O
câncer infantil é um assunto difícil de lidar e discutir, porém a
conscientização é fundamental para o combate da doença. Assim como em países
desenvolvidos, o câncer já representa a primeira causa de morte por doença
entre crianças e adolescentes de 1 a 19 anos no Brasil. Atualmente, 8% das
mortes de jovens nessa faixa etária em nosso país são atribuídas ao câncer
infantil. Além disso, estima-se que, até o final de 2018, serão 12.500 novos
casos em solo nacional. É uma realidade dura e triste, sem sombras de dúvidas.
É
com isso em mente que, desde 2008, é observado em novembro o Dia Nacional de
Combate ao Câncer Infantil. De acordo com o Ministério da Saúde, a data foi
instituída com cinco objetivos: estimular ações educativas e preventivas
relacionadas ao transtorno; promover debates e outros eventos sobre as
políticas públicas de atenção integral às crianças com câncer; apoiar as
atividades organizadas e desenvolvidas pela sociedade civil em prol das
crianças que sofrem deste mal; difundir avanços técnico-científicos na área; e,
talvez o ponto mais importante de todos, apoiar as crianças e adolescentes
doentes e seus familiares.
Por
enquanto, os esforços não têm sido em vão e os números trazem esperança. Hoje,
cerca de 80% das crianças e adolescentes com câncer tem grandes chances de
cura, se diagnosticados de maneira precoce e tratados em centros
especializados. Além disso, a grande maioria deles terá uma boa qualidade de
vida após o tratamento. Sendo assim, é importantíssimo se manter ligado nos
principais sintomas que podem aparecer antecipadamente, por exemplo:
·
Febre
baixa, sem causa aparente e com duração de mais de 8 dias;
·
Hematomas
e sangramentos, principalmente pelo nariz ou gengivas;
·
Dores
pelo corpo, especialmente as que façam com que a criança não queira se
movimentar;
·
Ínguas
maiores que 3 cm, não justificadas pela presença de infecção, mesmo que
indolores;
·
Vômito
e dor de cabeça por mais de duas semanas, principalmente após acordar;
·
Alteração
da marcha ou da visão;
·
Aumento
do abdômen, com ou sem dor;
·
Prisão
de ventre ou diarreia sem motivos aparentes;
·
Aumento
do volume nos olhos;
·
Brilho
branco em um ou nos dois olhos quando a criança sai em fotografias com flash;
·
Sinais
de puberdade precoce, como aparecimento de pelos pubianos ou aumento dos órgãos
genitais antes da puberdade;
·
Aumento
da cabeça, especialmente em bebês com menos de 18 meses;
·
Sangue
na urina.
Se
seu filho apresenta um ou mais destes sintomas, busque ajuda médica o quanto
antes. O diagnóstico precoce é fundamental para converter a situação. O câncer
infantil é um monstro que pode ser vencido, sim. E, juntos, podemos vencer esta
batalha.
Carlos Alberto Reis Freire - oncologista clínico do HSANP, centro
hospitalar da Zona Norte de São Paulo (SP).
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