O diagnóstico é realizado pela constatação dos sintomas, avaliação ortopédica e exame radiográfico específico das articulações
A
crescente evolução da Medicina Veterinária vem abrindo espaço em diversos
segmentos e diversas especialidades médicas existentes. Uma das patologias em
ascensão é a ortopedia de pequenos animais, que hoje tem amplo acesso a
diagnóstico e tratamentos inovadores, e de última geração, proporcionando
melhor qualidade de vida aos pets.
De
acordo com o médico veterinário e professor de técnica cirúrgica e patologia
cirúrgica de pequenos animais da Universidade UNIVERITAS/UNG, Renato Dalcin
Segala, os problemas ortopédicos podem acontecer em pequenos animais, desde o
nascimento até o fim da vida. "Uma doença que rotineiramente diagnostica é
a Displasia Coxofemoral (DCF), enfermidade ortopédica de caráter hereditário,
podendo raras vezes ser considerada adquirida, e que acomete em cães de pequeno
e grande porte e gatos. Os cães de raças grande e gigante (Rottweiler, Pastor
Alemão, Labrador, Golden Retriever, Cane Corso, Bernese, Fila Brasileiro, entre
outras), são os mais afetados", explica.
Displasia
Coxofemoral:
É
caracterizada por uma incongruência e consequente instabilidade da articulação
coxofemoral (articulação entre o osso fêmur e o quadril), que resulta em
sintomatologia clínica, que pode variar de claudicação leve a impotência
funcional dos membros pélvicos. Sintomas de dor e desconforto ao se levantar e
transpor obstáculos são característicos da doença, e os sinais clínicos podem
aparecer nas primeiras semanas ou meses de vida. A sintomatologia clínica do
pet jovem é justificada pela frouxidão e instabilidade da articulação,
resultando em quadro de dor e inflamação na superfície articular; já no adulto
o quadro degenerativo e de osteoartrose que normalmente se desenvolve nessas
articulações são os grandes responsáveis por esses sintomas. Alguns fatores
como rápido crescimento e desenvolvimento, ganho de peso excessivo, perda de
massa muscular, exercícios intensos quando filhotes e presença de piso liso no
ambiente onde ficam são considerados predisponentes para uma evolução gradativa
da doença.
Diagnóstico:
O
exame radiográfico permite classificar a Displasia Coxofemoral em cinco
categorias, de acordo com a mensuração do ângulo de Norberg, podendo ser
caracterizada como: normal, próximo ao normal, grau de displasia leve,
displasia moderada e displasia severa. O grau da doença pode evoluir,
principalmente durante o desenvolvimento do paciente. Cães com grau de
displasia moderado ou severo não estão aptos à reprodução. O diagnóstico
precoce e o acompanhamento radiográfico da articulação acometida são
fundamentais para a decisão do tratamento e tentativa de controlar a evolução
da doença.
Tratamento:
Pode
ser conservativo, com administração de analgésicos, anti-inflamatórios,
tratamento específico, redução de peso, e substituição do piso onde o pet
habita. Também deve restringir exercícios que sobrecarreguem as articulações
coxofemorais, como transpor obstáculos, carregar peso, subir escadas, puxar
pessoas em bicicletas e/ou skates. Ainda fazem parte do tratamento conservativo
à realização do tratamento fisioterápico e acupuntura, que colaboram muito para
a analgesia e ganho de massa muscular. O tratamento conservativo costuma
reduzir grande parte da sintomatologia clínica dos pacientes, permitindo melhor
qualidade de vida e condição clínica próxima do normal.
"Um
dos fatores muito discutido nas consultas é como evitar a permanência desses
pacientes no piso liso, pois muitos tutores se deparam com situações onde não
possuem espaço com piso rústico em suas residências. Uma saída para esse
desafio é colocar tapes ou "passadeiras" de borracha no espaço onde o
pet permanece a maior parte do tempo ou recobrir o espaço com placas de
"EVA", assim não necessitando trocar o piso liso por um rústico, ou
trocar de residência como muitos optam em fazer", finaliza o
professor.
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