Quem vai prestar um vestibular concorrido tem que
ter um bom preparo. E para ter melhor rendimento, a receita é simples: a
sistematização dos estudos. Não adianta estudar de 3 a 4 horas seguidas a mesma
matéria, como é hábito dos jovens. Dessa forma, ele se esgota e não vê todo o conteúdo.
No vestibular, todas as disciplinas são importantes. Se for tentar Engenharia,
por exemplo, não adianta estudar só Matemática e Física. Se reprovar em Química
e Biologia, não vai entrar na faculdade. É melhor saber um pouco de tudo que
nada de alguma coisa.
Assim, a ordem é clara: estudar sistematicamente as
mesmas disciplinas, na mesma ordem das aulas do dia. Ou seja, se teve 50
minutos de aula de história, vai estudar os mesmos 50 minutos de história no
contraturno. Quando o despertador tocar, pula para a próxima matéria, mesmo que
não tenha terminado todos os exercícios. No fim de semana, complementa os
estudos com as disciplinas de maior dificuldade e uma boa leitura, para se
preparar para a redação.
O computador, o telefone, o rádio, a música são
ferramentas que mais atrapalham do que ajudam nos estudos. Se um vestibulando
está estudando e escutando música, mesmo que não esteja prestando atenção na
letra da música, o subconsciente está processando. Quando a música parar, ele
vai fugir do que estava vendo, vai perder a concentração. Quem tem um bom
material didático, não precisa de tantatecnologia. Só vai perder tempo. Porque
com o computador ligado, ninguém vai deixar de ver o aviso da rede social. Não
vai focar no estudo. Não consegue se concentrar.
Mas depois que terminar o estudo, não tem problema
nenhum. Pode jogar, pode conversar, pode escutar música, pode (e deve) ler um
jornal, uma revista, assistir ao noticiário. Não devemos esquecer que
conhecimentos gerais são avaliados – principalmente nas provas de redação e
história. Mas ninguém precisa estudar 24 horas por dia. E ninguém precisa saber
tudo para passar no vestibular. Não é essa a ideia.
Dormir de sete a oito horas por noite é outra
recomendação importante. Não adianta passar a madrugada estudando. Não vai
passar no vestibular. Chega em maio, junho, esse aluno já está esgotado. Não
produz mais. Ele tem que saber dosar os estudos durante o ano inteiro, para
chegar no vestibular inteiro, firme. Porque dormiu bem, descansou, levantou
disposto. Senão vai estudar a madrugada inteira e, no outro dia, vai dormir na
aula. Não adianta. Tem que ser um estudo metódico, equilibrado. Para isso, o
esporte, a atividade física é essencial. É o que vai dar forças para o jovem
suportar a carga diária de estudos e as cinco horas de prova no vestibular.
São esses os conselhos que costumo dar para os
cinco mil alunos que entram, todos os anos, no Curso Positivo, e nas palestras
que ministro pelo interior. Para os que me perguntam se isso dá certo, respondo
com um exemplo: no vestibular de medicina, o mais concorrido, em Curitiba, 70%
das vagas são ocupadas por alunos do Curso Positivo. Acho que dá.
Renato Ribas Vaz - professor
aposentado da Universidade Federal do Paraná e sócio-fundador do Grupo
Positivo.
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