Segundo especialista do Centro de Coluna e Dor, do Hospital Leforte
Liberdade,a falta de movimentação e noites mal dormidas são os principais fatores
Após quase três meses do início do
isolamento social, considerado o melhor meio de prevenção contra o coronavírus,
a rotina de movimento e as boas horas de sono precisam ser mantidas para que o
corpo não sinta outros efeitos da pandemia.
“A quarentena nos obrigou a mudar
nosso ritmo. Passamos o tempo todo em casa e a tendência é de nos movimentarmos
pouco. Essa falta de mobilidade é sentida por nosso corpo e o aviso vem em
forma de dor, seja de cabeça, na coluna ou em outras regiões”, explica o
neurocirurgião Vinícius Guirado, coordenador do Centro de Coluna e Dor do Grupo
Leforte.
De acordo com o especialista, a melhor
forma para evitar que essas dores pontuais se tornem crônicas é adotar uma
postura proativa e procurar movimentar-se durante o dia, mesmo dentro de casa.
“Quem está fazendo home
office, por exemplo, pode parar a cada hora para se alongar ou
fazer outro tipo de exercício”, diz.
Também é preciso manter uma boa
higiene do sono durante a quarentena. “Além do corpo parado, o uso excessivo de
smartphones ou computador, a má alimentação e a falta de uma rotina afetam o
funcionamento do nosso cérebro. O resultado são noites mal dormidas e mais
dores no dia seguinte, já que nosso corpo não teve tempo de se reequilibrar.”
Se as dores persistirem mesmo com a
adoção desses hábitos ou com a prática de exercícios físicos, é preciso ajuda
especializada. “A dor crônica só é tratada de forma efetiva por meio de
atendimento especializado, para que a medicação e outros tratamentos sejam
prescritos de forma adequada. O acompanhamento feito por uma equipe
multidisciplinar oferece uma abordagem integral, que devolve o bem-estar ao
paciente”, afirma Guirado.
O médico ainda faz um alerta para os
perigos da automedicação durante esse período. “Com o isolamento, as rotinas de
cuidados médicos ambulatoriais foram interrompidas para os pacientes com
doenças crônicas. Isso pode interferir em tratamentos anteriormente prescritos.
Portanto, é necessário ficar alerta para evitar equívocos, e um deles é a
automedicação. Se as dores se modificaram ou não responderem aos medicamentos
já utilizados, o paciente deve procurar um atendimento médico, que hoje já pode
ser feito por telemedicina. A prática da automedicação pode trazer danos ao
organismo, agravar o verdadeiro problema e levar a uma epidemia de dor crônica
ao final da quarentena”, completa.
Centro de Coluna e Dor do Grupo
Leforte.
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