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sexta-feira, 28 de abril de 2023

Classe C*, poder de compra e alimentação: Motivações de decisão, hábitos, preferências dentro e fora do lar

Vamos juntos desvendar as igualdades e diferenças quando segmentamos os consumidores por classe social e algumas oportunidades e desafios para a prosperidade do setor

 

Recentemente nos indagaram sobre a diferença dos hábitos de consumo entre as classes sociais... Como especialistas no setor, nos debruçamos, inicialmente, sobre os fatos e dados que temos em nossa última pesquisa realizada entre os dias 19 a 26 de setembro de 2022, em uma metodologia quantitativa online, que abrange o Brasil todo e 1.045 entrevistas com consumidores a partir de 18 anos de idade, das classes A, B e C, sendo 40% da Classe C.

A pesquisa revelou que para o almoço em dias úteis, os locais em que os respondentes costumam frequentar com a intenção de se alimentar foram: primeiramente em casa, seguido pelos restaurantes de autosserviço (quilo ou preço fixo) e pelos restaurantes e lanchonetes de serviço rápido. E ainda, com uma relevância de 21% das respostas da amostra total, tivemos os restaurantes de serviço completo (com garçons) – neste caso, 16% dos respondentes da classe C informaram frequentar este tipo de local para o seu almoço em dias úteis.

Locais que costumam frequentar – ALMOÇO EM DIAS ÚTEIS

Classe A
(159)

Classe B
(469)

Classe C
(417)

Total
(1045)

Em casa

31%

47%

57%

49%

Restaurante de autosserviço

44%

40%

24%

34%

Restaurante de serviço rápido

35%

41%

23%

27%

Restaurante de serviço completo

31%

22%

16%

21%

Antes de prosseguir nas investigações para outras ocasiões de consumo é importante registrar quais foram as três principais motivações apontadas por estes consumidores na pesquisa, que os levam a consumir presencialmente em bares, restaurantes, lanchonetes e outros locais do foodservice:

  1. Encontro com amigos e familiares
  2. Pratos/ Menus novos e inovadores e/ ou que não podem ser reproduzidos em casa
  3.  No terceiro lugar, tivemos um empate estatístico entre:
    1. Ambientes com conceitos novos e interessantes  
    2. Almoço por conveniência/ necessidade

MOTIVAÇÕES PARA CONSUMIR PRESENCIALMENTE EM BARES, RESTAURANTES, LANCHONETES (FOODSERVICE)

Classe A
(159)

Classe B
(469)

Classe C
(417)

Total
(1045)

Encontro com amigos e familiares

65%

63%

65%

64%

Pratos/ Menus novos, inovadores, não reprodutíveis

49%

51%

34%

44%

Ambiente com conceitos novos e interessantes

40%

38%

30%

36%

Almoço por conveniência/ necessidade

42%

33%

30%

33%

Tendo estas motivações na mente, nos aprofundamos, portanto, em outras ocasiões de consumo relevantes, como celebrações de aniversários, encontro com amigos, refeições no dia a dia com a família e alimentação pressionada pelo tempo.

Para o encontro com os amigos, descobrimos que a classe C se comporta da mesma forma que o total da amostra, ou seja, escolhe primeiramente ir aos restaurantes de serviço completo/ com garçons e em seguida frequenta os restaurantes de serviço rápido/ sem garçons.

Locais que costumam frequentar – ENCONTRO COM AMIGOS E FAMILIARES

Classe A
(159)

Classe B
(469)

Classe C
(417)

Total
(1045)

Restaurante de serviço completo

53%

54%

40%

48%

Restaurante de serviço rápido

45%

43%

37%

41%

Ao analisar o comportamento para as celebrações de aniversário e refeições do dia a dia com a família, temos uma inversão entre o primeiro local e o segundo. Enquanto para a amostra total há maior incidência de escolha respectivamente do restaurante de serviço completo na ocasião de celebração de aniversário e para o restaurante de serviço rápido nas refeições do dia a dia, para a classe C temos o primeiro local sendo em casa nestas duas ocasiões.

Locais que costumam frequentar – CELEBRAÇÕES DE ANIVERSÁRIO

Classe A
(159)

Classe B
(469)

Classe C
(417)

Total
(1045)

Restaurante de serviço completo

60%

58%

36%

50%

Em casa

32%

38%

52%

43%

 

Locais que costumam frequentar – REFEIÇÕES DO DIA A DIA

Classe A
(159)

Classe B
(469)

Classe C
(417)

Total
(1045)

Restaurante de serviço rápido

53%

49%

37%

45%

Em casa

33%

36%

49%

41%

Outra ocasião que temos diferenças é a da alimentação pressionada pelo tempo. O serviço rápido é o local mais frequentado (38% total x 32% classe C), mas o segundo lugar diverge. Para o total da amostra é no restaurante de autosserviço (29% total x 20% classe C), e para a classe C é “em casa” (23% amostra total x 31% classe C).

Locais que costumam frequentar – ALIMENTAÇÃO PRESSIONADA PELO TEMPO

Classe A
(159)

Classe B
(469)

Classe C
(417)

Total
(1045)

Restaurante de serviço rápido

44%

41%

32%

38%

Restaurante de autosserviço

37%

33%

20%

29%

Em casa

37%

20%

31%

23%

Depois de explorarmos estas ocasiões nas quais o consumidor frequenta os locais para se alimentar, perguntamos aos consumidores se eles ou seus familiares faziam pedidos de delivery (ou take away - retirar o pedido no estabelecimento). Na amostra total a resposta foi positiva para 80% do total. Já para a classe C o número caiu um pouco, para 71%. No entanto, ambos são muito significativos, indicando este hábito de comer fora do local (em casa, no trabalho, onde quiser) comida preparada em estabelecimentos de foodservice atinge todas as classes A, B e C, com maior incidência na A (94%) e na B (83%).

Em resumo, compreendemos que as motivações são semelhantes entre as classes sociais, porém os dados de frequência dos diferentes consumidores nos estabelecimentos que preparam refeição fora de casa nos apontam hipóteses de ordem econômica e de acesso, para uma menor incidência de frequência fora do lar, do que dentro do lar, na Classe C.

Para que possamos nos aprofundar um pouco mais nos hábitos e preferências, a pesquisa abordou também quais culinárias que os consumidores preferem comer em restaurantes, cafés, padarias, bares e similares, para as 15 culinárias ou pratos mais significativos.

Em um primeiro bloco, composto por Pizzas, Sanduíches (hamburgueres, cachorro-quente, wraps e outros), não há diferença significativa para a amostra total e para a Classe C. Cerca de 30% dos consumidores preferem consumi-los nos locais, seguido por comprá-los no delivery (50% para pizzas e outros 37% para sanduíches). Portanto, estas culinárias são preferencialmente consumidas no foodservice, seja no local ou por delivery, pelos respondentes, independentemente de classe social.

Em um segundo bloco, composto por Açaís, Sorvetes, Cafés. Chás, Sucos. Vitaminas (e similares), Bolos e Doces, Massas, Saladas e Pokes, Comida Brasileira caseira, Comida Vegana e Vegetariana as diferenças de hábitos são leves, cerca de 5 a 6 pontos percentuais menor em incidência de preferência para consumi-las fora de casa para a Classe C com relação ao total, porém, mantendo o hábito de preferir consumir estas culinárias no foodservice, variando entre 9 e 41%, dependendo da culinária.

E no terceiro bloco, composto por Comida Asiática (chinesa, japonesa etc.), Grelhados/Churrascos/Espetos, Culinárias Internacionais (Árabe, Mexicana, Portuguesa etc.), Peixes e Frutos do Mar e a Culinária Brasileira Regional (nordestina, mineira etc.), a diferença se amplia para entre 9 e 13 pontos percentuais menor em incidência de preferência para consumi-las fora de casa para a Classe C com relação ao total, porém, mantendo o hábito de preferir estas culinárias no foodservice entre 19 e 29%.

Para finalizar, temos uma diferença importante no hábito de consumo de 3 tipos de culinária, que merecem investigações mais profundas para compreender as oportunidades e motivações: a classe C indica que 65% não consomem culinária vegana/ vegetariana, 58% respondem que não consome culinária asiática (chinesa, japonesa etc.) e 52% dos respondentes da Classe C indicam que não consomem culinárias internacionais (árabe, mexicana, portuguesa, entre outras). As causas ou motivações podem ser associadas ao conhecimento da culinária, acesso à experimentação ou econômico.

CULINÁRIAS NÃO CONSUMIDAS
PELAS CLASSES SOCIAIS

Classe A
(159)

Classe B
(469)

Classe C
(417)

Total
(1045)

Vegana/ Vegetariana

37%

55%

65%

57%

Asiática (chinesa, japonesa etc.)

23%

34%

58%

42%

Outras culinárias internacionais (árabe, mexicana, portuguesa, entre outros)

16%

29%

52%

36%

Pudemos perceber que ao deixar uma pergunta em aberto, em relação aos ingredientes ou pratos que os tinham surpreendido positivamente nos 3 últimos meses que antecederam à pesquisa, PEIXE CRU ficou entre os itens mais citados, além de Pimenta, Páprica, Açafrão e Açaí. Talvez isso indique a falta de conhecimento e experimentação de algumas culinárias, como a japonesa, além do acesso econômico.

Para fechar a pesquisa, perguntamos às 1.045 pessoas o que pediriam aos donos de restaurante. As duas principais respostas foram associadas ao lançamento de produtos mais baratos e gostosos e ao não sacrifício da qualidade, sendo mais relevantes a questão do acesso econômico vir junto com o sabor para os respondentes das Classes B e C, e a questão da qualidade para os respondentes da Classe A.

PEDIDOS AOS DONOS DE RESTAURANTES, BARES E SIMILARES

Classe A
(159)

Classe B
(469)

Classe C
(417)

Total
(1045)

Lancem produtos mais baratos e gostosos

29%

42%

52%

44%

Não sacrifiquem a qualidade dos produtos

41%

33%

28%

32%

Como conclusão inicial, identificamos que a Classe C é relevante em seu hábito de consumir alimentação preparada fora do lar, seja no consumo no local ou fora do local dos estabelecimentos, e há uma diversidade de culinárias e ocasiões de consumo mais preponderantes.

Em um momento em que se discute aspectos importantes da reforma tributária em nosso país, olhar as necessidades desta classe social e os pedidos que fazem aos donos de restaurante nos revelam que nosso trabalho de manter o setor o mais competitivo possível, com acesso às tendências e inovações para redução de desperdícios, preservação do sabor e da qualidade dos alimentos e proporcionar custos menores é muito importante e merece atenção de todo nosso mercado para que haja prosperidade no setor de alimentação preparada fora do lar (foodservice).

Mais informações sobre a Pesquisa podem ser encontradas em https://galunion.rds.land/pesquisa-com-consumidores-galunion-6edicao-2022

Caso desejem saber mais, entrem em contato com sgalante@galunion.com.br ou pelo site www.galunion.com.br.

(*) – Classificação por classes pelo Critério Brasil, da ABEP. Mais informações em https://www.abep.org/criterio-brasil 


Simone Galante - fundadora e CEO da Galunion, consultoria especializada em alimentação fora do lar e catalisadora de conhecimento, network e inovação em prol dos negócios e dos profissionais do setor. A Galunion atua em projetos de consultoria e estratégia, estudos, missões técnicas, eventos e soluções inovadoras. Engenheira de alimentos, Simone tem mais de 25 anos de experiência no mercado de foodservice. Pela Galunion, realizou mais de 270 projetos customizados de consultoria para empresas e associações líderes do mercado brasileiro de alimentação fora do lar.


No estágio, todo mundo sai ganhando

Veja quais as vantagens dessa modalidade para os envolvidos


O estágio é um ato educativo escolar supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho. Para grande parte dos jovens, é a principal forma de ingressar no mercado e dar início à carreira. Sendo assim, é fundamental apoiar e incentivar essa modalidade. Porém, para ajudar no desenvolvimento desses futuros trabalhadores e, consequentemente, do nosso país, alguns pontos devem ser esclarecidos.


As vantagens do estágio

Essa experiência é crucial para a sequência da trajetória laboral, pois o projeto visa o ensinamento de competências próprias da profissão e a contextualização curricular. O objetivo é desenvolver o educando para a vida cidadã e corporativa. Logo, além de complementar, na prática, o aprendizado acadêmico do aluno, prepara-o para assumir e desempenhar as atividades de sua formação.

Para concorrer a uma oportunidade, é necessário estar matriculado e frequentando regularmente algum curso de ensino superior, médio, profissional, especial ou dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da educação de jovens e adultos - EJA. Segundo o último censo Inep/MEC, existem mais de 17,4 milhões de pessoas aptas a esse posto, mas apenas 900 mil, pouco mais de 5%, têm esse privilégio. Quem faz pós-graduação, MBA, mestrado e doutorado também têm essa possibilidade. Para isso acontecer, basta constar no projeto pedagógico.

A principal diferença para a Consolidação das Leis do Trabalho - CLT é a não criação de vínculo empregatício entre as partes. Porém, o estudante está protegido pela Lei 11.788/2008, lhe garantindo alguns direitos. Esse colaborador recebe uma bolsa-auxílio mensal, estipulada pela empresa. Lembrando, não existe um piso ou teto para esse valor. No entanto, o ideal é oferecer uma quantia compatível com os requisitos exigidos, as tarefas executadas e o custo de vida local. Afinal, esse dinheiro, muitas vezes, é utilizado para arcar com gastos estudantis, ajudar nas contas de casa ou sustentar uma família. Caso a remuneração ultrapasse a faixa de isenção da Tabela do IRRF (Imposto de Renda Retido na Fonte), um desconto na fonte pode ocorrer.

Também é obrigatório o pagamento do auxílio-transporte, quando for necessário o deslocamento. Ou seja, quem exerce o modelo remoto não tem esse benefício. Aliás, essa é uma ótima opção para todos os envolvidos. Afinal, moradores de cidades pequenas podem atuar em grandes metrópoles e os contratantes ganham um leque maior de candidatos para encontrar o match perfeito para sua vaga. Nesse caso, é interessante a empresa proporcionar um auxílio home office ou equipamentos de qualidade para o indivíduo otimizar seu rendimento, evoluir cada dia mais e entregar bons resultados.

A carga horária é limitada para não atrapalhar o rendimento nos estudos. Dessa forma, não pode ultrapassar seis horas diárias e 30h semanais. Nas vésperas de provas, pode ocorrer um acordo entre as partes para redução da jornada pela metade. Para isso, a concedente deve ser informada das datas no início do período letivo. É facultado o desconto dessas horas. A cada 12 meses na corporação, esse membro tem direito a 30 dias de recesso remunerado (ou proporcional). Aqui, aconselho a conciliar esse momento com as férias escolares. Assim, é possível um descanso completo, aproveitar com familiares e amigos ou tirar do papel algum projeto pessoal.

Ademais, os gestores têm a opção de oferecer os mesmos benefícios dos efetivos. Isso fica a cargo da empregadora. Ela pode conceder premiações, vale-refeição, day off no aniversário, sorteios e metas. Isso é uma forma de motivar a equipe e preparar esse futuro talento para a organização.


Quais benefícios o estagiário não tem direito?

Para incentivar esse tipo de admissão, as companhias ficam livres de algumas obrigações. Sendo assim, há a isenção de impostos e direitos trabalhistas, tais como FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), 1/3 sobre férias, multa rescisória de 40% e 13º salário. Essa contrapartida serve para ampliar essa tradição nas instituições, pois é um fator de contribuição decisivo para inserir e integrar o estudante ao mundo corporativo. Ademais, existem outras vantagens para o estabelecimento, como a oportunidade ímpar de identificar potenciais talentos para o quadro de funcionários a partir da filosofia própria da organização e sem vícios de experiências anteriores.

Todos os detalhes do acordo devem constar no Termo de Compromisso de Estágio - TCE. Logo, precisa ser cumprido conforme a respectiva legislação e pode ser rescindido, sem aviso prévio, por qualquer uma das partes. Cabe à instituição de ensino o direito de solicitar encerramento, caso perceba alguma irregularidade.

Entretanto, quem está apto a efetuar esse tipo de contratação? De acordo com a legislação, pessoas jurídicas de direito privado e os órgãos da administração pública direta, autárquica e fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, bem como profissionais liberais devidamente registrados em seus respectivos conselhos de fiscalização, podem oferecer essas admissões. Portanto, médicos, dentistas, engenheiros, arquitetos e advogados, por exemplo, têm essa possibilidade.

Para isso, podem contar com os agentes de integração associados à Abres. Essas empresas fazem a conexão entre a contratante, o colaborador e a instituição de ensino. Cada uma delas tem seu jeito de trabalhar e as alternativas para seus clientes. Os serviços mais oferecidos são a divulgação de vagas, captação de interessados, realização de processos seletivos e a seleção do melhor candidato. Além disso, ficam responsáveis pela administração do contrato desse integrante, acabando com a chance de irregularidades e mantendo o acordo dentro da lei. Por conta da experiência no assunto e o amplo alcance, proporcionam facilidades para as corporações.

Os líderes devem manter à disposição da fiscalização documentos para comprovar a relação e enviar para universidade ou escola, com periodicidade mínima de seis meses, um relatório de atividades. Os responsáveis precisam ficar atentos à regularidade da situação escolar, pois o desligamento, trancamento ou abandono do curso impedem a sua continuidade no time.

Além disso, é celebrado um Seguro de Acidentes Pessoais. Ele abrange ocorrências durante o período de vigência do compromisso, 24 horas por dia, em todo território nacional. Os capitais segurados cobrem morte ou invalidez permanente, total ou parcial. Os valores de indenizações constam no Certificado Individual de Seguro de Acidentes Pessoais e são compatíveis com o mercado.

Portanto, abra as portas do seu negócio para os jovens talentos espalhados por todo o Brasil. Eles estão cheios de vontade de aprender e mostrar seu potencial ao mundo. Você estará ajudando a economia, a educação e construindo um futuro melhor para o nosso país. Essa luta é de todos nós. Conte com a Abres!


Carlos Henrique Mencaci - presidente da Associação Brasileira de Estágios – Abres


Veja como declarar criptomoedas no Imposto de Renda 2023

Receita Federal criou neste ano novos códigos para cada tipo de criptoativo. Prazo para a entrega da declaração termina no dia 31 de maio

 

Com a popularização das criptomoedas, os contribuintes que aplicam neste tipo de pagamento digital ficam com dúvidas sobre o passo a passo para declarar esses recursos no Imposto de Renda. Por outro lado, as crescentes transações despertaram o interesse do Direito Tributário e levaram a Receita Federal do Brasil a estabelecer novas diretrizes a cada ano em relação à declaração das moedas digitais.

Criptomoeda é um sistema de pagamento digital que não depende de bancos para verificar e confirmar transações, por isso, costuma-se chamar de sistema financeiro descentralizado. Diferentemente do dinheiro físico, que pode ser transportado e trocado no mundo real, os pagamentos em criptomoeda existem unicamente como valores digitais em um banco de dados on-line que documenta transações específicas.

“Ao transferir fundos de criptomoeda, as transações são registradas em um livro contábil público, a Blockchain, e normalmente ficam em carteiras digitais”, explica a advogada tributarista Marília Cavagni, sócia da CPP Law.

Já os NFTs (Non-Fungible Tokens) são tokens que não podem ser substituídos e são representativos de direitos sobre bens digitais ou físicos, como colecionáveis, obras de arte e imóveis. Esses arquivos são registrados pelo sistema blockchain — mesma tecnologia que também envolve as moedas digitais.


É obrigatório declarar criptoativos?

Por meio da Instrução Normativa n°1.888, ficou obrigatório desde 2019 a declaração de ativos digitais. No entanto, em 2023, a Receita está usando dados repassados pelas corretoras com operações no Brasil e também criou códigos específicos para a declaração para segmentar os diferentes tipos de criptos e rastrear melhor essas aplicações dos contribuintes. Então, é importante preencher direito para não cair na malha fina.


Quem é obrigado a declarar?

A propriedade de criptomoedas por si só não enseja tributação. Contudo, tanto pessoas físicas quanto jurídicas devem declarar a propriedade em suas declarações quando as operações, isolado ou conjuntamente, ultrapassar R$ 30 mil. Devem declarar:

1.   A exchange de criptoativos domiciliada para fins tributários no Brasil;

2.   A pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no Brasil quando as operações forem realizadas em uma corretora de criptoativos no exterior ou quando as operações não forem realizadas em uma corretora. Nesse caso, as informações deverão ser prestadas sempre que o valor mensal das operações, isolado ou conjuntamente, ultrapassar os R$ 30 mil.

Segundo a Receita Federal, a obrigatoriedade de prestar informações aplica-se à pessoa física e jurídica que realizar qualquer das operações com criptoativos a seguir:

1.   Compra e venda;

2.   Permuta;

3.   Doação;

4.   Transferência de criptoativo para a exchange;

5.   Retirada de criptoativo da exchange;

6.   Cessão temporária (aluguel);

7.   Doação em pagamento (troca de um bem por outro);

8.   Emissão;

9.   Outras operações que impliquem transferência de criptoativos.


Como declarar?

Afinal, devo declarar nos campos Bens e Direitos ou em Ganhos de Capital? São duas coisas diferentes, porém necessárias. A primeira parte é a declaração em si, cujo programa está disponível no site da Receita Federal. No atual Exercício 2023 (Ano-calendário 2022), o prazo de entrega é 31 de maio de 2023.

Criptomoedas adquiridas por mais de R$ 5 mil que não foram vendidas e estavam em posse do declarante até 31 de dezembro de 2022 não são taxadas pela Receita Federal, mas devem ser inseridas na declaração de Imposto de Renda. Aqui não se consideram transações feitas em corretoras estrangeiras.

Acesse a ficha “Bens e Direitos”, selecione o grupo “08 – Criptoativos” e escolha um dos códigos disponíveis.


O código 01, por exemplo, é exclusivo do criptoativo Bitcoin (BTC) e é o mais comum adquirido pelas pessoas, mas há outros, conforme tabela abaixo. As Altcoins receberam o código 02; as Stablecoins o código 03; as NFTs o 10; e, por fim, Outros Criptos, o código 99. Neste ano, o código dedicado aos NFTs é novidade no programa da Receita Federal.

 


 



 

O contribuinte deve informar o valor de aquisição dos criptoativos e não o valor atual de mercado. “Se ele fez quatro compras durante o ano de 2022, por exemplo, de R$ 5 mil cada uma, deve colocar o custo total de R$ 20 mil”, explica a advogada Marília.

Já no campo “Discriminação”, tem que ser detalhado o tipo e a quantidade do ativo, além do nome e do CNPJ da empresa onde está custodiado. Em caso de custódia própria, informe o modelo de carteira digital usado.

“Essa informação já vem no informe cedido pela corretora ou o contribuinte pode encontrá-la no documento de compra. É importante conferir porque, é difícil, mas pode haver inconsistências. Se a informação sobre cripto já vier preenchida previamente pela Receita na declaração, o campo de valor de aquisição estará zerado e então é preciso preencher manualmente”, destaca Mariana Ramilo Santos, advogada tributarista do escritório Rayes & Fagundes.

A Receita Federal informou que, caso algum dado esteja erroneamente preenchido automaticamente ou se seu custo de aquisição não alcançar o mínimo de R$ 5 mil, o contribuinte tem a liberdade para apagar ou editar a informação antes de enviar no programa.

Especificamente para criptomoedas adquiridas por meio de mineração ou staking (incluindo recompensas em DeFi), o contribuinte deve informar valor de aquisição zerado.

Apuração de Ganhos de Capital

O que isso significa? Que o eventual lucro obtido na venda de Bitcoin e demais criptomoedas, se ultrapassado o limite da isenção tributária para esses ativos virtuais, pode estar sujeita ao pagamento de imposto sobre os ganhos obtidos na negociação.

Esta apuração é realizada por meio de um programa específico da Receita Federal, distinto do programa de preenchimento e entrega da Declaração de Ajuste Anual do IRPF. Diferentemente do prazo limitado para a entrega da declaração, a apuração de Ganho de Capital com criptomoedas deve ser apurada mensalmente. “Caso contrário, há uma multa de 3% sobre o valor da operação”, diz a advogada Mariana Santos.

“Até R$ 35 mil, as vendas mensais de criptomoedas são isentas de Imposto de Renda. Aqui, entra o total de criptoativos negociados no Brasil ou no exterior, independentemente do nome. Já as regras para a declaração de NFTs são as mesmas de criptoativos em geral”, completa a advogada.

Como é cobrado o imposto?

Já o imposto sobre o lucro adquirido na venda de criptoativos é cobrado sobre as negociações que ultrapassarem R$ 35 mil por mês, segundo alíquotas progressivas estabelecidas (15% a 22,5%), conforme tabela progressiva abaixo. As operações com valor inferior ou igual estão isentas de tributação.

 


O pagamento do imposto deve ser feito por meio de Documento de Arrecadação de Tributos Federais (Darf) até o último dia útil do mês seguinte à operação, usando código de receita 4600.

 

Cibele Gandolpho
https://dcomercio.com.br/publicacao/s/veja-como-declarar-criptomoedas-no-imposto-de-renda-2023


Lei 14.457/22 faz aumentar a procura por Canais de Denúncias pelas empresas

Essa nova legislação institui o “Programa Emprega + Mulheres” e estabelece a adoção de medidas que determinam a disponibilização obrigatória de um Canal de Denúncias e a realização de treinamentos de prevenção contra o assédio nas empresas com CIPA. 

 

Agora é lei! Até o dia 22 de março, todas as empresas com “Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e Assédio” (CIPA), independentemente do seu porte ou área de atuação, devem implementar um Canal de Denúncias como parte obrigatória do cumprimento das normas da Lei 14.457/22.

 

Essa legislação recente altera a CLT e institui o Programa Emprega + Mulheres, impondo uma série de medidas que visam o incentivo e a manutenção do público feminino no mercado de trabalho.

 

Entre as diversas mudanças impostas, está a flexibilização das jornadas de trabalho para mães e pais com filhos até 6 anos, o apoio para o retorno ao trabalho após o término da licença maternidade, entre outras ações. 

 

Além desses aspectos, destaca-se um dos mais importantes trechos da lei, que se refere às “Medidas de Prevenção e Combate ao Assédio Sexual e Outras Formas de Violência no Âmbito do Trabalho”. 

 

Para isso, torna-se obrigatória a disponibilização de um Canal de Denúncias com possibilidade de anonimato, para receber potenciais relatos de comportamentos abusivos.

 

Desde sua publicação, em 22 de setembro do ano passado, muitas empresas têm buscado entrar em conformidade com essas diretrizes, realidade que intensificou a procura por organizações especializadas na implementação de Canais de Denúncias e no fornecimento dos treinamentos obrigatórios, conforme explica Diego Galvão, sócio-diretor da Contato Seguro, empresa líder neste segmento há mais de 10 anos. 

 

“A procura pelo Canal sempre foi constante, mas aumentou consideravelmente nos últimos meses. Nunca tinha sido visto um movimento tão forte de clientes buscando ativamente pela nossa solução. Os últimos 6 meses têm superado todas as expectativas das nossas áreas de negócios.” 

 

Quando pontuado em números, os dados relativos ao período entre setembro de 2022 até março de 2023 — em comparação com o mesmo trecho no ano anterior — revelam um salto de aproximadamente 107,74% no crescimento da procura pelo Canal de Denúncias da Contato Seguro.

 

Outro aspecto importante, acentuado neste mesmo intervalo de tempo, é a ampliação da presença das empresas com menos de mil colaboradores no grupo de organizações requerendo a implementação dessa ferramenta, indicado pelo aumento percentual aproximado de 105,26%.

 

Sobre essa mudança, Galvão destaca a influência positiva da nova lei no “despertar” dessas empresas com um número menor de funcionários para os benefícios da ferramenta, capazes de extrapolar o objetivo de conter somente os casos de assédio, sendo útil na detecção e combate a diversas irregularidades com potencial destrutivo para a reputação e resultados dos negócios, como fraudes, bullying, discriminação, desvio de ativos, entre outros casos.

 

“Por muito tempo houve um equívoco em relação ao Canal de Denúncias, que era visto como uma ferramenta cara e um privilégio das grandes empresas. Nesse movimento de adequação à lei, as organizações menores têm ‘descoberto’ o quanto essa solução é acessível e os inúmeros benefícios proporcionados por ela. Um caso de discriminação, por exemplo, pode ‘explodir’ nas redes sociais e aniquilar a imagem pública de um negócio. O Canal atua, justamente, no combate efetivo a esses problemas, protegendo não só a reputação, mas a lucratividade e a sobrevivência de um negócio”, argumenta. 

 

Entre o mês de fevereiro e a presente data, o movimento se intensificou ainda mais, uma vez que o período de adequação termina no dia 22 de março, quando se finalizam os 180 dias do prazo estipulado pela lei.

 

Essa intensificação na busca das organizações pela implementação rápida da plataforma e, consequentemente, pela conformidade com a Lei 14.457/22 pode ser justificada por razões bastante específicas: o descumprimento das normas pode gerar uma série de multas e outras penalidades aplicadas pelo Ministério do Trabalho

 

“No último mês, temos observado as empresas em uma ‘corrida contra o tempo’ para implementar o Canal de Denúncias e evitar as eventuais penalidades. A demanda por rapidez tem sido uma constante. Para suprir essa necessidade, nós contamos com um processo de implementação altamente ágil, que acontece em até 10 dias úteis”, sinaliza o sócio-diretor.

 

Com preços a partir de R$ 690,00 e o oferecimento de pacotes promocionais que podem incluir o Canal de Denúncias em formato web (site personalizado para a empresa), aplicativo móvel e telefone 0800, a Contato Seguro também disponibiliza como bônus uma sequência de treinamentos de prevenção sobre os assuntos exigidos pela Lei 14.457/22. 

 

“É a forma mais completa, rápida, eficiente e econômica de se adequar à Lei 14.457/22 e se proteger das penalidades”, conclui Galvão.

 

Contato Seguro


Dia do trabalhador e a dinâmica econômica


A comemoração do dia internacional do trabalhador consagra a luta e conquista de trabalhadores há mais de 130 anos. Eventos que ocorreram há tanto tempo possibilitam interpretarmos o presente mundo do trabalho e nos impõe a necessidade de projetarmos qual futuro do trabalho vislumbramos e/ou desejamos.

A Segunda revolução industrial produziu: a difusão de novas tecnologias como o motor a combustão interna, que introduziu o mundo na era do petróleo; a lâmpada de filamento, que permitiu a ampliação das horas de trabalho em ambientes iluminados; o telefone e o telégrafo sem fio, que conectou pessoas e expandiu mercados; a esteira rolantes, que ampliou a rotinização, divisão e aceleração do trabalho; rápida urbanização e o crescimento populacional, com a Europa expandindo sua população em 37% entre os anos de 1870 e 1914 e os Estado Unidos em 150% no mesmo período.

Desta forma, a segunda revolução industrial não trouxe mudanças apenas em coisas e máquinas, transformou profundamente as pessoas, sua compreensão de tempo, sua jornada de trabalho, sua forma de acessar alimentos e suas relações sociais. O trabalho nas fábricas e a vida nas cidades eram insalubres, a jornada de trabalho poderia superar 17 horas diárias e até mesmo as crianças eram convocadas para trabalhos extenuantes e perigosos. As primeiras conquistas dos trabalhadores ocorreram exatamente no estabelecimento de limite de 8 horas diárias na jornada de trabalho de crianças, o que possibilitaria ampliação da escolarização.

As crises econômicas do final do século XIX e início do século XX foram suplantadas por uma mudança no entendimento da sociedade sobre o trabalho. A percepção de que o desemprego era um problema individual e que cada pessoa deveria se responsabilizar por suas privações materiais, foram substituídas pela leitura de que o desemprego era uma consequência de problemas macroeconômicos gerados por más expectativas de empresários, declínio de ciclos econômicos e outras distorções do sistema produtivo. Os ganhos de produtividade da segunda revolução industrial poderiam gerar crescimento econômico, mas exigiam a expansão do mercado consumidor. O que ficou conhecido como o “Era de Ouro” do Capitalismo foi resultado da incorporação dos trabalhadores industriais como consumidores das mercadorias que produziam. A elevação da produtividade foi transformada em elevação dos lucros, salários e consumo, produzindo um ciclo virtuoso de desenvolvimento econômico e construção de um estado de bem-estar social.

A redução da jornada de trabalho conquistada pelos trabalhadores no século XIX incorporou maior contingente de operários em atividades industriais, produzindo relevantes efeitos econômicos, como elevação na demanda por trabalho e ampliação dos níveis salariais. Além disso, a redução da jornada de trabalho aumentou a massa salarial e o poder de consumo dos trabalhadores, permitindo-lhes ter mais tempo livre para vivenciar novas experiências pessoais e sociais, o que levou ao desenvolvimento de atividades econômicas ligadas ao lazer e entretenimento. Outro efeito resultado da redução da jornada de trabalho e elevação do rendimento dos trabalhadores, foi o incentivo à inovação (tecnológica e organizacional) poupadoras de força de trabalho, a fim de compensar a elevação dos custos com trabalho.

Constata-se com isso que as transformações no mundo do trabalho produziram não apenas mudanças na vida dos trabalhadores como em toda a estrutura social dos países desenvolvidos. Nos países subdesenvolvidos a trajetória de industrialização e constituição de direitos trabalhistas foi substancialmente diferente dos países centrais, dada nossa herança colonial e escravista, geramos uma estrutura social profundamente desigual e um mercado de trabalho excludente. O período em que a industrialização foi concluída no país, marcado por elevadas taxas de investimento e crescimento econômico, coincidiu com a violenta ditadura militar, que impôs um modelo de crescimento econômico marcado pela elevação da desigualdade e pela polarização do mercado de trabalho. O Brasil perde a oportunidade histórica de tentar romper com as características estruturais de nosso mercado de trabalho, marcado por a elevado desemprego, baixos salários, alta rotatividade e incidência de trabalho informal.

Os trabalhadores brasileiros não têm muito o que comemorar no momento. Que pese que o país não registre mais a tenebrosa taxa de desemprego de 14,8% do final de 2020, o desemprego de 8,6% do primeiro trimestre de 2023 ainda representa 9,2 milhões de desempregados. A taxa de subutilização da força de trabalho também tem caído, mas ainda está em um patamar de 18,8%, atingindo níveis duas vezes maior entre trabalhadores jovens de 14 a 24 anos. Com a mais elevada taxa básica de juros do mundo, o Banco Central do Brasil, além de utilizar uma medida de baixa eficácia para o combate à inflação de custo, eleva o endividamento do Estado, reduz o ímpeto dos empresários gerarem emprego e amplia a já elevada taxa de desemprego brasileira.

Com o que já foi exposto fica evidente que a dinâmica do mercado de trabalho não só informa o nível de atividade econômica, como contribui para o crescimento econômico, gerando efeitos virtuosos de ampliação do mercado consumidor e expansão da arrecadação do governo. O desafio posto ao Brasil no dia do trabalho de 2023 é constatar que o mundo está em transformação e que a dinâmica do mercado de trabalho ainda é determinante na superação da crise que arrebata o mundo todo. Com trabalhadores da economia de plataforma exercendo jornadas de trabalho de 17 horas diárias, dilemas enfrentados no século XIX e início do XX voltam a exigir respostas para suplantar a crise imediata, mas também para horizontes mais alargados. No dia do trabalhador somos convocados a relembrar a centralidade do trabalho na dinâmica econômica e a pensar que sociedade queremos construir.

 

Euzébio Jorge Silveira de Sousa - Professor de Economia da Strong Business School, Doutor em Desenvolvimento Econômico pela UNICAMP e Presidente do Centro de Estudos e Memória da Juventude (CEMJ)


quinta-feira, 27 de abril de 2023

A hipertensão é um dos principais fatores para surgimento de doenças cardiovasculares, alerta cardiologista do comitê científico do Instituto Lado a Lado pela Vida

O dia Nacional do Combate à Hipertensão Arterial é celebrado no dia 26 de abril. Segundo levantamento, pressão alta o principal fator de risco para as doenças cardiovasculares e atinge mais de 30 milhões de brasileiros


As doenças cardiovasculares passaram a liderar as causas de mortalidade no Brasil e no mundo nos últimos anos. Elas são responsáveis por um terço das mortes, em comparação a outras doenças, e acometem tanto homens, quanto mulheres de todas as faixas etárias. A hipertensão é um dos principais fatores de risco para o surgimento das cardiopatias, como infarto e Acidente Vascular Cerebral (AVC). Junto a ela é possível apontar a má alimentação, tabagismo, sedentarismo, diabetes e aumento de colesterol. Dados do Ministério da Saúde, publicados em 2022, apontam que o número de brasileiros adultos hipertensos saltou 3,7%, nos últimos 15 anos. Ainda de acordo com o ministério, o problema crônico atinge mais de 30 milhões de pessoas no Brasil. 

No Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial, celebrado dia 26 de abril, o Instituto Lado a Lado pela Vida alerta para os perigos da pressão alta no desempenho das funções do coração e dos demais órgãos do corpo. A doença crônica é capaz de provocar infarto, acidente vascular cerebral e problemas renais. 

Segundo Ariane Macedo, cardiologista e membro do Comitê Científico do Instituto Lado a Lado pela Vida, a hipertensão, conhecida como “pressão alta”, é a principal causa das doenças cardíacas. “A hipertensão é uma doença silenciosa e um dos principais fatores de risco para o surgimento de doenças cardiovasculares que causam a morte de 300 mil brasileiros por ano. O ideal é que as pessoas verifiquem a pressão com certa frequência, façam os exames de rotina anualmente e façam o acompanhamento médico rotineiramente”, orienta a profissional.

A cardiologista aponta também que o cuidado com a alimentação, a prática de exercícios físicos e uma rotina menos estressante são fundamentais para manter a pressão arterial controlada. “É fundamental que as pessoas em seu dia a dia incorporem hábitos saudáveis. Eles ajudarão na manutenção da saúde do coração. Optar por uma dieta rica em frutas, legumes, sem fritura e sem alimentos ultraprocessados é o primeiro passo para regular a pressão. Realizar 30 minutos de atividade física diariamente é outra aliada à saúde do coração”, complementa Ariane. 

A rotina corrida do dia a dia pode ser um impeditivo para uma mudança de hábitos, segundo Ariane. “É possível observar que em muitas realidades o tempo para implantar comportamento saudáveis é escasso. As pessoas vivem rotinas estressantes e exaustivas. Entretanto, é importante reservar um tempo para cuidar da saúde”, ressalta a cardiologista.

 

Instituto Lado a Lado pela Vida


Brasil apresenta um crescimento de 180% no número de internações por Dengue

Healthtech catarinense realiza estudo de dados e alerta: com uma projeção de crescimento exponencial no número de casos, a estrutura de saúde brasileira precisa se planejar para o aumento da demanda por atendimentos


De acordo com nota do Ministério da Saúde, no primeiro trimestre de 2023 foram notificados 242.886 casos prováveis de Dengue no Brasil, representando um aumento de 47,7% no número de casos, quando comparado ao mesmo período do ano passado. Com uma temporada de chuvas e acúmulo de água em diversas regiões do país, a tendência de aumento significativo de diagnósticos demonstra que o número está longe de estabilizar e algumas localidades já declararam surto devido à grande proliferação do vírus transmitido pelo mosquito Aedes aegypti. Na semana passada a Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica – Abramed, informou que a quantidade de exames positivos aumentou em 221% desde a primeira semana epidemiológica de 2023. Diversas ações para controle do mosquito transmissor e eliminação de focos de água parada estão sendo realizadas em todo o Brasil. Porém, caso a projeção de diagnósticos continue aumentando, em breve o país enfrentará mais dificuldades para atendimento das demandas da população. O alerta é dado pela LifesHub, plataforma de inteligência estratégica em saúde que, a partir de informações comparativas dos últimos anos, traz dados alarmantes sobre o crescimento da busca por atendimentos e internações em todas as regiões brasileiras.


Busca por atendimentos ambulatoriais

Considerando os atendimentos ambulatoriais realizados no SUS no período de 2019 a 2022, incluindo procedimentos clínicos, exames diagnósticos, ações de prevenção e procedimentos cirúrgicos, foram realizados 657 mil atendimentos, sendo 23% deles no Mato Grosso do Sul, 19% no Distrito Federal, 17% no Estado de São Paulo e 11% em Goiás. No gráfico a seguir, é possível verificar o ranking das 10 cidades com maior número de atendimentos ambulatoriais por diagnóstico de Dengue clássico:

Fonte: Plataforma de dados LifesHub. Período 2019-2022.


As estratégias de controle na proliferação do mosquito da Dengue e o desenvolvimento da vacina contra a doença são considerados pontos indispensáveis para o Dr. Ademar Paes Junior, CEO da LifesHub e Presidente da Associação Catarinense de Medicina, que alerta para a necessidade de planejamento dos gestores de saúde, visando contemplar as necessidades de atendimento da população em um iminente aumento no número de casos da doença.

“A relação entre proliferação dos mosquitos e aumento do número de pessoas contaminadas leva a uma projeção assustadora em um curto espaço de tempo, que certamente vai impactar a estrutura de atendimento ambulatorial e hospitalar”, afirma o executivo.

 

Aumento no número de internações por Dengue

O impacto já vem sendo observado, especialmente pelo agudo crescimento no número de internações decorrentes do diagnóstico e complicações da Dengue. Em um comparativo dos últimos dois anos, o Brasil teve um crescimento de 180% na quantidade de pessoas que necessitaram de atendimento especializado, pulando de 15.047 internações em 2021 para 42.184 em 2022. Já os casos mais graves da doença, com ocorrência de febre hemorrágica, tiveram um incremento de 143,6% no mesmo período.

Embora não seja o Estado com maior número absoluto de casos de Dengue clássico, Santa Catarina lidera o ranking percentual de internações, aumentando em 1.511% o número de pacientes internados para tratamento através do SUS, ou saúde suplementar. Na sequência está o Rio Grande do Norte com um crescimento de 958%, Rondônia com 675%, Piauí com 667% e Rio Grande do Sul com 653% de aumento nas internações. Apenas cinco Estados brasileiros tiveram redução na busca por atendimento especializado: Amazonas (-49%), Acre (-41%), Ceará (-37%), Pernambuco (-21%) e Roraima (-14%).

Fonte: Plataforma de dados LifesHub. Período 2021-2022.


Segundo o Dr. Ademar, ter a projeção e ciência de dados como estes é indispensável para a criação de estratégias assertivas de contingenciamento da Dengue no Brasil. “Se não houver a elaboração de uma estratégia fundamentada em projeções de aumento de contaminação em comparativo com a estrutura de atendimento à população, com dados concretos da realidade brasileira, certamente teremos o risco de um novo colapso da saúde no Brasil, semelhante ao que vivemos recentemente com a pandemia de COVID-19”, conclui.

 

LifesHub
https://lifeshub.com.br/

 

Apneia do sono pode gerar o ronco e levar a caso de AVC

Especialista aponta as principais causas, como diagnosticar e quais são os tratamentos possíveis para quem sofre com o distúrbio

 

Aqueles que sofrem de apneia do sono, ou roncam, comumente sentem no decorrer do dia as consequências de uma noite mal dormida. Relatos de cansaço, sonolência e falta de concentração estão entre os exemplos. Dados apontam que estes casos não são nada raros. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 45% da população mundial sofre com algum distúrbio do sono. No caso da apneia, é possível descobrir a doença e tratar. Já o ronco é apenas uma possível consequência causados pela doença, conforme explica a cirurgiã dentista Talita Dantas.

Segundo ela, é comum existirem dúvidas sobre o tema. “A apneia é um distúrbio do sono que representa a parada da respiração algumas vezes durante a noite. Já o ronco é um barulho causado pela obstrução da passagem de ar”, diferencia. “Com a passagem de ar dificultada, isso faz com que tenhamos a vibração na região posterior da garganta e traqueia, gerando o barulho”, completa. Por isso, muitas vezes pode acontecer de pessoas que roncam terem apneia do sono.

 

Causas e diagnóstico

Existem diversas causas que podem promover a obstrução total da respiração, isso porque a apneia tem origem no sistema nervoso central e está relacionada a diversos fatores de risco, como obesidade, tabagismo, etilismo e/ou uso de alguns medicamentos. Segundo Talita, a apneia é diagnosticada por meio da realização de um exame que se chama polissonografia. Ao realizar o exame, também é possível checar a complexidade do caso, visto que existem diversos níveis.

Vão existir diferentes estágios da doença, desde graus mais leves a mais avançados. E a depender do grau que a pessoa se encontrar ela terá opções de tratamentos mais simples ou mais complexos”, afirma. O diagnóstico é feito com base no número de vezes que a pessoa para de respirar por alguns segundos durante o sono e na quantidade de oxigenação. Até o nível 5, a apneia é considerada normal, entre 5 e 15 é leve, de 15 a 30 é moderada e acima disso, o quadro é grave.

O que poucas pessoas sabem é da importância do dentista no diagnóstico e tratamento. “Um profissional que realiza uma anamnese bem detalhada consegue chegar à possibilidade da presença de apneia e o cirurgião dentista pode solicitar inclusive o exame que de fato define a presença ou não de apneia, e a complexidade do quadro”, ressalta.

A depender deste nível, podem ser necessárias mudanças de hábitos e do estilo de vida como um todo, ou até mesmo a utilização de aparelhos intraorais, feitos por dentistas. Nos casos mais graves também pode haver o uso de outros aparelhos que vão auxiliar no tratamento da apneia do sono. Segundo ela, um dos paradigmas é que a maioria dos otorrinos fazem o tratamento com CPAP. “Socialmente falando, esse equipamento é de difícil adesão. É difícil de ser usado e o paciente pode ter vergonha de utilizar, por exemplo, com um parceiro ao lado. Por isso, o dentista traz abordagens que podem ter maior adesão e, consequentemente, sucesso no tratamento”, argumenta.

É importante lembrar que cada caso deve ser diagnosticado e tratado individualmente, com orientação de um profissional de saúde. Além disso, como a apneia e o ronco são uma questão relacionada à anatomia, pode ser difícil solucionar o problema definitivamente. No entanto, ao tratar, o grau da apneia melhora e traz qualidade de vida ao paciente.

 

Consequências

As consequências são inúmeras, conforme explica Talita. Podem ser desde problemas conjugais ou até mesmo um possível AVC. “Quando o paciente começa a entender que o ronco é o primeiro sinal da apneia, ele entende que é muito mais do que você fazer um barulho e incomodar alguém do seu lado, mas pode ser um problema de saúde grave e até sinal de problemas cardíacos, por exemplo. Só aí ele entende que precisa de ajuda”, pontua.

Mas como saber quando buscar um profissional? A especialista indica os perfis: aquele paciente que dorme, mas não descansa; aquele também que passa o dia sonolento, ou mesmo o que tem o parceiro que reclama durante a noite. “Estes são alguns dos casos de primeiros sinais que a pessoa deve procurar ajuda. Existem diversos artigos científicos que mostram a atuação do cirurgião-dentista e a importância e os resultados do uso dos aparelhos intraorais, que são muito fáceis de serem usados e trazem uma qualidade de vida que o paciente tanto deseja e precisa”, conclui

 

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