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terça-feira, 21 de agosto de 2018

29 de agosto é Dia Nacional contra o Tabagismo


 O cigarro ainda é uma das principais causas de câncer: 90% dos pacientes com câncer de pulmão fumam ou são fumantes passivos


De acordo com o Instituto Nacional de Câncer José de Alencar Gomes da Silva (Inca), todos os anos cerca de 200 mil pessoas morrem precocemente por doenças relacionadas ao tabagismo. O câncer é a principal delas. A cada 100 pacientes brasileiros com câncer, 30 são fumantes. No caso de câncer de pulmão, o número sobe para 90 fumantes.

Para ajudar a reverter esse quadro e conscientizar sobre os perigos de fumar, foi criado o Dia Nacional contra o Tabagismo, lembrado em 29 de agosto. “A data é importante para ajudar a conscientizar sobre a importância de parar de fumar. No caso do câncer, a primeira recomendação para evitar a doença é não fumar. O cigarro é incompatível com boa qualidade de vida e saúde. E os fumantes passivos também sofrem os riscos: eles inalam as substâncias nocivas de um cigarro a cada três que alguém fuma ao seu lado”, alerta Elge Werneck Júnior, oncologista do Instituto de Hematologia e Oncologia Curitiba (IHOC).

O tabagismo está relacionado a mais de 50 tipos de doenças, principalmente, o câncer. “Sabemos que a grande maioria dos casos de câncer tem alguma relação com o hábito de fumar. No caso específico do câncer de pulmão, 90% dos pacientes fumam, já fumaram ou convivem com fumantes”, observa.

Os órgãos mais afetados pelo tabagismo como causa de câncer são pulmões, boca, laringe, traqueia, faringe, esôfago e estômago. “A maioria desses cânceres tem sintomas discretos no início, o que dificulta a descoberta de algum problema precocemente por parte do paciente. “Por isso, é fundamental para os fumantes realizarem check-ups regulares”, salienta o oncologista do IHOC.

Porém, mais do que fazer consultas regulares ao médico, é fundamental parar de fumar, pois, somente assim é que os riscos de desenvolver o câncer diminuem. “O cigarro é uma droga tão forte para o organismo, que os riscos ainda existirão durante dez anos. Mas, após esse período, as chances de desenvolver a doença se igualam as das pessoas que não fumam”, revela Elge Werneck Júnior.

Abandono do tabagismo

Dados do Ministério da Saúde mostram que o tabagismo diminuiu 33% nos últimos dez anos e hoje atinge 10,4% população brasileira com mais de 18 anos. A redução foi estimulada por políticas públicas de combate ao vício, como proibição de fumo em diversos lugares, política de preços e ações educativas e de conscientização, que incluem tratamento para abandonar o vício custeado pelo SUS.

Largar o tabagismo não é uma atitude fácil. O oncologista comenta que a força de vontade costuma ser o maior empecilho na hora de parar de fumar. “Sabemos que somente 10% a 20% dos tabagistas que tentam conseguem abandonar o cigarro, pois qualquer crise de ansiedade ou tristeza torna-se um momento propício para fumar novamente”, salienta. Por isso, a recomendação é fazer um tratamento multidisciplinar, que inclui medicamentos e terapia comportamental.  “A psicoterapia ajuda a mudar os hábitos de vida, que é o mais importante na hora de abandonar o vício, pois a pessoa precisa conhecer o mundo que existe sem o tabagismo”, afirma Elge Werneck Júnior.







Instituto de Hematologia e Oncologia Curitiba (IHOC)

Grupo Oncoclínicas



Dia Nacional de Combate ao Fumo alerta sobre o índice de mortes por doenças cardiovasculares causadas pelo tabagismo


Especialista alerta sobre os riscos do cigarro e os benefícios do esporte para o coração


De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 7 milhões de pessoas morrem anualmente pelo tabagismo, dessas, 900 mil são vítimas de fumo passivo. Para reforçar a necessidade de sensibilizar e mobilizar a população para os danos sociais, políticos, econômicos e ambientais causados pelo tabaco, no dia 29 de agosto comemora-se mais um Dia Nacional de Combate ao Fumo. A data foi criada em 1986, pela Lei Federal 7.488, e tem o intuito de mobilizar a população sobre os riscos do cigarro e inaugura a normatização voltada para o controle do tabagismo como problema de saúde coletiva.

O cigarro continua sendo a principal causa de morte evitável do mundo. Dados apontam o Brasil, signatário da Convenção Quadro, como um dos exemplos de maior sucesso nas ações para a redução do tabagismo. A porcentagem de fumantes com mais de 15 anos de idade, que chegava a 30% em 1990, caiu atualmente para cerca de 10%. Hoje, fumamos menos do que os americanos (15%) e do que todos os europeus. Mas, apesar da diminuição, ainda estamos entre os dez países com maior número absoluto de fumantes, ao lado de China, Índia, Indonésia, Estados Unidos, Rússia, Bangladesh, Japão, Alemanha e Filipinas.

Segundo o diretor técnico do Hospital Dia do Pulmão de Blumenau (SC), Dr. Mauro Sérgio Kreibich, os malefícios do cigarro não atacam somente o pulmão, o tabagismo também pode causar sérios problemas para a saúde cardiovascular.
“As substâncias presentes no cigarro causam lesões na parede interna dos vasos sanguíneos, o chamado endotélio, interferindo assim, na produção de uma substância protetora conhecida como óxido nítrico, fazendo como que as artérias fiquem mais suscetíveis ao acúmulo de gordura”, revela Kreibich. 

A monóxido de Carbono, componente do cigarro, compete com o Oxigênio celular, impondo ao organismo uma carência e potencialização dos danos circulatórios indiscutíveis.

Além disso, o vício pode acelerar o processo de oxidação do colesterol e aumentar a formação da placa de aterosclerose, influenciando no surgimento de outras doenças, como a hipertensão e o diabetes. 

Pesquisas da OMS afirmam que nos últimos anos, a prevalência de fumantes caiu de 15,7%, em 2006, para 10,1% em 2017. Para auxiliar neste processo da abstinência, a prática de exercícios físicos, associados a um hábito de vida mais saudável, pode ser uma distração eficaz contra o desejo de fumar.

O exercício tem a capacidade de liberar endorfinas que podem combater a ansiedade e o mau humor associados a falta do cigarro. Por este motivo, a atividade está ligada a diferentes benefícios para a saúde e bem-estar da pessoa. 

“Um dos benefícios de caminhar ou correr de forma regular para os fumantes, é o de superar os sintomas da síndrome de abstinência, causada pela privação da nicotina no cérebro do indivíduo”, finaliza o diretor do hospital. 

A prática regular auxilia o fumante durante o processo de desintoxicação, pois durante o exercício, o corpo humano libera um hormônio chamado endorfina, causando uma sensação de alivio e conforto, resultando na redução da dependência da nicotina.

O diretor do hospital alerta para os diversos dados ao coração, causados pelo hábito de fumar, entre eles: 

- Causando o espessamento do sangue, o que dificulta o transporte de oxigênio (por meio da circulação) aos pontos mais extremos do corpo;

- Aumentando a pressão e o ritmo cardíaco, o que força o coração a trabalhar mais;

- Reduzindo as taxas de colesterol “bom” (HDL) e aumentando o colesterol "ruim" (LDL) na corrente sanguínea;

- Gerando ritmo cardíaco anormal e aumentando a reação inflamatória do corpo, o que favorece o aparecimento de placas de gordura nas artérias;

- Endurecendo as paredes das artérias, deixando-as mais estreitas e dificultando assim o bombeamento de sangue pelo músculo cardíaco.



 

Hospital Dia do Pulmão


Você já mediu seu nível de cromo e cobalto no corpo?


 Presentes em vários alimentos, o cromo e o cobalto são essenciais para manter o equilíbrio do organismo. Mas quem usa próteses de metal, por exemplo, pode estar com um nível elevado desses elementos químicos – que em excesso se tornam tóxicos


A indústria de dispositivos médicos, que são inseridos no corpo humano para melhorar sua qualidade de vida e garantir até mesmo sua sobrevivência, está mais em alta do que nunca. São estentes, marca-passos, métodos contraceptivos, aparelhos ortodônticos, próteses ortopédicas etc. – todos aprovados pelos órgãos reguladores e frequentemente indicados pelos cirurgiões. Mas o que muita gente não sabe é que nem todo dispositivo é livre de riscos para os pacientes (sobre isso, a Netflix lançou o documentário “Operação Enganosa”). De acordo com o médico ortopedista Lafayette Lage, tem muita gente com próteses antigas de quadril e que pode estar sofrendo os efeitos tóxicos do excesso de cromo e cobalto no organismo – elementos que se desprendem ao longo dos anos, com a movimentação da prótese, e que podem causar uma série de efeitos adversos, como déficit cognitivo, perda de memória, depressão, doenças pulmonares, reações inflamatórias, impacto no sistema imunológico etc.

“Pouquíssimos médicos solicitam exames para analisar os níveis de cromo e cobalto no organismo de pacientes que usam próteses de metal, mas é importantíssimo. Níveis elevados de cobalto podem desencadear uma infinidade de sintomas, incluindo cardiomiopatia, hipotireoidismo, disfunção cognitiva, neuropatia e fadiga. Principalmente quem usa prótese há mais de cinco anos, deve ter aquelas peças inteiras, próteses tradicionais que substituíam não só a parte do osso que estava causando dor, mas também osso bom, que não tinha problema algum. Hoje em dia, com o avanço da ciência e muitos estudos empreendidos, utilizamos próteses bem menores nas cirurgias de Resurfacing. Mas ainda tem paciente com um tipo de prótese que foi retirada do mercado há alguns anos, a ‘Big Head’”, diz Lage.

Essa prótese foi bastante usada entre 2007 e 2012, mas com o tempo se provou um verdadeiro fracasso, porque apresentou sérios problemas. Evidentemente, ela já foi retirada do mercado, mas há pessoas que estão em risco e precisam trocá-las mesmo que ainda não tenham apresentado qualquer sintoma adverso (cirurgia de revisão ou substituição da peça). “A má reputação da ‘Big Head’ acabou respingando injustamente sobre a prótese de Resurfacing. Ambas são de metal-metal, mas enquanto a primeira é uma peça grande, vulnerável a riscos que poderiam liberar ainda mais metal e oxidar com o tempo no encaixe do componente femoral e a cabeça do fêmur (cone), a prótese de Resurfacing é pequena, do tamanho de uma lâmpada de led tradicional e seu soquete”.

O especialista explica que, em se tratando de Resurfacing, apenas uma prótese se mostrou inviável com o passar do tempo (modelo ASR), enquanto a maioria das Big Head (colo longo) apresentaram problemas e foram retiradas do mercado. “Do ponto de vista do paciente, principalmente quando se trata de um adulto jovem e ativo, é bem melhor preservar a estrutura boa do osso e trocar apenas a parte lesionada da cabeça do fêmur. Isso, até agora, só a cirurgia de Resurfacing metal-metal tem proporcionado. Talvez num futuro próximo, essas peças possam ser substituídas por cerâmica. Mas esse material ainda está em fase de estudos, porque há risco de se partir”, diz o médico – explicando que é importante aguardar pelo menos dez anos de testes e estudos antes de se indicar uma prótese nova.

Lafayette Lage explica que, na cirurgia de Resurfacing, depois de remover a cartilagem danificada, a prótese é encaixada sobre a parte preservada da cabeça do fêmur, restabelecendo exatamente a biomecânica original do fêmur proximal. A outra parte, encaixada no acetábulo como se fosse a casca de uma meia laranja, é fixada na bacia sob pressão. As duas peças são feitas de uma liga de cromo-cobalto e molibdênio extremamente resistentes ao desgaste e a fortes impactos. Com isso, a prótese tem mostrado uma sobrevivência superior a 95% após 20 anos de uso. “Além de preservar a maior parte da articulação e ser bastante resistente, permitindo ao paciente retornar às suas atividades físicas habituais, outra vantagem é a facilidade de uma eventual cirurgia de revisão para a substituição da prótese, diferentemente da prótese convencional. E tem mais: quando bem colocada, essa prótese expõe o paciente a um nível muito mais baixo de cromo-cobalto do que as próteses tradicionais, tendo mostrado redução dos casos de luxação e de infecção – provavelmente, por também ser menos invasiva no osso”.


SOBRE CROMO E COBALTO

Consumido através de alimentos como carnes, grãos (feijão, soja, milho) e alimentos integrais, como massas e açúcar mascavo, o cromo é um elemento químico importante para o organismo, na medida em que regula os níveis de colesterol e glicemia. Já o cobalto é parte da vitamina B12 e é encontrado no leite e seus derivados, em vegetais de folha verde escuro, carne vermelha, fígado, ostras e mariscos. Ele ajuda na formação dos glóbulos vermelhos, combate anemia, e mantém saudável o tecido nervoso. Para aumentar a absorção do cromo e do cobalto durante as refeições, é ideal que os alimentos citados sejam consumidos juntamente com fontes de vitamina C, como suco de laranja, acerola ou abacaxi. O ortopedista Lafayette Lage recomenda que todas as pessoas portadoras de próteses de metal façam a dosagem de cromo e cobalto sérico (no sangue) e alerta que, antes do exame, o paciente deve ficar pelo menos três dias sem ingerir cerveja – já que o sulfato de cobalto é utilizado na fabricação da bebida como estabilizador da espuma.


Comparação entre a prótese total e a Resurfacing









Fontes: Dr. Lafayette Lage - médico ortopedista que introduziu a artroscopia do quadril no Brasil e um dos pioneiros na cirurgia de Resurfacinghttps://www.youtube.com/watch?v=AMNR_m607wo

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC5259873/ (Estudo neuropsiquiátrico considerando níveis tóxicos de cromo e cobalto no organismo)

https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC3710008/ (Estudo que analisa o impacto nos ossos da toxicidade dos metais liberados com o uso no longo prazo)

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