Pesquisa mostra que a fricção da lente na córnea incomoda
41% dos que têm ceratocone. Saiba prevenir a piora da doença.
A OMS (Organização Mundial da Saúde) estima que 30% dos
brasileiros têm algum tipo de alergia. Desses, mais da metade desenvolve
alergia nos olhos, importante fator de risco do ceratocone. A doença degenera,
afina e deforma a córnea. Por isso, causa 70% dos
transplantes no Brasil. Segundo o oftalmologista Leôncio Queiroz Neto do
Instituto Penido Burnier, o hábito de coçar os olhos é tão perigoso para quem
tem ceratocone quanto o uso de lentes mal ajustadas. Isso porque, nas duas
situações a fricção constante da córnea fragiliza suas fibras, agrava o ceratocone e aumenta o risco de
transplante.
Pior: Uma pesquisa realizada por Queiroz Neto com 920 portadores de ceratocone, mostra que 61% usam
lente de contato para corrigir a visão, e desses 41% sentem desconforto. O especialista diz que isso acontece porque
só 1 em cada 4 dos participantes afirmaram fazer exames oftalmológicos
regulares. “O ceratocone é uma doença progressiva. As alterações na córnea
podem acontecer em poucos meses. Quem não respeita os intervalos de consulta
recomendados. para cada caso pode usar lentes desajustadas que prejudicam a
visão”, adverte. Além disso, muitas pessoas já chegam ao consultório usando
lentes de contato indicadas para astigmatismo e a adaptação em ceratocônicos
exige personalização conforme as irregularidades de cada córnea, salienta.
Diagnóstico
e tratamento
O oftalmologista ressalta que não é possível detectar o
ceratocone com o exame de refração empregado na verificação da miopia,
hipermetropia ou astigmatismo. “O diagnóstico é feito através de uma tomografia
da córnea que mapeia suas duas faces, possibilitando flagrar a doença logo no
início. “Quanto mais precoce, maiores são as chances de escapar do transplante
através do crosslink, único procedimento que interrompe a progressão da doença.
A cirurgia, explica, é ambulatorial, feita com anestesia local e consiste na
aplicação de riboflavina (vitamina B12) associada à radiação UV (ultravioleta)
na superfície da córnea para aumentar sua resistência em até três vezes.
Causas
e sinais de alerta
Queiroz Neto afirma que a maioria dos casos de ceratocone
começa na adolescência. Pode estar relacionado à genética, alterações hormonais que podem provocar
distúrbios no colágeno e desencadear
coceira nos olhos, apneia obstrutiva do
sono e a síndrome da pálpebra flexível
que dobra durante a noite, causando olho seco. Nem todas estas alterações
aparecem em que tem ceratocone, mas se mais de uma coexistir indica sinal de
alerta.
Outros sinais da doença são: alteração frequente de grau,
dificuldade de permanecer em locais ensolarados ou muito iluminados, olhos
irritados e queda no rendimento escolar.
Dicas
de prevenção
As dicas do oftalmologista para prevenir a piora do
ceratocone são:
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Mantenha consultas regulares para ajustar
suas lentes
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Evite coçar os olhos.
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Aplique compressas frias em crises de coceira
ou sensação de areia nos olhos
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Dê preferência a soluções higienizadoras de
lente sem conservante para evitar irritações oculares
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Só use colírio com corticóide sob supervisão
médica para afastar o risco de glaucoma
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Interrompa o uso de antialérgico caso use
lente e sinta os olhos ressecados
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Faça polimento semestral das lentes com seu
oftalmologista para eliminar resíduos que deformam a superfície.
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Use óculos escuros com proteção ultravioleta
em locais ensolarados.