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segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Símbolo do Paraná, araucária caminha para extinção



Iniciativas públicas e privadas são implantadas para reverter a condição da Araucaria angustifolia


A araucária, árvore símbolo do Paraná, está entre as espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção e com alto risco de desaparecimento na natureza em um futuro próximo. Faz parte da lista de espécies ameaçadas de extinção da IUCN (The World Conservation Union - A União Internacional para Conservação da Natureza) e da Lista Oficial de Espécies da Flora Brasileira Ameaçada de Extinção do IBAMA - Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis. De vulnerável, em 1998 e 2000, a Araucaria angustifolia passou para a categoria ‘criticamente em perigo’ em 2006.

Pesquisas indicam que a Floresta com Araucária já perdeu aproximadamente 97% de sua área original, o que compromete totalmente a variabilidade genética da araucária. Esse quadro se deve, dentre outros fatores, à conversão das áreas de florestas nativas (Floresta com Araucária) para a agricultura, ao crescimento das cidades e ao uso da madeira. Em 2001, mapa do Ministério do Meio Ambiente já mostrava que áreas de floresta com araucária em estágio avançado de conservação não passavam de 0,8% (66 mil hectares) de remanescentes. O Paraná já chegou a ter 8 milhões de hectares cobertos por Floresta com Araucária. Hoje a situação é muito mais grave.

Restauração
Preocupada com a condição da Araucaria angustifolia, a professora de gestão ambiental da Universidade Positivo, Leila Maranho, propõe a criação e implantação de projetos de recuperação das áreas degradadas antes ocupadas pela Floresta com Araucária permitam a restauração de processos biológicos e genéticos. Ela sugere também que a restauração de floresta com araucária contribuirá com o resgate da cultura local, tais como lendas, contos, estórias, culinária, arte, entre outros. “Um aspecto merecedor de destaque é a forte depauperação das características culturais associadas ao uso de espécies nativas desse bioma, principalmente da araucária”, observa.

Para o diretor executivo da Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS) e membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza, Clóvis Borges, a Floresta com Araucária continua sendo visada para exploração pela existência de madeira com valor econômico, não só a araucária mais outras muitas espécies. “E embora ilegal e sem sustentação técnica, há esforços políticos pressionando o poder público a facilitar a degradação dessas áreas a partir, inclusive, de licenciamentos ocorridos nos últimos anos e que são bastante contestáveis em termos de legalidade”, denuncia.

União de esforços
A professora Leila coloca que empresas, organizações, instituições e poder público devem unir esforços para aumentar o número de áreas protegidas de Floresta com Araucária, investir em pesquisa, fiscalizar e aplicar a legislação em áreas nativas desmatadas, fatores imprescindíveis para evitar que a espécie desapareça de vez. Borges complementa que, para proteger os remanescentes que já existem, mesmo que estejam muito fragmentados, devem ser criadas novas Unidades de Conservação públicas e privadas. Além disso, devem ser estabelecidas políticas públicas que permitam a valorização de áreas nativas bem conservadas para o proprietário privado, a partir de diferentes mecanismos de PSA - Pagamento por Serviços Ambientais.

Resgate e conservação

Para contornar a situação da araucária existem inúmeros projetos que visam o reflorestamento e uso sustentável, programas de resgate e conservação da araucária, projeto de uso e conservação da araucária na agricultura familiar e criação e implantação de Unidades de Conservação em áreas de Floresta com Araucária, lista a professora Leila.

Borges avalia que há muito pouca coisa ocorrendo nos dias de hoje de fato voltada à conservação da natureza, o que implica não só na busca da conservação da araucária como de todo o ecossistema a que pertence a Floresta com Araucária. Um exemplo de ação concreta de proteção de áreas naturais remanescentes desse ecossistema é o programa Desmatamento Evitado, desenvolvido pela SPVS. Em 12 anos de operação, os resultados apontam para um sucesso de mais de 36% de Reservas Particulares do Patrimônio Natural, criadas e manejadas, em relação ao número de proprietários apoiados ao longo do período.

A Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Mata do Uru é um exemplo. Mantida pelo Grupo Positivo, por meio do Instituto Positivo em parceria com a SPVS e família Campanholo, fica região da Lapa (PR), a área de cerca de 128 hectares, ao lado de quase 300 hectares do Parque Estadual do Monge, abriga uma área preservada de Floresta com Araucária. Lá é realizado o Programa de Educação Ambiental, que convida os visitantes a conhecer a fundo a Floresta com Araucária e todas as suas peculiaridades.

Controvérsias
No entanto, de acordo com Borges, existe um conjunto amplo de atividades que não estão direcionadas à conservação da biodiversidade envolvendo a espécie Araucaria angustifolia e que não devem ser interpretados equivocadamente. “Estímulos ao plantio de araucária para finalidades econômicas é um trabalho paralelo, que pode ser admitido, mas que é secundário em relação a ações diretas de conservação de áreas naturais”, acentua.

Também ocorrem muitas iniciativas relacionadas ao "manejo sustentável" de araucária, pleiteando a exploração das árvores maiores nos últimos remanescentes como a "única forma de conservação" existente. “Uma afirmação mentirosa e demagógica, mas que politicamente é aceita em setores de órgãos ambientais do governo e na própria academia em situações isoladas”, reclama Borges.
Por fim, a intensificação de ações e projetos de conservação e preservação da espécie é condição obrigatória para que a araucária sobreviva. Caso contrário, num prazo não muito longo, a espécie será uma imagem bordada na bandeira do Paraná e vista e conhecida apenas em fotografias e livros didáticos.


 Fotos
Divulgação



Sobre o Instituto Positivo
Alinhado à estratégia de sustentabilidade e em consonância com a principal vocação do Grupo Positivo, o Instituto Positivo tem a Educação como foco prioritário. Ele articula e promove iniciativas que contribuam para o aumento da qualidade da educação básica do país, direcionando os seus investimentos para ações sustentáveis e estruturantes. O IP atua por meio de três frentes: Fortalecimento da Gestão Municipal para a Educação, Produção e Disseminação de Conhecimento e Mobilização Social Estruturada.

Sobre a Rede de Especialistas de Conservação da Natureza
A Rede de Especialistas de Conservação da Natureza é uma reunião de profissionais, de referência nacional e internacional, que atuam em áreas relacionadas à proteção da biodiversidade e assuntos correlatos, com o objetivo de estimular a divulgação de posicionamentos em defesa da conservação da natureza brasileira. A Rede foi constituída em 2014, por iniciativa da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza.

Sobre o Programa Desmatamento Evitado
Anteriormente chamado de Programa de Adoção de Floresta com Araucária, o Programa Desmatamento Evitado é um exemplo de ação bem sucedida envolvendo a iniciativa privada para a conservação de áreas naturais ameaçadas. Iniciado em 2003, o Programa apresenta como principal objetivo a conservação dos últimos remanescentes em bom estado de conservação da Floresta com Araucária, estabelecendo um mecanismo de “adoção de áreas”, em que a SPVS identifica e cadastra proprietários, os aproximando de empresas interessadas em apoiá-los, bem como a conservação dos remanescentes em suas propriedades. Em 2007, o Programa ganhou escala por meio de novas parcerias firmadas e, desde então, apresenta um resultado de mais de 4.500 hectares de remanescentes e cerca de 33 propriedades apoiadas – distribuídas nos três estados do sul do Brasil – viabilizadas pelo apoio de 17 instituições.

Sobre a SPVS
A Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental (SPVS) é uma instituição brasileira, fundada em 1984, em Curitiba. É reconhecida como uma das organizações não-governamentais conservacionistas mais atuantes no Brasil. Uma das características mais acentuadas das atividades desenvolvidas pela SPVS diz respeito à inovação, como prática para incorporar valor às ações de conservação de natureza, estabelecer uma conceituação adequada sobre o tema e dar escala para uma agenda de iniciativas que hoje começam a ser incorporadas nos negócios e percebidas como essenciais às atividades econômicas e à qualidade de vida das pessoas.

Nos primeiros oito meses do ano, 226 vidas foram poupadas no trânsito do Estado de São Paulo



De janeiro a agosto, houve queda de 6% no número de mortes em relação ao mesmo período de 2015; redução dos acidentes com vítimas foi de 23%
 
As mortes decorrentes de acidentes de trânsito no Estado de São Paulo tiveram queda de 6% no acumulado do ano em relação ao mesmo período de 2015, segundo levantamento do Sistema de Informações Gerenciais de Acidentes de Trânsito do Estado de São Paulo (Infosiga SP). Foram 226 óbitos a menos nos primeiros oito meses de 2016.



Com relação ao mês de agosto, houve queda de 5% nos óbitos relacionados a acidentes de trânsito em relação ao mesmo período de 2015.
Os acidentes com vítimas também mostraram redução tanto no acumulado do ano quanto no mês de agosto, sempre comparando com o mesmo período do ano anterior. No acumulado houve uma diminuição de 23% nas ocorrências. E em relação ao mês de agosto houve queda de 20%, demonstrando índices muito positivos e colaborando para que a meta para 2020, de redução em 50% no número de vítimas fatais em decorrência de acidentes de trânsito seja alcançada.
O Infosiga SP traz informações mensais sobre óbitos e acidentes com vítimas em consequência de ocorrências no trânsito.
A publicação refere-se sempre ao mês anterior, com dados de acidentes no Estado de São Paulo, incluindo seus 645 municípios, que ficam disponíveis através do site www.infosiga.sp.gov.br.
O documento apresenta dados do gênero, faixa etária, perfil da vítima e tipos de acidentes. Do total de óbitos de acidentes de trânsito ocorridos em agosto de 2016, por exemplo, 80% envolveram pessoas do sexo masculino, 27% eram jovens de 18 a 29 anos, 37% foram provocados por colisões e 30% atropelamentos. Os dados deste mês apontam que a maior parte das vítimas eram motociclistas (30%) e pedestres (29%).
Para mais informações sobre a metodologia do Infosiga SP, acesse: http://www.infosiga.sp.gov.br/relatorios/Nota%20tecnica_Infosiga-SP_finalfinal.pdf
Ações do Governo do Estado para reabilitação de pacientes vítimas de trauma
A Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência, com o apoio do Movimento Paulista de Segurança no Trânsito, vem desenvolvendo ações de treinamento e capacitação para profissionais da saúde das redes de atendimento de emergência e hospitais gerais dos 15 municípios conveniados. Essa capacitação tem o objetivo de reabilitar pacientes em fase inicial de tratamento de lesões traumáticas. Alguns diagnósticos serão priorizados neste atendimento, entre eles trauma raquimedular (TRM) ou cranioencefálico (TCE) e politraumatismo.
Essas equipes são compostas por médicos, enfermeiros, auxiliares técnicos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e assistentes sociais.
Esses profissionais treinados assumem o compromisso de serem os multiplicadores dessas orientações e cuidados em suas unidades de saúde. O material didático será disponibilizado permanentemente pela própria Secretaria.
O treinamento é presencial, tem duração de um dia e é oferecido por profissionais da Rede Lucy Montoro.
Convênio com municípios
Em fevereiro de 2016, O governador Geraldo Alckmin assinou convênios com 15 municípios - Amparo, Atibaia, Barretos, Catanduva, Fernandópolis, Itanhaém, Jacareí, Piedade, Praia Grande, Registro, Ribeirão Preto, São Carlos, São José do Rio Preto, São Roque e Sorocaba. No total, estão sendo investidos R$ 10,5 milhões de recursos do Estado para investimentos em iniciativas voltadas para fiscalização, sinalização e educação para o trânsito.
Foram considerados municípios com números médios superiores a 15 óbitos por 100 mil e escolhidos por faixa populacional (até 100 mil habitantes, até 200 mil, até 400 mil e acima de 400 mil).
Nestes municípios, estão sendo realizadas visitas de diagnóstico e construídos planos de ação para antecipar situações e realizar melhorias com relação à infraestrutura, fiscalização e conscientização. Um dos exemplos é a formação de um Comitê de Segurança de Trânsito em cada município. O Comitê é composto por representantes dos órgãos e setores com atuações relacionadas ao tema (Polícias Militar e Civil; Setores de Engenharia de Tráfego, Educação e Fiscalização no Trânsito; Unidades de Saúde/Hospitais; SAMU; Corpo de Bombeiros; Detran; Concessionárias/DER) com o objetivo de realizar análises e levantamentos de possíveis causas e soluções para a redução de acidentes e óbitos nos municípios.
Sobre o Movimento Paulista de Segurança no Trânsito
O Movimento Paulista de Segurança no Trânsito foi lançado em agosto de 2015. É um programa que tem como principal objetivo reduzir pela metade as vítimas fatais no trânsito no Estado até 2020. É um programa inspirado na “Década de Ação pela Segurança Viária” estabelecida pela Organização das Nações Unidas (ONU) para o período de 2011 a 2020.
O comitê gestor é coordenado pela Secretaria de Governo e composto por mais nove Secretarias de Estado: Casa Civil, Segurança Pública, Logística e Transportes, Saúde, Direitos da Pessoa com Deficiência, Educação, Transportes Metropolitanos, Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação, Planejamento e Gestão - por meio do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-SP) -, responsáveis por construir um conjunto de políticas públicas para redução de vítimas de acidentes de trânsito no Estado.
Para que a meta de redução de 50% no número de vítimas fatais em decorrência de acidentes de trânsito seja alcançada, o Governo vem intensificando esforços em atividades voltadas à educação no trânsito, segurança das vias e veículos, além de gestão nas respostas para acidentes.
O Movimento Paulista de Segurança no Trânsito acontece também com o envolvimento da sociedade civil, a parceria técnica da Consultoria Falconi e a parceria estratégica do Centro de Liderança Pública - CLP.
As empresas engajadas são Ambev, Abraciclo, Arteris, Banco Itaú, Porto Seguro, Optas e Grupo Ultra. Dentre os apoiadores, a Abraciclo, por exemplo, tem um programa chamado Moto Check-Up, de avaliação de motos e conscientização no trânsito. Em cada evento, que dura em média três dias, são avaliados gratuitamente 21 itens de segurança das motocicletas presentes.
Já a Arteris possui o Projeto Gerar, um Grupo Estratégico de Redução de Acidentes. Esse núcleo agrega profissionais de diversas áreas com o objetivo de implantar planos de ação para a segurança viária, assim como de estudar formas de aprimorá-la cada vez mais.


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