemente, as suas ações poderão valorizar e acompanhar esse aumento”.

Em terceiro lugar, ficam as empresas exportadoras. “Por exportarem commodities, na maioria das vezes, e como as commodities são negociadas em dólar, então os produtos exportados acompanham a valorização da moeda. Muitas exportadoras tiveram uma grande performance em 2020 em razão da alta do dólar contra o real, fazendo com que seus produtos se valorizem no mercado internacional”, completa Bernardo. 

Por fim, em quarto lugar estão BDRs, ações estrangeiras e outros investimentos dolarizados. “Como o próprio nome diz, são investimentos que vão acompanhar a valorização do dólar, desde que não haja proteção cambial. Consequentemente, o investidor poderá se proteger da alta do IGP-M e/ou dos efeitos do dólar sobre o IGP-M”, conclui.

 

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