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segunda-feira, 3 de junho de 2019

SINAIS E SINTOMAS DE INFERTILIDADE EM MULHERES


 Cerca de 15% dos casais irão apresentar infertilidade e muitos só saberão que têm um problema quando tentarem conceber


A infertilidade afeta homens e mulheres. De acordo com pesquisas, cerca de um terço dos problemas com infertilidade vem das mulheres, e outro terço dos homens. O terço final pode ser devido a uma combinação de ambos ou causas desconhecidas.

“Não consigo engravidar é a primeira frase que o ginecologista ouve da paciente que deseja ser mãe e não consegue. Já neste primeiro contato, é possível observar alguns sinais na aparência física do casal que ajudem na confirmação do diagnóstico: idade; obesidade; excesso de pelos na mulher (pode indicar Síndrome dos Ovários Policísticos – SOP), por exemplo”, afirma o especialista em Medicina Reprodutiva Arnaldo Cambiaghi, diretor do Centro de Reprodução Humana do IPGO.
Nas mulheres, existem alguns sinais que podem indicar um risco que de apresente infertilidade. Entre eles, estão:


Dor durante o sexo
Dor durante o sexo, ou dispareunia, pode ser um sinal de um problema de saúde subjacente que pode influenciar a fertilidade da mulher. Exemplos de tais problemas de saúde incluem infecções, endometriose e miomas.


Menstruações intensas, longas e dolorosas

Algumas mulheres experimentam alguns dias de fluxo leve, enquanto outras têm regularmente períodos intensos e cólicas dolorosas. Fluxo aumentado pode ser sinal de miomas ou adenomiose, patologias que podem estar associadas à infertilidade. Cólicas intensas podem ser sinal de endometriose, uma condição na qual tecidos normalmente encontrados no útero estão presentes em outras partes do corpo. E vale lembrar que a endometriose é um fator de risco importante para infertilidade.


Outros sintomas da endometriose incluem:

    = dor pélvica crônica (não só durante a menstruação)
    = dor durante o sexo
    = dor nas costas
    = problemas intestinais ou dor ao evacuar


Sangue menstrual escasso

Fluxo muito discreto pode ser sinal de alguma alteração do endométrio, como sinéquias, cicatrizes no útero que impedem o endométrio de crescer e prejudicam a implantação em casos de tratamentos.


Ciclo menstrual irregular

A duração de um ciclo menstrual varia de mulher para mulher, e também ao longo do tempo. No entanto, muitas têm um ciclo regular, o que significa que o tempo entre cada período é aproximadamente o mesmo. Quando a mulher está ovulando regularmente costuma ter ciclos frequentes. “Logo, ter um ciclo irregular, incluindo períodos faltantes, pode significar que a mulher não esteja ovulando regularmente. Isso pode ocorrer por muitas causas, como a síndrome dos ovários policísticos (SOP), obesidade, baixo peso e problemas de tireoide”, comenta Cambiaghi.


Alterações hormonais

Sinais de alterações hormonais podem ser inespecíficos, e uma pessoa pode não notá-los ou conhecer a causa subjacente. O médico pode fazer alguns testes relativos a problemas hormonais.

Flutuações nos níveis hormonais podem causar:

    = ganho de peso inexplicável
    = acne severa
    = pés e mãos frios
    = redução ou perda do desejo sexual
    = secreção mamilar
    = pelos faciais (hirsutismo)
    = cabelos ralos no topo da cabeça


Condições médicas subjacentes

 

Outros fatores que podem afetar a fertilidade em mulheres incluem:

   =  danos às trompas de falópio ou ovários
   =  menopausa prematura
   =  SOP
   =  endometriose
   =  câncer ou tratamentos de câncer


Obesidade

Um estudo de 2018 descobriu que a obesidade pode afetar negativamente a saúde reprodutiva. Mulheres obesas têm uma menor probabilidade de conceber e correm maior risco de ter problemas durante a gravidez do que aquelas sem problemas de peso.


Não engravidar

O principal sinal de infertilidade é não conseguir engravidar depois de tentar por um determinado período de tempo. Normalmente, definimos um casal como infértil se uma mulher não engravidar após um ano de tentativas. Se ela tiver mais de 35 anos, pode ser considerada infértil se não engravidar após seis meses de tentativas”, afirma o médico.


Outros fatores de risco para infertilidade

Outros fatores de risco também podem contribuir para a infertilidade tanto em homens quanto em mulheres:

    =  idade
    =  fumar tabaco ou maconha
    =  beber álcool
    =  história de infecções sexualmente transmissíveis
    =  estresse
    =  dieta pobre


Quando procurar pelo médico

Qualquer um que tenha sinais de infertilidade e que tenha tentado conceber por mais de um ano (ou 6 meses, se tiver mais de 35 anos de idade) deve falar com um médico para um diagnóstico completo. Às vezes, pode haver maneiras simples de fazer ajustes no estilo de vida para melhorar a fertilidade, enquanto outras causas subjacentes podem exigir tratamento. Mesmo após um diagnóstico de infertilidade, ainda pode haver maneiras simples de conceber. Converse com seu médico para saber qual o melhor tratamento.

“A conduta médica deve se basear na idade da mulher, no tempo de infertilidade, na ansiedade, na expectativa do casal e na disponibilidade econômica. Se uma mulher é extremamente jovem e está tentando engravidar há pouco tempo (um ano, por exemplo), pode-se tanto aguardar como realizar tratamentos simples e conservadores, como a indução da ovulação (ou relação sexual programada, coito programa- do, “namoro” programado). Para esses casais, a introdução de terapias naturais ou complementares e algumas mudanças de hábitos podem trazer benefícios. Mulheres com mais idade merecem tratamentos com maiores chances de êxito, pois, com o passar dos anos, as chances de gravidez diminuem gradativamente.  É importante deixar claro que a infertilidade sem causa aparente é bastante comum em casais que não conseguem ter filhos”, finaliza o especialista.





Fonte: Arnaldo Schizzi Cambiaghi é diretor do Centro de Reprodução Humana do IPGO - ginecologista-obstetra especialista em medicina reprodutiva. Membro-titular do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, da Sociedade Brasileira de Cirurgia Laparoscópica, da European Society of Human Reproductive Medicine. Formado pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa casa de São Paulo e pós-graduado pela AAGL, Illinois, EUA em Advance Laparoscopic Surgery. Também é autor de diversos livros.  

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