O
carnaval acende alerta para doenças sexualmente transmissíveis –DST’s. Algumas
delas podem interferir em planos futuros, como uma gravidez.
Se perguntarem sobre
quais doenças sexualmente transmissíveis – DST’s você deve estar atento no Carnaval,
a resposta é: todas! No entanto, algumas interferem nos planos futuros, como
uma gravidez, por exemplo, e merecem muita atenção. Algumas infecções causam
até infertilidade ou podem ser transmitidas ao filho, por
exemplo.
O
descuido em apenas uma vez pode mudar o futuro de quem contraiu uma DST.
“Ninguém deseja contrair uma DST, mas elas são, muitas vezes, negligenciadas”,
comenta a especialista em Reprodução Assistida, Cláudia Navarro. “Se uma pessoa
deseja ter saúde e uma gravidez saudável no futuro, ela precisa se prevenir”,
alerta a especialista.
Abaixo,
Cláudia enumera quatro DST’s muito comuns que estão ligadas a problemas no
sistema reprodutivo.
São
doenças causadas por bactéria e que, geralmente, não apresentam sintomas. Elas
agem provocando inflamações e sequelas que comprometem o funcionamento dos órgãos reprodutivos
femininos. O tratamento é feito com antibióticos. Porém, mesmo
depois de controlada a infecção, as sequelas podem levar à infertilidade.
Nos
casos mais avançados de clamídia, por exemplo, pode ser necessária a retirada
das trompas, e a únicas opções para engravidar podem ser os métodos de
reprodução assistida, como a fertilização in vitro. De acordo com a
Organização Mundial de Saúde (OMS), a clamídia e a gonorreia são responsáveis
por cerca de 25% dos casos de infertilidade.
2. HPV
A
infecção pelo Papiloma Vírus Humano - HPV pode acarretar verrugas na pele e na
genitália. O HPV pode evoluir para câncer de colo de útero e esse é o principal
problema ligado à infertilidade. “Em casos já avançados do câncer, pode ser
necessário retirar o útero”, diz Cláudia Navarro.
A
boa notícia é que, para o HPV, a principal prevenção é a vacina, que deve ser
utilizada por homens e mulheres e apresenta eficácia mesmo para quem já teve
contato com o vírus.
3. HIV
Existem
37,9 milhões de pessoas vivendo com HIV no mundo, de acordo com o Programa Conjunto das Nações
Unidas sobre HIV/AIDS (Unaids). “Ela é uma das mais
preocupantes DST’s e que traz consequências terríveis ao portador”, avalia
Cláudia Navarro.
Segundo
a especialista, estudos avançados mostram diversas possibilidades para evitar a
transmissão da doença ao filho numa gestação. “Entretanto, recomenda-se recorrer,
preferencialmente, às técnicas de reprodução assistida”, comenta.
Se
a mulher for a portadora do vírus, a carga viral interfere nas chances da
transmissão para o bebê. Se verificada baixa probabilidade da transmissão, e
ela for a única infectada, pode-se utilizar da Inseminação intrauterina - IIU.
No caso dos dois serem portadores, ou se for o homem o portador, a Fertilização
In Vitro é o procedimento mais indicado.
4.
Sífilis
A
sífilis é uma
infecção que pode se apresentar em formade feridas genitais indolores. Ela pode
ser transmitida diretamente para o bebê. Nesse caso, pode trazer complicações à
gestante, como: parto prematuro, aborto espontâneo, má-formação do feto,
natimorto, entre outros.
“A
sífilis pode ser tratada com antibióticos. Mas é bom lembrar que uma pessoa pode ter
sífilis e não saber. Por isso, seguindo a mesma orientação para evitar todas as
outras DST’s, o uso de preservativo é sempre indicado”, comenta Cláudia
Navarro.
Cláudia
Navarro - especialista em reprodução assistida. Graduada em medicina pela UFMG
em 1988, Cláudia titulou-se mestre e doutora em medicina (obstetrícia e
ginecologia) pela instituição federal. Atua na área de ginecologia e
obstetrícia, com ênfase em reprodução humana, trabalhando principalmente os
seguintes temas: infertilidade, reprodução assistida, endocrinologia
ginecológica, doação e congelamento de gametas.
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