O
bullying é uma ação cada dia mais comum no meio escolar, porém, o que a grande
maioria não se dá conta, é que ela pode ter consequências graves em todas as
instâncias da vida da pessoa. Recentemente, a Netflix lançou uma série que
trata sobre o tema: 13 reasons why. A grande discussão entorno da série é a
pratica do bullying no meio escolar, os danos que ele pode causar e o papel da
sociedade e escola no combate e conscientização do ato.
Hanna
Beker é uma adolescente recém-chegada em uma pequena escola no interior, que
sofre as mais variadas ações e agressões por parte dos novos colegas. Sem a
ajuda e acompanhamento adequado, ela toma uma decisão extrema: o suicídio. Para
alguns, pode até parecer exagero, mas o fato é que esses casos vem se tornando
mais e mais comuns entre crianças e adolescentes. Na série em questão, a escola
nega conhecimento dos casos de bullying e essa é uma consequência grave. Mas
afinal, qual o papel da escola nesse caso? Como nós educadores podemos prevenir
e conscientizar pais e alunos sobre tal ação?
Nosso
papel é entender esse conceito e lutar para o combate de sua progressão no meio
escolar. Como
mestre e pesquisadora da Educação, é possível compreender que a escola precisa
trabalhar e se desenvolver para que a tomada de consciência aconteça de modo
geral, desde a equipe pedagógica, o administrativo até os discentes. Devemos
sim estar sempre atentos para detectar o processo e trabalhar em prol dos
alunos vitimizados pelo bullying.
Fechar os olhos para o que
acontece em nosso dia a dia é um erro, devemos prestar atenção e ao menor sinal
de bullying, tomar as devidas providências. Só essa mobilização pode diminuir
tal sofrimento. Cabe ao núcleo escolar deixar esses alunos amparados e mais à
vontade no meio. Da mesma maneira, a prevenção e
tratamento devem ser multidisciplinar e incluir vários profissionais. É de
extrema importância a intervenção na família e na escola, com planos que possam
melhorar a vida daquela criança ou adolescente. Na grande maioria das vezes,
como no caso de Hanna na série, sabemos que esses jovens não terão atendimento
adequado, e, em alguns casos, nem o reconhecimento da situação.
Diante disso, a principal forma de
lutar para evitar o bullying, é investir em prevenção e estimular a discussão
aberta com todos os atores da cena escolar, incluindo pais e alunos. Orientar
os pais para que possam ajudar, pois os mesmos devem estar sempre alertas para
o problema, seja o filho vítima ou agressor, ambos precisam de ajuda e apoio
psicológico. Em muitos casos é esquecida a prática de cuidar do agressor, este
também pede socorro.
O
bullying é um problema sério, que pode levar a graves consequências e precisa
ser extinto. Em meio a era digital e a tantas mudanças sociais e culturais,
nós, como pais e educadores devemos estar ainda mais atentos para o que está
acontecendo. E a reversão desses casos só será possível com o apoio da escola,
pais e próprios alunos.
Ana Regina Caminha Braga (anaregina_braga@hotmail.com) - escritora, psicopedagoga
e especialista em educação especial e em gestão escolar.
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