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sexta-feira, 5 de junho de 2020

Está lançado o desafio: aproveite este momento desafiador para o mundo para repensar seu consumo


Neste 05 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente, que tal olhar dentro de casa, reavaliar o que é realmente necessário e se desafiar a não usar mais plástico?

Desde o início da pandemia do coronavírus, que obrigou milhões de pessoas a permanecerem em casa para o isolamento social, a internet está cheia de memes sobre comer muito, engordar, fazer muitas compras para saciar a vontade de sair ou de dar aquela voltinha no shopping.

Toda essa situação nos causa muito estresse, a ponto de nos sentirmos impotentes e descontrolados e, portanto, é natural querer encontrar uma maneira de aliviar todas essas emoções reprimidas. Mas, se pararmos para pensar de verdade no assunto, isso é realmente necessário? Afinal, qual o objetivo de toda essa necessidade de comprar (roupas, sapatos, fast food, entre outros)? Em vez disso, meditar, respirar, se manter consciente e empatizar são atitudes gratuitas que podem ajudar a nos manter conscientes para não agir de forma impulsiva.

A ideia de morte ou doença faz com que as pessoas se perguntem o que realmente importa. Esse tipo de situação nos obriga a dar um passo inevitável para trás e olhar nossas vidas, avaliar hábitos e dependências e, finalmente, perguntar: que tipo de legado nós, como seres humanos, queremos deixar para o mundo? 

Já são 46 anos desde a primeira comemoração do Dia Mundial do Meio Ambiente e confesso que me pergunto quantos mais celebraremos antes que qualquer mudança real seja realizada. É um pensamento deprimente que dificulta manter uma perspectiva positiva, mas é exatamente isso que precisamos fazer. Muitos de nós querem fazer algo sobre poluição com plástico, mas não possuem o conhecimento e as ferramentas para fazer parte ativa da solução. Desistimos antes mesmo de tentar, convencidos de que é muito complicado.

Mas a situação é oposta! Por isso, quero encorajar as pessoas a avaliarem honestamente a quantidade de lixo pela qual são responsáveis e, com esta mesma honestidade, estabelecer objetivos concretos para diminuir este impacto negativo.

Preste atenção em tudo que está entrando na sua casa e determine quanto disso você realmente precisa. Às vezes, não é muito difícil reduzir, mas você deve sempre tentar começar com algo e, a partir daí, expandir seu processo.

A ideia inicial para ter em mente é não deixar o lixo entrar em sua casa ou chegar o mais perto possível desse objetivo. A melhor maneira é estabelecer metas que pareçam factíveis para você e sua família. Talvez você queira definir uma meta de reduzir os alimentos processados que entram em sua casa. Talvez você queira aprender a fazer sua própria pasta de dente ou talvez queira começar comprando uma que não tenha plástico.

Uma das coisas mais poderosas para mim foi aprender a dizer ‘não’ quando me ofereciam produtos que continham plástico. Pode ser ou não tão simples assim, mas o fundamental é começar e aprender como fazer funcionar para você e sua família.

Qualquer tipo de mudança é sempre difícil e desafiadora, mas, quando a mudança é orgânica e é realizada lentamente, ela tem mais chances de se enraizar e se tornar um elemento permanente em nossas vidas. E desafios são interessantes e importante na vida, não é mesmo? Afinal, quem não gosta de um pequeno desafio?

No entanto, pela minha experiência, acho importante antes de começar efetivamente a fazer mudanças, procurar fatos e ferramentas corretas para conseguir o melhor resultado em impactar menos, para não acabar substituindo um impacto com outro.

Isso é algo que, quando você começa a investigar, é uma ladeira muito escorregadia. Se, por exemplo, você não cria lixo em sua própria casa, mas come três vezes ao dia em restaurantes, não está realmente criando lixo? Se você faz seu próprio sabonete e xampu, mas come carne todos os dias, qual é o tamanho do seu impacto no carbono? Você compra roupas de segunda mão ou prefere lojas de moda rápida?

Para mim, é tudo uma questão de simplificar e equilibrar os desejos e necessidades da minha família. Acho muito fácil encontrar onde ajustar, afinal, há tantas coisas que podem ser mudadas e, ao fazê-lo, posso experimentar esse incrível sentimento de realização à medida em que avanço.

Então, te faço aqui um convite: que tal aproveitar esse período de isolamento social para fazer esse desafio para você mesmo, sua casa e para sua família?

Para te ajudar nesse processo, indico a seguir as substituições que você pode fazer para entrar no movimento de uma casa sem plástico, do item mais fácil ao mais difícil, divididos pelos cômodos mais impactados, para facilitar ainda mais:


Na cozinha:

1) Use sacola de compras de pano em vez de descartável; 

2) Guardanapos de pano em vez de papel; 

3) Esponjas de sisal ou algodão; 

4) Toalhas de pano em vez de toalhas de papel; 

5) Filtro de café reutilizável ou saquinhos de chá reutilizáveis; 

6) Frascos de vidro e caixas de metal para armazenamento de alimentos; 

7) Panos encerados para guardar alimentos na geladeira ao invés de filme de plástico; 

8) Faça ou compre seus próprios sacos a granel em vez de usar os de plástico da loja; 

9) Filtro de água de argila, em vez de comprar água em plástico; 

10) Uso de composteira.


No banheiro:

1) Escovas de dentes de bambu; 

2) Barbeador não descartável; 

3) Creme de barbear feito em casa; 

4) Óleo natural em vez de creme para o rosto; 

5) Desodorante natural; 

6) Água termal em vez de tônica facial; 

7) Shampoo e condicionador sólidos; 

8) Limpador de orelhas de bambu em vez de cotonetes de plástico ou papel; 

9) Discos de algodão reutilizáveis em vez de bolas de algodão; 

10) Creme dental natural (este foi realmente difícil para minha família).


Na rua:

1) Use garrafa de água reutilizável; 

2) Compre a granel e, sempre que possível, nos mercados de agricultores locais; 

3) Leve sua própria xícara de café; 

4) Faça e leve seu almoço com você; 

5) Viva com menos.


Quando as respostas são simplificadas dessa forma e as alternativas ao plástico estão prontamente disponíveis, faz sentido que mais e mais pessoas escolham usar a melhor alternativa.

Esta foi a principal razão pela qual eu queria abrir o Mapeei - Uma Vida Sem Plástico. Eu sabia em primeira mão o quão difícil e desafiadora é a vida com menos plástico. Meu objetivo é combinar o conhecimento coletivo de todos na Mapeei com as ferramentas para ajudar as pessoas a alcançarem suas metas de zero desperdício, sejam elas quais forem. Mas o mais maravilhoso da loja é o sentimento de comunidade. Eu amo como nossos clientes são tão amigáveis entre si, dando conselhos, respondendo perguntas e compartilhando ideias.

Além disso, sinto que há uma demanda por alternativas sem plástico e vejo como as compras de pequenos produtores e artistas locais afetam diretamente a economia doméstica de meus fornecedores. Essa procura também prolongou a vida de tantos produtos maravilhosos, como vassouras e escovas naturais que, de outra forma, seriam esquecidas com o passar do tempo.

E então, você topa o desafio de abolir o plástico da sua vida?





Lori Vargas - americana, nascida e criada em Nova York e formada em Merchandising de Moda pelo The Fashion Institute of Technology de NY. Desde que se mudou para o Brasil, dedica-se à arte de criar seus filhos e todos os aspectos relacionados à alimentação. Ela é uma chef de cozinha Whole Foods que defende o consumo responsável e a redução do desperdício de alimentos em casa e no dia a dia das pessoas. É co-fundadora da Mapeei - Uma Vida Sem Plástico. Atualmente mora em São Paulo com o marido e seus dois filhos.




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