Hábitos de consumo anterior à crise não devem ser
retomados após recuperação
O cenário econômico ainda tem impactado fortemente
a vida dos brasileiros. Em março, 72% das 1.200 pessoas ouvidas pela pesquisa
Pulso Brasil afirmaram conhecer alguém que perdeu o emprego no último ano. O
dado representa alta de 14 pontos porcentuais em relação a 2016, quando essa
fatia representava 58% dos entrevistados. O número daqueles que conhecem
pessoas que perderam o emprego e ainda não conseguiram recolocação também
subiu, passando de 21% para 31%. A pesquisa foi encomendada pelo Departamento
de Pesquisas Econômicas (Depecon), da Federação das Indústrias do Estado de São
Paulo (Fiesp) e Ciesp junto ao Instituto Ipsos Public Affairs.
“Essa mudança de hábito de consumo das famílias é natural, apesar de ser ruim para a demanda. É um comportamento visto principalmente por quem passou por dificuldades. O consumidor está arredio a voltar a hábitos anteriores. É uma sociedade que está atemorizada quanto à ocupação”, analisa Paulo Francini, diretor do Depecon.
Entre os que estão sem emprego, por demissão ou saída voluntária, aumentou o número dos que têm procurado outra fonte de renda (24% para 35%). Destaque também para o recuo de pessoas sem emprego que conseguiram reduzir seus hábitos de consumo (27% para 9%).
Sobre a situação atual de emprego, 57% dos entrevistados declararam permanecer no emprego em que estavam no ano passado. Por outro lado, 12% da população permanece sem emprego e 5% foram demitidos no último ano e não conseguiram recolocação.
No grupo dos sem emprego estão também 1% das pessoas que pediram demissão e não conseguiram recolocação. Os que optaram por “outras condições” de emprego somaram 20% dos entrevistados.
Expectativa
Quanto ao futuro, 38% dos brasileiros acreditam que a situação do emprego em 2017 continuará ruim e 37% sustentam esperança de melhora.
Em caso de recuperação da economia ainda este ano,
a pesquisa aponta uma retomada bastante lenta e gradual do consumo, com 25% dos
brasileiros afirmando que não pretendem voltar aos hábitos de consumo que
tinham antes da crise, 22% retomando apenas alguns hábitos e 21% retomando os
antigos padrões de forma gradual.
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