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sexta-feira, 7 de julho de 2017

Estilo de vida dificulta tratamento do diabetes



Nova terapia semanal simplifica o controle da doença crônica que atinge um em cada 11 adultos no mundo[i]


Após o diagnóstico do diabetes, surge a necessidade de mudar o estilo de vida e conciliar dieta, exercícios e tratamento com a rotina diária. Esse é o grande desafio enfrentado diariamente por 14,3 milhões de brasileiros diagnosticados com a doença - a maioria com o tipo 2. Até 2040, serão 23,3 milhões de pessoas vivendo com diabetes no Brasil1

“No caso das doenças crônicas como o diabetes, a adesão ao tratamento representa um dos principais obstáculos para a obtenção de um bom controle. Cerca de 43% dos pacientes abandonam o tratamento nos primeiros dois anos, assim, facilitar a adesão ao tratamento oferecendo medicamentos de posologia simples e adaptáveis à rotina do paciente é fundamental”, destaca o presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), Dr. Luiz Alberto Turatti.

As terapias que procuram simplificar o controle da doença têm a preferência dos pacientes como comprova um estudo[ii] conduzido com adultos com diabetes tipo 2 que concluiu que os pacientes preferem a terapia semanal. 

O levantamento feito com 243 pacientes com idade média de 60 anos avaliou a preferência dos pacientes em relação às duas opções injetáveis de agonistas do receptor GLP1: dulaglutida (de aplicação semanal) e liraglutida (de aplicação diária). O GLP1 é um hormônio produzido pelo organismo, que estimula a liberação da insulina.

De acordo com o estudo2, quando a eficácia dos medicamentos é similar, outros aspectos – como frequência de uso e tipo do dispositivo de aplicação – são mais relevantes para os pacientes. A redução do número de injeções de 365 para 52 ao ano foi um dos aspectos mais relevantes apontados pelos entrevistados2.

A dulaglutida, comercializada pela Lilly com o nome de Trulicity, oferece controle eficaz da hiperglicemia (nível elevado de açúcar no sangue) com uma aplicação a cada 7 dias. O produto está disponível em uma caneta aplicadora pronta para uso que tem uma agulha de pequeno calibre, que não fica visível, e permite confirmar a aplicação da dose. 

O tratamento do diabetes tipo 2 visa manter os níveis de glicose no sangue dentro dos limites adequados, reduzindo o risco de complicações a longo prazo. A maioria dos pacientes começa o tratamento com mudanças no estilo de vida, como dieta, exercício e controle de peso. Se essas alterações não forem efetivas, passa-se ao uso de medicamentos orais ou terapias injetáveis.




Eli Lilly and Company






[i] INTERNATIONAL Diabetes Federation. IDF Diabetes Atlas 7th edition. Disponível em: <http://www.idf.org/diabetesatlas>. Acesso em: 12 ago. 2016.
[ii] GELHORN, H.; POON, J. L.; DAVIES, E. W.; PACZKOWSKI, R.; CURTIS, S. E.; BOYE, K. S. Evaluating preferences for profiles of GLP-1 receptor agonists among injection-naïve type 2 diabetes patients in the UK. Journal of Patient Preference and Adherence, United Kingdom, 2015, n. 9, jun. 2015. < https://www.dovepress.com/evaluating-preferences-for-profiles-of-glp-1-receptor-agonists-among-i-peer-reviewed-article-PPA >. Data de acesso: 19 nov. 2016.



Não é mito: estudos apontam que o frio pode ajudar a emagrecer



 Médico endocrinologista explica como o metabolismo é afetado pelo clima típico do inverno


Sim, o frio pode ajudar a emagrecer. Mas calma! É que no inverno o nosso metabolismo fica mais acelerado e a queima de calorias se torna naturalmente maior, de acordo com diversos estudos científicos, como o publicado na revista americana Trends in Endocrinology Metabolism. Para manter esta vantagem do organismo é preciso não superar a queima calórica com a ingestão de comidas altamente calóricas que já são típicas do frio (chocolate, por exemplo), além de manter um ritmo de pratica de atividade física. 

O médico endocrinologista Flávio Cadegiani, Membro da ABESO (Associação Brasileira para Estudos da Obesidade), explica como isso acontece "Existe uma gordura que ajuda a acelerar o metabolismo e, consequentemente, ajuda no emagrecimento. É a chamada gordura marrom ou tecido adiposo marrom". Essa gordura pode ser encontrada principalmente perto do coração, embaixo das clavículas e também perto do pescoço. "A comunidade médica achava que esta gordura só podia ser encontrada nos recém nascidos e hoje já sabemos que persiste até a fase adulta", conta Cadegiani.

Essa gordura é responsável por ativar o metabolismo e, segundo o médico, ela responde principalmente ao frio, se tornando uma gordura que quebra gordura. "Quando o corpo se adapta ao clima frio para se aquecer, a quantidade de gordura marrom aumenta, e ela age diretamente sobre a queima de gordura ruim acumulada", destaca. "A taxa metabólica basal aumenta no frio não somente para manter o corpo aquecido, mas sim porque acontece a hipertrofia desse tecido que acelera o metabolismo. Emagrecer no frio não é mito, é fato", confirma. 


Mas eu engordo no inverno, por que isso acontece?

Vale lembrar que quando chega aquele friozinho, a fome também parece aumentar. O especialista atesta que não só parece como, biologicamente, ela de fato aumenta. "Isso acontece justamente porque o metabolismo está mais rápido que o normal e a fome pode surgir com mais frequência. Muitas pessoas engordam no inverno por comerem muito e não queimarem calorias proporcionalmente, sem praticar exercício físico, por exemplo", reforça. Por isso a máxima de praticar atividades físicas permanece assim como em outras estações do ano.





Dr. Flávio A. Cadegiani, M.D., PhD in progress
Médico Endocrinologista e Metabologista / Endocrinologist (RQE 12.397)
Título de Especialista em Endocrinologia e Metabologia pela SBEM / Board Certified in Endocrinology and Metabolism by the Brazilian Society of Endocrinology and Metabolism
Mestre e Doutorando em Endocrinologia Clínica pela Universidade Federal de São Paulo / Escola Paulista de Medicina (Unifesp/EPM) / Master Degree and PhD in progress in Clinical Endocrinology at Federal University of São Paulo
Residência Médica em Endocrinologia e Metabologia / Fellowship in Endocrinology and Metabolism
Residência Médica em Medicina Interna / Medical residency in Internal Medicine (RQE 12.397)
Pós-graduação em nutrologia (ABRAN) / Specialization in Medical Nutrition
Formado pela Universidade de Brasília (UnB) / Graduated by University of Brasilia (UnB)
Fellowship em Síndrome da Fadiga Crônica pela University of Miami (UM) / Fellowship in Chronic Fatigue Syndrome - University of Miami (UM)
Membro especialista da The Endocrine Society (Endocrine Society) / Specialist member of The Endocrine Society
Membro especialista da AACE (American Association of Clinical Endocrinologists) / Specialist member of the American Association of Clinical Endocrinologists
Membro especialista da TOS (The Obesity Society) / Specialist member of The Obesity Society (TOS)
Membro da ABESO (Associação Brasileira para Estudos da Obesidade) / Member of Brazilian Association for Obesity Studies)
Médico CRM/DF 16.219 / CREMESP 160.400



Cinco perguntas e respostas sobre gastroplastia endoscópica, novo tratamento para obesidade leve e moderada



Imagine uma mulher de 1,60 metros de altura. Seu peso normal deveria ser no máximo 64 quilos, mas, mesmo com todo regime que ela já fez, não consegue baixar dos 80 quilos. Ela quer emagrecer, sua autoestima está comprometida e sua saúde já inspira cuidados. Mas, como ela não é considerada obesa grau III – o que corresponderia a pesar mais de 100 quilos – não é uma boa candidata à cirurgia bariátrica. Até hoje, sua alternativa girava em torno de tratamentos de emagrecimento, dietas e exercícios. Agora, uma nova técnica endoscópica e sem cortes acena como possibilidade de tratamento da obesidade leve. Trata-se da gastroplastia endoscópica, técnica desenvolvida pelo médico Manoel Galvão Neto – que responde a cinco perguntas e respostas sobre essa novidade. 


1.   Como surgiu a gastroplastia endoscópica?

Manoel Galvão Neto – “Essa técnica foi desenvolvida há cinco anos, fruto de uma parceria entre a Florida International University (Miami), onde sou professor associado, com outras universidades dos Estados Unidos e um serviço de Endoscopia no Panamá. Fiz parte dessa equipe internacional atuando principalmente na idealização e execução da técnica. Depois, a levamos para a Espanha. No Hospital Universitário Sanchinarro (Madri), nós desenvolvemos a maior série de pacientes tratados com essa técnica, juntamente com o médico Gontrand López-Nava. Desde então, mais de duas mil cirurgias já foram realizadas em doze países – onde tivemos a oportunidade de treinar a maior parte dos médicos que executam essa técnica. Recentemente, o procedimento chegou ao Brasil. As primeiras cirurgias aconteceram no hospital da Faculdade de Medicina do ABC, onde sou professor afiliado da disciplina de Cirurgia, sob coordenação de uma equipe integrada também pelos médicos Eduardo Grecco, Thiago Souza e Gustavo Quadros”. 


2.   Quem é candidato a esse tratamento?

Manoel Galvão Neto – “Pacientes com obesidade grau I e II – que normalmente nem são candidatos às cirurgias bariátricas – são os que apresentam melhores resultados e podem se beneficiar muito com essa técnica. Não são métodos que se competem ou se comparam. Vale lembrar que a obesidade grau I vem logo depois do sobrepeso. Ou seja, quando o paciente atinge IMC 30 e em geral não consegue mais perder peso com exercícios físicos, mudança de hábitos e dieta, a gastroplastia endoscópica pode ser considerada uma opção de tratamento, com resultados eficazes, menor complexidade e pouco riscos”. 


3.   Como é a realizada a gastroplastia endoscópica?

Manoel Galvão Neto – “O procedimento implica na introdução de um tubo flexível pela boca, assim como acontece num exame comum de endoscopia, só que sob anestesia geral. Com ampla visão do estômago, o cirurgião endoscopista realiza suturas no órgão, deixando-o com a forma tubular fazendo uso de um equipamento chamado OverStitch. A gastroplastia endoscópica é realizada em ambiente hospitalar, dura em média 60 minutos, e exige apenas um período em torno de quatro a seis horas de observação. Eventualmente, dependendo do caso, pode ser necessário passar a noite no hospital –saindo no dia seguinte. O acompanhamento antes e depois do procedimento é feito em consultório, sendo que pode ser necessário realizar endoscopia ou exames de contraste para avaliação dos resultados”.


4.   Quanto peso a pessoa perde? Ela tem de tomar vitaminas para o resto da vida, assim como na maioria das cirurgias bariátricas?

Manoel Galvão Neto – “A sutura endoscópica não causa déficit absortivo, somente restritivo. Ela também altera o esvaziamento do estômago, levando à sensação de saciedade precoce e ajudando o paciente a identificar que já comeu o bastante. Ou seja, problemas como desnutrição, anemia e deficiência de vitaminas não foram registrados até o momento, no acompanhamento de até dois anos. Mas é necessário seguir uma dieta recomendada pelo médico. É claro que a pessoa não comerá como antes, porque reduziu bastante o volume do seu estômago. Em média, segundo resultado de estudos com essa técnica depois da cirurgia, o paciente perde em torno de 15% de seu peso de modo gradativo – com a vantagem de ser um procedimento minimamente invasivo, sem cortes e seguro”. 


5.   Além de reduzir o peso corporal, esse tratamento contribui para evitar outros problemas de saúde?

Manoel Galvão Neto – “De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o sobrepeso em adultos no Brasil passou de 51,1% (2010) para 54,1% (2014). A tendência de aumento também foi registrada na avaliação nacional da obesidade. Em 2010, 17,8% da população era obesa; em 2014, o índice chegou aos 20%, sendo a maior prevalência entre as mulheres (22,7%). Essa situação gera impactos importantes na saúde, já que a obesidade está intimamente associada a doenças do coração, ao diabetes tipo 2, hipertensão, câncer, problemas nas articulações etc.  Sendo assim, todo tratamento voltado para a obesidade, seja grau I, II ou III, é muito importante e deve ser considerado atentamente, levando sempre em conta o perfil do paciente bem como seu histórico de saúde. É importante reprisar que, com a redução efetiva do peso, ocorre significativa melhora nas doenças associadas à obesidade”.  





Hospital SAHA




 

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