Consequências
geram danos à saúde a curto e longo prazos
Especialista alerta sobre os danos
à saúde a curto e longo prazos,
devido ao home office improvisado
Crédito: Pixabay |
A pandemia do novo Coronavírus e a consequente
necessidade de isolamento social mudaram a forma de trabalho de boa parte dos
brasileiros. De um dia para outro, o escritório foi para dentro de casa e a
mesa da sala de jantar se transformou em mesa de escritório.
No consultório do ortopedista do Hospital Marcelino
Champagnat, Antônio Krieger, as queixas de um em cada 10 pacientes são
relacionadas a dores na coluna provocadas pelo home office e
pelas mudanças nos hábitos. Segundo o médico, móveis e equipamentos
inadequados, a jornada aumentada de trabalho (atividades com os filhos, limpeza
e tarefas de casa) e o sedentarismo estão aumentando a incidência de dores
lombares e cervicais e, a longo prazo, podem gerar problemas ainda maiores,
como tendinite, bursite, desgaste da cartilagem das articulações e artrose
precoce na coluna, ombros, joelhos e cotovelos.
Segundo ele, a altura da tela de notebooks força a
inclinação do pescoço, causando dores na cervical. Se usados no sofá ou cama,
provocam ainda a má postura. Banquetas ou cadeiras mais altas não permitem o
apoio dos pés no chão, deixando para a coluna toda a tarefa de sustentação do
corpo. Se não houver um encosto apropriado, o esforço é maior ainda. Além
disso, com toda a família passando mais tempo em casa, as tarefas domésticas
aumentaram, sobrecarregando a carga horária de atividades e o corpo.
Somado a tudo isso vem o sedentarismo. A atividade
física regular em academia foi temporariamente suspensa e a necessidade de
locomoção na rotina de trabalho reduzida. “Além de prejudicar a musculatura da
coluna e todo o corpo, o sedentarismo causa diversos danos à saúde em curto
espaço de tempo”, revela Krieger. Um artigo científico, publicado no Journal of
The American Medical Association (JAMA), avaliou as alterações
metabólicas em homens que reduziram a quantidade de passos diários que antes
era de 6 mil a 10 mil para até 1,5 mil. Em apenas três semanas, houve perda de
massa muscular, aumento de gordura visceral, diminuição da sensibilidade à
insulina e piora do metabolismo lipídico pós-prandial (após as refeições).
Dicas para fazer em casa
Enquanto a rotina não volta ao normal, alguns
cuidados básicos podem ajudar. É importante providenciar uma cadeira que
permita apoiar os pés no chão ou providenciar um apoio que pode ser feito até
mesmo com um banquinho ou caixa. O ideal é manter um ângulo de 90º com as
pernas. Um apoio para o notebook para que a tela fique na altura dos olhos
evitará a inclinação do pescoço.
Intervalos periódicos de hora em hora, para
levantar e se alongar, ajudam a relaxar a coluna e oxigenar a musculatura.
Alternar as atividades de casa também exige menos do corpo. “Se precisa passar
roupa, faça por meia hora e depois varra um cômodo da casa ou prepare o almoço.
Nunca fique tempo demais na mesma atividade e postura”, aconselha o
ortopedista.
Ficar em casa não pode ser desculpa para o
sedentarismo. "É possível contratar aulas e orientações virtuais de
educadores físicos e fisioterapeutas para ensinar exercícios seguros, que podem
ser feitos com recursos que temos em casa. Vale reforçar ainda que exercícios
abdominais ajudam na estabilização da coluna lombar. Precisamos gastar tempo
para cuidar da saúde e o exercício físico fortalece a musculatura e previne
lesões”, alerta Krieger.
Hospital Marcelino Champagnat
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