8 de março - Dia Internacional da
Mulher
Hospital Alemão Oswaldo Cruz alerta
para cuidado em todas as fases da vida da mulher
Especialista
explica precauções indispensáveis em cada etapa
Da infância à maturidade, as mulheres precisam permanecer atentas a uma série
de cuidados. Em cada etapa, mudanças físicas e hormonais ampliam a necessidade
de medidas específicas e, por isso, conhecer o próprio corpo, buscar
orientações profissionais, realizar consultas com o ginecologista e exames
periódicos tornam-se precauções fundamentais para a manutenção da saúde e da
qualidade de vida feminina, desde a primeira menstruação até a menopausa.
Dedicado ao
cuidado da saúde feminina e composto por um grupo multidisciplinar de
especialistas, o Instituto da Mulher do Hospital Alemão Oswaldo Cruz oferece
acompanhamento integral da saúde feminina e realiza desde consultas e exames de
rotina até procedimentos mais complexos.
Mocidade
Na infância e
adolescência, algumas das grandes preocupações estão relacionadas à atividade
sexual precoce. “No período após a menarca, chamada a primeira menstruação, que
em geral ocorre entre 11 e 12 anos, além de esclarecer dúvidas relacionadas às
mudanças pelas quais a jovem está passando, a orientação quanto ao ato sexual é
indispensável. Neste momento, devemos falar sobre métodos contraceptivos e, da
mesma forma, sobre a prevenção de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs)”,
explica o Ginecologista Dr. Edmund Baracat, Coordenador do Instituto da Mulher
do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
A imunização
contra o HPV (papilomavírus humano), por exemplo, deve ser realizada em idade
precoce, antes do início das atividades sexuais. De acordo com Dr. Baracat, o
HPV é um importante agente carcinogênico e está ligado às lesões precursoras do
câncer do colo do útero. Então, esta é uma medida preventiva obrigatória para
as meninas que estão evoluindo para o estágio reprodutivo.
Algo que também
deve ser investigado é a existência de ovários policísticos. Grande causa de
infertilidade, esta síndrome provoca alterações menstruais, aumento na produção
de androgênio e, com isso, o aumento nos pelos corporais, acne e ganho de peso.
“Além de problemas cosméticos, que são suficientes para traumatizar a jovem,
esta síndrome associa- se a alterações metabólicas que podem, posteriormente,
causar o surgimento da síndrome metabólica, diabetes, entre outras. Assim, além
de uma série de alterações endócrinas com as quais as jovens podem sofrer aos
17 ou 18 anos podem provocar, também, sérias alterações clínicas quando elas
estiverem com 30 ou mais anos de idade”, explica o especialista.
Plenitude
reprodutiva
No período
reprodutivo, que vai do final da adolescência ao início da transição
menopausal, há uma série medidas de saúde que também devem ser incorporadas.
Além de precauções quanto às DSTs, das orientações sobre planejamento familiar
e dos primeiros exames para rastreamento de câncer de colo uterino, há que se manter
a atenção para alterações que podem sinalizar a presença de doenças.
“A endometriose,
por exemplo, é uma doença de fundo hormonal e que compromete o sistema genital
feminino. Tem um quadro clínico de dor forte e progressiva durante a
menstruação. Muitas vezes, a doença associa-se à infertilidade e, infelizmente,
não há qualquer tipo de prevenção. Mas, assim como ocorre com outras doenças, o
diagnóstico precoce pode ajudar no tratamento”, afirma Dr. Baracat.
Além de ser um
sintoma da endometriose, a dor durante a menstruação, quando ocorre por volta
dos 30 ou 35 anos, pode sinalizar a presença de tumores reprodutivos benignos,
como um mioma no útero. Daí a importância também da citologia oncológica (Teste
Papanicolaou ou Citologia Líquida), como parte de uma estratégia de
rastreamento e prevenção do câncer de colo uterino.
Maturidade
Depois dos 40
anos, a mulher pode começar a apresentar deficiência na produção de estrogênio
e de progesterona. Nesta fase de transição, em que podem ocorrer alterações menstruais
e ondas de calor, alem de manter as ações de rastreamento para câncer do colo
do útero, importante iniciar um trabalho de detecção precoce do câncer de mama.
“Neste momento,
recomenda-se que as visitas ao ginecologista que, até então, ocorriam uma vez
ao ano, sejam realizadas, pelo menos, uma vez por semestre. Mamografias e
rastreamento de doenças como mioma no útero também precisam ser realizadas
periodicamente. Depois dos 50 anos, pode ser necessário também o acompanhamento
de doenças benignas relacionadas a complicações no pós-parto normal e que,
geralmente, surgem nesta faixa etária, como a chamada ‘bexiga caída’, a ruptura
de períneo e o prolapso uterino, por exemplo”, reforça Dr. Baracat.
Senilidade
A última
menstruação marca a entrada da mulher na menopausa. Além das chamadas ondas de
calor e de alterações na esfera psíquica, como o aumento da irritabilidade, por
exemplo, nesta fase, as mulheres precisam manter monitoramento para doenças
ósseas e metabólicas e, da mesma forma, fazer acompanhamento para diagnóstico
da síndrome de Alzheimer, doença que pode acontecer depois dos 60 anos e é mais
frequente na mulher do que no homem.
“Alimentação
saudável, atividades físicas, evitar excessos e sempre buscar o acompanhamento
médico. Estas são dicas válidas para todas as mulheres. O foco de atenção pode
até mudar, de acordo com o desenvolvimento e a faixa etária da mulher. Mas o
fato é que o cuidado precisa ser constante em todas as etapas da vida”, conclui
o ginecologista.
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