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quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

10 dicas para fomentar a equidade de gênero


Em uma sociedade pluricultural, a discussão sobre inclusão da diversidade e a promoção da equidade de gênero dentro dos espaços sociais são cada vez mais frequentes e necessárias, inclusive no mercado de trabalho. A diversidade de gênero dentro de uma organização traz equilíbrio e gera benefícios em termos de clima e orgulho de pertencimento. Apesar das mulheres conquistarem cada vez mais espaço dentro do mercado, ainda enfrentam desigualdades no cotidiano. Dados do IBGE apontam que, em 2016, as mulheres ocuparam 44% das vagas do mercado formal de trabalho, porém o salário médio feminino correspondia a apenas 77,2% do masculino. A pesquis a mostrou também que a participação feminina cai conforme o aumento de nível hierárquico, ou seja, as mulheres ganham espaço, mas ainda não estão equiparadas nas posições de direção e gerência (representam 37%). Já quando se trata de comitês executivos de empresas, tal percentual é ainda mais reduzido, apenas 10%.

A representatividade feminina na Nielsen Brasil supera significativamente a do mercado brasileiro como um todo (51,2% de participação feminina dentro da empresa) e também está acima do nível nacional quando falamos em cargos gerenciais e diretivos, contando com 46% de mulheres na direção e 61% como gerentes. Além disso, hoje, elas representam 55% dos principais talentos da empresa, críticos de retenção. De acordo com a pesquisa interna, Nielsen Women in Leadership, as mulheres líderes da Nielsen estão dispostas a assumir altos cargos de liderança e um terço das funcionárias confiam fortemente que podem alcançar suas aspirações de carreira dentro da empresa. Não foi relatado nenhum tipo de preconceito de gênero no que se refere à ascensão a novos cargos ou movimento entre áreas, mostrando-se proporcional entre homens e mulheres. O bônus de compensação e pagamento de ações também refletem paridade. Também é identificado um nível semelhante de desempenho entre as mulheres e os homens, o que vem garantindo que o avanço feminino dentro da empresa seja equivalente à sua representação.

A pesquisa interna mostrou que os obstáculos que impactam a representatividade de mulheres em cargos de alto nível no mercado de trabalho estão ligados, principalmente, a uma insensibilidade e preconceito inconsciente, além da dupla jornada de trabalho, que muitas delas enfrentam, já que 40% das mulheres incluídas no mercado de trabalho também são chefes de família. Essa dupla carga de trabalho faz com que as mulheres trabalhem, em média, três horas a mais do que os homens durante a semana, resultando em um maior esgotamento físico e mental. Assim, antes de assumir um papel de liderança sênior, as mulheres dentro do mercado de trabalho avaliam o estilo e os comportamentos dos outros líderes. Piadas inadequadas que estereotipam o humor ou emoções das mulheres, chamadas noturnas com frequência para discutir assuntos de baixa urgência ou a naturalização de trabalhar durante o fim de semana são algumas das atitudes que fazem com que as mulheres titubeiem em aceitar um cargo de liderança.

Mas, por que a representação feminina é importante dentro do ambiente de trabalho?  Olhando o ranking de comportamentos eficazes de um líder no enfrentamento de desafios futuros, o estudo Women Matter, realizado em 2017 pela Mckinsey Survey, mostra que as mulheres tendem a usar cinco das nove atitudes de maneira mais efetiva do que os homens. O estudo revela também que três dos quatro comportamentos mais importantes para uma boa performance corporativa são mais aplicados pelas mulheres, mostrando que o equilíbrio de gênero traz benefícios para os resultados da empresa. O principal comportamento do ranking, o estímulo intelectual, é utilizado igualmente entre os homens e as mulheres.

A adoção de projetos que visam a inclusão e o equilíbrio de gênero facilitou e culminou em resultados acima do mercado. Um exemplo é o grupo de associados WIN (Women in Nielsen), que busca promover equidade de gêneros na empresa, estimulando o aumento do número de mulheres em cargos de liderança. Durante os seus três anos de atuação, o grupo foi o responsável por organizar com frequência treinamentos para conscientização dos colaboradores e também fazer a Nielsen se tornar uma Empresa Cidadã, aumentando a licença maternidade das mulheres de 4 para 6 meses, e a licença paternidade de cinco para vinte dias úteis. Além disso, o grupo promove conversas sobre a dupla jornada de trabalho com funcionários de ambos os gêneros, a fim de incentivar a divisão de tarefas em casa.


Dicas Nielsen: 10 maneiras de promover a representação feminina em funções seniores

·         Modele abertamente como você gerencia o trabalho e o tempo fora dele;
·         Mostre respeito e atenção;

·         Não faça brincadeiras inadequadas, mesmo com boa intenção;

·         Você diria isso para um homem? Se não, não diga;

·         Preste atenção quando a pessoa estiver falando;

·         Pense antes de fazer solicitações desnecessárias fora do horário de trabalho;
·         Tenha consciência de não excluir mulheres de decisões/discussões de negócios;

·         Mentore e forneça acesso igual para as mulheres;

·         Interrompa a pessoa que interrompe as mulheres;

·         Procure oportunidades para valorizar o trabalho das mulheres de sua equipe;

·         Reconheça a realização e não o sacrifício;

·         Não decida e não assuma o que as pessoas querem ou podem fazer;

·         Diversifique talentos e tomadores de decisão;

·         Ofereça coaching e apoio para incentivar e preparar mulheres para cargos de alto nível;

·         Construa confiança nas mulheres de maneira ativa;





Thalita Ribeiro - diretora de recursos humanos da Nielsen Brasil.




Fontes: Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 2016;
Mckinsey Survey Women Matter, 2017;
Nielsen Global Study Women in Leadership Study, October 2018;
Programa Diversidade & Inclusão Nielsen Brasil, Setembro 2018.


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