O neurofilósofo e
especialista em estudos da mente humana Fabiano de Abreu aponta em seus estudos
como somos afetados e modificados pelas atitudes e posicionamentos das pessoas
ao nosso redor e a importância de não tirar conclusões precipitadas sobre as
outras pessoas que podem não corresponder aos fatos.
Reciprocidade talvez seja
a chave para compreender não apenas o outro, mas a nós mesmos em relação à
sociedade que nos cerca. Muitos não sabem o que fazer quando o outro muda, de
repente fica frio, age diferente, se distancia, mesmo que aparentemente não
tenha acontecido nada que implicasse nessa atitude, levando-nos a repensar cada
passo em busca de entender algo que muitas vezes não tem explicação.
O neurofilósofo Fabiano de
Abreu se dedica a estudar o comportamento e a mente humana, enveredando também
pelos campos da neuropsicologia e da neurociência. Para o estudioso, há uma
explicação para uma mudança repentina que tem tudo a ver com a auto percepção
refletida no outro: “Nós somos o resultado das nossas interações e das escolhas
que fazemos e, o modo como acreditamos que alguém nos vê, molda a forma como
interagimos com ele. Se por alguma razão, mesmo que, muitas vezes, seja fruto
apenas da nossa imaginação, acreditarmos em nosso íntimo, que alguém mudou o
seu comportamento em relação a nós, nós quase que, automaticamente, mudamos a
nossa postura com esse alguém também. muitas vezes, achamos mais fácil alterar
a forma como tratamos ou nos posicionamos frente à situação que nos causa
incômodo, do que esclarecer uma pequena confusão.”
Mal entendidos na
interpretação do outro
Segundo Abreu, muitas
vezes uma sequência de mal entendidos que são gerados nas relações
interpessoais resultam em um vazio por consequência das nossas próprias
interpretações: “esta postura nos leva a tomar ações sem uma real
fundamentação, frutos de achismos, e julgamentos, que nascem das nossas sombras
negligenciadas e que acabam por minar as nossas relações. Quando acreditamos que
alguém está agindo estranho conosco, a nossa base de confiança sofre uma
alteração, e quanto mais alimentamos esses pensamentos, mais difícil se torna
sair dessa confusão interior.”
Como um conselho prático
para evitar que a situação se torne mais complicada entre as partes envolvidas,
o neurocientista aponta que a solução está no diálogo: “Nunca devemos terminar
um dia, uma semana ou um ciclo da nossa vida sem que tudo seja esclarecido,
para que não fiquem assuntos pendentes que possam causar sérias magoas no
futuro. Somos seres humanos, mutáveis e se desejamos que os outros nos
compreendam, devemos também nos colocar dispostos a entender as mudanças que
ocorrem, vez ou outra, neles.”
Compreensão é a chave
Abreu também ressalta a
volatilidade do comportamento humano e ressalta que o bom senso e se pôr no
lugar do outro é fundamental para entender os que estão ao nosso redor: “O
nosso humor e estado de espírito não é constante e temos que ter consciência
que o nosso comportamento pode influenciar os outros. Devemos sempre que
possível tentar separar o fato, da nossa interpretação do fato. O nosso estado
interno não é responsabilidade do outro, pelo contrário, é de nosso extrema
responsabilidade. E o outro deve se responsabilizar apenas pela sua própria
vida, e não, pelo modo como a gente se sente em relação a vida do outro.”
Para Abreu, abraçar como
condição humana o direito a mudar é parte crucial deste processo: “Devemos
permitir que as pessoas sejam o que elas desejam ser. E parar de exigir que elas
se comportem de determinada maneira simplesmente para nos fazer feliz. É um
cuidado que devemos ter para não engrandecer e arrastar situações
desnecessárias. O outro não está estranho, mas simplesmente não estará sempre
disposto a agir da forma como você quer que ele haja.Compreenda e o aceite como
ele é, para que ele se sinta bem ao seu lado, mesmo nos momentos onde ele não
se sente bem nem com ele mesmo.”
Fabiano de Abreu- membro da Mensa, associação de pessoas mais
inteligentes do mundo. Como escritor possui 9 livros. No meio acadêmico, além
de jornalista é bacharelado em Neurociência pela Emil Brunner World University,
nos EUA. Pós universitário em Neurociência na Universidade de Harvard, nos EUA,
Psicanalista e Neuropsicanalista pela Sociedade Brasileira de Psicanálise
Clínica e SBPC, mestre em Psicanálise, especialização em psicopedagogia,
neurociência em cognição e comportamento humano, todos pelo Instituto Gaio da
Unesco, especialização em neuroplasticidade na Brain Academy de Bruxelas, Pós
em neuropsicologia na Cognos em Portugal, pós em Nutrição Clínica, Riscos
Psicossociais pela Traininghouse em Portugal, Idealismo filosófico e visões do
mundo - Universidade Autônoma de Madrid, Introdução à Filosofia da Passagens
Escola de Filosofia, História de La Ética pela Universidad Carlos III de
Madrid, MBA em Psicologia Positiva - Autorrealização, Propósito e Sentido de
Vida - PUC RS, Registro Intel Reseller Tecnology - Especialista em tecnologia;
IP:10381444, Registro FENAJ: 0035228/RJ, Registro Jornalista Internacional IFJ:
BR16791, Membro Mensa número: 1625BR.
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