Segundo médica especialista da Sociedade Brasileira de
Patologia, biópsia no períneo oferece menos riscos de infecção e complicações
O
câncer de próstata é o mais frequente entre homens em todas as regiões do
Brasil, tendo sido estimados 68.220 novos casos em 2018, segundo dados do Instituto
Nacional do Câncer (INCA).
Embora
a taxa de mortalidade para esse tipo de doença seja relativamente baixa, o
rastreamento e a detecção precoce são importantes. Os exames mais utilizados na
detecção de tumores na próstata são os níveis no soro de PSA, Antígeno
Prostático Específico, e o toque retal. Exames de imagem, como a ressonância
magnética também podem ser utilizados. No entanto, para o diagnóstico
definitivo, é necessária a biópsia, podendo ser feita por meio do reto ou do
períneo, que apresenta maiores vantagens para o paciente.
Muito
comum na Europa, a biópsia transperineal, região compreendida entre o saco
escrotal e o ânus, tem como diferencial a forma de acesso as diversas regiões
da próstata.
“Algumas
regiões são pouco acessíveis à biópsia transretal, como a porção anterior da
próstata; nesses casos a punção transperineal tem maior facilidade em
representá-la”, segundo a Drª Katia Ramos Moreira Leite, médica patologista,
vice-presidente da Sociedade Brasileira de Patologia (SBP).
Além
disso, a maior vantagem da biópsia transperineal seria os menores índices de
infecção. “Apesar da prevenção da infecção com o uso de antibióticos quando
realizada a biópsia transretal, seus índices têm aumentado, principalmente por
resistência bacteriana aos antibióticos, devido ao uso indiscriminado dos
mesmos”, afirma a médica patologista.
Inovações
no diagnóstico
No
âmbito tecnológico, a biópsia transretal e a transperineal se equivalem.
Atualmente, a ressonância magnética multiparamétrica é o que há de mais novo
para esse tipo de diagnóstico. Utilizada caso persista a suspeita de câncer e a
primeira biópsia se mostre negativa, ela aponta com maior precisão a região
suspeita permitindo uma biópsia dirigida.
“Os
estudos mostram que 1/4 dos pacientes poderiam não sofrer a biópsia nos casos
onde a ressonância magnética se mostre normal. Mesmo que persista a suspeita de
câncer, por exemplo, por níveis aumentados do PSA, o exame de ressonância
normal está associado a ausência de câncer ou a tumores clinicamente
insignificantes, que não alteram a qualidade de vida ou a longevidade do
paciente. Mas, se a ressonância se mostrar alterada, a biópsia dirigida para
essa área suspeita tem maior chance de fazer o diagnóstico”, explica Moreira
Leite.
“Mais
sofisticado, mais caro e menos acessível”, complementa a médica patologista, “o
equipamento de medicina nuclear com o uso de um marcador, o PSMA, utiliza um
elemento radioativo, seguro e sem reações adversas, como marcador específico da
célula cancerígena e é outra importante inovação no diagnóstico do câncer de
próstata”, complementa.
Nenhum comentário:
Postar um comentário