Especialista conta como aumentar a igualdade de
gênero em altos cargos e porque isso pode ajudar a empresa
De acordo
com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o número
de mulheres no cargo de liderança caiu 2% (de 40% para 38%) nos últimos quatro
anos. Além disso, em 2017, uma pesquisa do Fórum Econômico Mundial revelou que
as mulheres levarão 217 anos para alcançarem a mesma renda dos homens.
Atualmente, segundo o relatório, a diferença de renda entre os sexos chega a
58%.
Por outro
lado, no começo deste ano, uma pesquisa realizada pela consultoria financeira
McKinsey, "Delivering Through Diversity" ("Entregando
[resultados] por meio da diversidade", em tradução livre) apontou que
empresas que possuem mais diversidade nos postos de liderança têm um rendimento
21% acima da média. Segundo Leila Arruda, coach de alta performance da
LeaderArt International, isso acontece por conta da versatilidade da mulher
que, em geral, possui algumas características excepcionais.
“As
mulheres são conhecidas pela habilidade de fazer várias coisas ao mesmo tempo,
e também terem mais tato para lidar com pessoas. Claro, não é uma regra, visto
que cada pessoa possui as próprias características, mas ter diversidade no
escritório pode trazer outros pontos de vista e formas de trabalhar, o que faz
com que soluções mais completas e eficazes apareçam”, explica Leila.
A
especialista aponta que, justamente por sempre serem diminuídas, as mulheres
buscam melhorar e se superar, para conquistar algo que o homem tem com mais
facilidade, como reconhecimento, por exemplo. Isso as faz mais dedicadas e
competentes, trazendo um benefício maior para os negócios.
Leila
também afirma que, geralmente, mulheres possuem uma visão estratégica mais
ampla, visando mais detalhes que passariam despercebidos por outros. A
sensibilidade e educação feminina transmitem mais confiança e tato com os
funcionários e colegas de trabalho.
“Muitas vezes,
mulheres também trazem organização, conhecimento de cronograma e pensamento
rápido de casa. Elas costumam ser cobradas de terem essas características como
filhas, irmãs, mães, esposas ou simplesmente mulheres independentes na
sociedade. Culturalmente, elas são formadas líderes desde jovens”, conta
Arruda.
Por isso,
apesar das dificuldades de crescimento mercado de trabalho, as mulheres têm se
provado de grande valia para empresas. Não à toa, grandes companhias buscam
paridade de gênero nos cargos mais altos. A Petrobrás, por exemplo, pretende
aumentar em 40% a participação das mulheres em posições de liderança até 2025.
A Dow,
empresa de produtos químicos, plásticos e agropecuários, também buscou aumentar
a participação de líderes do sexo feminino, pois, de acordo com a companhia,
“para contratar os melhores talentos, não pode deixar a diversidade de lado”. A
meta, criada há 10 anos, era ter 30% de mulheres nos cargos mais altos na
América Latina, mas a empresa foi além e alcançou 60%.
Para chegar
a esses números expressivos, Leila sugere que:
●
Faça mais contratações: Uma empresa com mais mulheres terá,
consequentemente, mais delas em posição de liderança.
● Dar
mais oportunidades: Mesmo tendo uma equiparação de gênero na equipe, de nada
adianta se as mulheres não ganharem as mesmas oportunidades de crescimento e
autonomia que os homens.
● Implantar
uma política de igualdade: As mulheres devem possuir as mesmas oportunidades,
obrigações e salário que os homens do mesmo cargo. Além disso, é importante
ouvir a opinião das colegas do sexo feminino e procurar não as interromper ou
corrigi-las sem necessidade.
●
Ações de conscientização: Escritórios são compostos por pessoas.
Mesmo se as políticas da empresa forem a favor da igualdade de gênero, se os
funcionários continuarem com pensamentos engessados, o ambiente continuará
sendo tóxico para as mulheres. Importante enfatizar campanhas contra o assédio,
que, infelizmente, possui grande incidência no ambiente de trabalho.
Leila Arruda - Coach de alta performance e
licenciada da LeaderArt International (Canadá) para o Brasil na cidade de São
Paulo, Head Trainer e Facilitadora do International Leader Coach Certification.
Coautora do livro “Coaching a hora da virada“ e palestrante sobre diversos
temas na área de inteligência emocional, motivação e perfil comportamental. Graduada em
administração de Empresas, é formada também em Coach Life & Executive pela
Sociedade Latino Americana de Coaching, Leader Coach e Manager Coach pela
LeaderArt International, possui certificação internacional em PDC Professional
DISC em PAC Professional Access e certificação em PNL – Postura
Neurolinguística.
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