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receio da Covid-19, muitas pessoas deixaram de lado suas consultas rotineiras;
especialista aponta telemedicina como maior aliada da saúde nesse momento
Passados mais de 100 dias
da divulgação do primeiro caso confirmado da Covid-19 no Brasil, o número de
infectados já passa de 700 mil. Para ajudar a controlar a disseminação da
doença, muitas cidades implementaram o isolamento social. Com medo de se
exporem ao vírus, algumas pessoas deixaram de ir às consultas agendadas e de
realizar exames e milhares de pessoas interromperam o acompanhamento médico e o
tratamento de doenças crônicas.
Para facilitar o
acesso ao atendimento médico durante o isolamento, o Ministério da Saúde liberou
em março o uso da telemedicina em todo o país, em caráter de exceção, enquanto
durar a pandemia. A Dra. Mariana Oliveira Zacharias, médica de família e
comunidade que atua em uma clínica de Atenção Primária à Saúde pertencente à
Qualirede, conta que o teleatendimento tem sido o maior aliado no
acompanhamento aos beneficiários que possuem doenças crônicas. "Pelo
monitoramento habitual que realizamos na clínica, percebemos que muitas pessoas
estavam com medo de sair de casa para continuar o acompanhamento do diabetes e
da hipertensão, por exemplo. A partir dos esforços da equipe multidisciplinar,
conseguimos implementar o teleatendimento na rotina de cuidados dessas pessoas,
antes pouco adeptas às consultas não presenciais, e restabelecer a continuidade
do cuidado", revela.
A especialista
ressalta que, em um primeiro contato, é possível sentir um certo receio, mas
que a adaptação tem sido fácil e a satisfação alta. Mariana conta também que a
liberação das prescrições à distância facilitou e ajudou ainda mais a evitar a
exposição ao vírus, mas lembra que haverá casos nos quais a consulta presencial
ou a realização de um exame será indispensável. Nesses casos, a integralidade
assistencial da atenção primária também pode ajudar. "Apesar do momento em
que vivemos e a necessidade de mais precauções, não podemos nos descuidar dos
tratamentos e doenças previamente existentes, por isso contamos com uma equipe
multidisciplinar, preparada para orientar e tranquilizar ao máximo aqueles que
precisam sair de casa nesse período para cuidar da saúde".
Importante lembrar que
doentes crônicos fazem parte do grupo de risco da Covid-19 e a falta de
acompanhamento dessas enfermidades pré-existentes pode debilitar o organismo e
deixá-lo mais suscetível a um quadro grave, caso infectado com o coronavírus.
"Por isso a telemedicina tem desempenhado um papel essencial na manutenção
da saúde das pessoas, diminuindo a exposição do paciente e dos profissionais ao
vírus, sem negligenciar queixas e sintomas que podem aparecer nesse período",
finaliza Mariana.
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