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quarta-feira, 11 de setembro de 2019

Ortopedista dá dicas de como prevenir e tratar a osteoporose


A osteoporose é uma doença caracterizada pelo aumento da fragilidade dos ossos, com prejuízo da sua capacidade de sustentar a estrutura do nosso corpo. O osso, na verdade, é um tecido vivo, como a pele, diz o ortopedista do Centro de Qualidade de Vida, Marco Otani. “Ele se renova constantemente e, por meio de suas células, mantém o equilíbrio da quantidade de cálcio no organismo. Pode-se dizer que o osso é o banco de cálcio do organismo.”

Entre os 30 e 35 anos de idade, a massa óssea do homem e da mulher alcança o limite máximo. Por isso, é importante compreender o que vai acontecer daí por diante. Após essa idade, começa a perda da massa óssea de forma lenta e gradual, para ambos os sexos. Esse processo, entretanto, é acelerado quando a mulher chega à menopausa. Nos cinco a seis anos seguintes à menopausa, as mulheres perdem o dobro de massa óssea (3% a 4% ao ano) em comparação aos homens da mesma idade (1% a 2% ao ano).

A prevenção é uma arma poderosa ao combate à osteoporose. Ela pode começar com exames simples e rápidos, como a densitometria óssea, que registra a densidade de massa óssea. Os valores obtidos são comparados aos valores normais. A necessidade de prevenção é reforçada quando o médico identifica fatores de risco para osteoporose durante uma consulta, quais sejam:


Diminuição de hormônios: quando diminui a produção de hormônios, começa a perda da massa óssea, portanto, quanto mais cedo ocorrer a menopausa, maior o risco de osteoporose.


Sedentarismo: mulheres com pouca ou nenhuma atividade física regular, tal como caminhar ou praticar exercícios supervisionados.


Nutrição inadequada: o consumo insuficiente de alimentos ricos em cálcio desde a infância até a idade adulta compromete a renovação da massa óssea.


Fumo, álcool e café em excesso.

Após a identificação dos principais fatores de risco e da avaliação dos exames de rotina, cabe ao médico indicar o tratamento e fazer o acompanhamento da paciente ao longo dos anos. “Esse é um dos segredos para evitar a osteoporose. Ela é a principal causa das microfraturas de coluna vertebral, de fraturas de bacia, cólo do fêmur e punhos, podendo causar dores constantes, imobilização forçada no leito, e como consequência, má qualidade de vida”, reforça o ortopedista.


 Tratamento

Podemos citar quatro principais tratamentos, que são: medicação, alimentação, exposição solar e exercício físico supervisionado. Quanto às medicações, pode se fazer o uso de comprimidos ou substâncias de infusão. Já a alimentação deverá ser rica em leites e queijos. No quesito exposição solar, o período mais adequado é das 8 às 10h da manhã. Somada a tudo isso, a atividade física supervisionada é fundamental para se ter o estímulo de produção de massa óssea, além de todos os outros benefícios que os exercícios bem aplicados trazem ao organismo.


Cuidado com a depressão pós câncer de próstata


 Apesar da cura, alguns homens podem sofrer com o mal se não buscarem ajuda para eventuais consequências da retirada da próstata, alerta especialista


No Brasil, sete em cada dez casos de câncer no homem é na próstata. Segundo o INCA (Instituto Nacional do Câncer), anualmente são registrados 70 mil novos casos. Quando o diagnóstico é feito na fase inicial, a taxa de cura chega a 90%. Porém, mesmo com o sucesso no tratamento, é possível que apareçam algumas consequências da cirurgia, como a incontinência urinária - que segundo estudos é uma das condições mais degradantes para o homem, considerada o "câncer social".

Para o urologista Valter Muller, chefe do serviço de urologia do Hospital Federal dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro, a condição pode causar até depressão. "O homem não consegue ter convívio social nem sexual. Acredita que está sempre cheirando urina, tem medo de sair de casa e passar por um sufoco. E essa situação pode sim causar uma depressão - porque ele acredita que aquilo não terá cura", explica o doutor.

O esfíncter - músculo em formato de anel que controla o ato de urinar - é muito próximo da próstata e pode ser comprometido durante a retirada da glândula, perdendo sua capacidade de reter urina. "Não existe uma pré-disposição para ser incontinente. O que nós percebemos no consultório é que quanto mais velho o paciente, mais chances de a musculatura do esfíncter ser afetada pela operação", explica o urologista.


Os tratamentos

Engana-se quem acredita que a condição não tem cura. Nos casos mais simples, é possível fazer fisioterapias com exercícios simples ou até com radiofrequência para ativar a musculatura do esfíncter. "Nos pacientes mais complexos, é possível substituir o esfíncter com uma operação, utilizando um esfíncter artificial ", explica o especialista.

A prótese fica totalmente contida no corpo e possui uma bombinha dentro do saco escrotal que permite ao homem liberar a urina quando tiver vontade. No restante do tempo, o esfíncter permanece fechado. A incontinência urinária grave atinge 10% dos pacientes com incontinência que, sem tratamento, precisam recorrer às fraldas. "As terapias devolvem o conforto e autoestima do homem", explica o urologista.

Família é “paciente oculto” e deve ser tratada junto com o doente, diz médico humanista


Em recente artigo publicado na revista mexicana “Archivos en Medicina Familiar”, o médico Vinícius Rodrigues da Silva conta como foi passar de paciente – depois do diagnóstico de um câncer na tireoide – a médico humanista. “Perceber a importância da equipe multiprofissional que tratou a mim e a minha família, que era um paciente oculto, me fez ingressar no projeto da Sobramfa – Educação Médica & Humanismo para me capacitar nesse tipo de atendimento que leva em consideração a história e as narrativas de cada doente. Ainda que possa existir uma doença igual a outra, não existe um paciente igual a outro. Cada um traz consigo recursos internos que o tornam um ser único”. Na opinião do jovem médico, tratar clinicamente pode até parecer uma tarefa desafiadora, mas é incomparável o resultado quando se trata o paciente com carinho, zelo e humanismo.

De acordo com Pablo González Blasco, fundador da Sobramfa que há 30 anos dedica esforços na formação médica humanista, a tecnologia substituiu parte da história clínica em medicina. “A genética permite predizer o risco de inúmeras doenças. Mas não está tão claro qual é o benefício real para o paciente. Ou seja, tudo está muito focado na doença, mas quem adoece é a pessoa. É preciso reforçar o objetivo principal do médico, que continua sendo o juramento hipocrático: curar, aliviar e/ou acompanhar o paciente. Mas não exatamente nessa ordem, como se confortar o paciente fosse um prêmio de consolação quando não se consegue a cura de sua doença. Confortar é algo que deve ser feito sempre, pela altíssima prevalência. O curar apresenta uma prevalência muito menor. Por isso, a educação médica deve contemplar essa proporção para produzir melhores médicos. Trata-se de um caso muito claro de que a ordem dos fatores altera o produto”. 

Blasco defende a tese de que o erro médico, por exemplo, é sobretudo uma insuficiência no campo humanístico. “O que protege o médico é a confiança do paciente, bem como da família do paciente.  Quando o profissional aparece como um técnico brilhante, mas se mostra incapaz de se aproximar do paciente e sintonizar com sua afetividade, o risco de enfrentar adversidades parece maior. Quando nos aprofundamos nas queixas do paciente – seja por imperícia, seja por falha técnica –, sempre encontramos insuficiência no terreno afetivo. Descobrimos, então, que todo aquele ‘erro médico’ começou porque ‘o médico nem me examinou’, ou porque ‘o médico não explicou nada para mim ou para minha família do que poderia acontecer’ e ‘nem prestou atenção no que estávamos falando’. O golpe que se acusa é sempre na alma, não na deficiência técnica; essa vem depois, para dar corpo ao processo”. 

O sofrimento humano e a morte são realidades no quotidiano do médico. Por que, então, se vê um despreparo crescente do profissional em lidar com essas situações?  Na opinião de Blasco, o gerenciamento da morte implica em se perguntar a todo o momento sobre o que é melhor para o paciente, antes de tomar as medidas “de praxe”, como internações desnecessárias, transferências para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), tratamentos ineficazes quando se trata do processo de morrer. “É fundamental que o médico, em determinadas situações, converse franca e carinhosamente com a família, embora sem dividir responsabilidades, assumindo a conduta com caráter profissional. O gerenciamento da morte implica diretamente no cuidado simultâneo do paciente e da família. A família coloca questões que têm pouco caráter técnico, mas de vital importância. Quer saber, por exemplo, se o paciente está sofrendo e se pode ser feita alguma coisa a mais. E sempre requer explicações do que está acontecendo”.

Quando o quadro do paciente é grave e pouco ou nada se pode fazer para revertê-lo, vale dizer que ele sabe mais do que o médico imagina que sabe. É um sentido a mais que a condição de moribundo lhe confere. Por isso, espera do médico realismo, conforto e acompanhamento profissional. Para ele e para sua família. Portanto, há que se preparar médicos cada vez mais aptos a vivenciar esse tipo de situação inerente à sua profissão. “Vivemos tempos em que a morte é elemento quase ignorado. Mas, na prática, há duas coisas infalíveis na vida de um ser humano: sua limitação e sua morte certa. Numa sociedade que foge sistematicamente da dor, que cultua o prazer como meta suprema, não é de se estranhar que o enfrentamento da morte se dê em inferioridade de condições. Saber morrer é, antes de tudo, saber viver, pois a morte é o último passo no caminho da vida. Essas considerações são de capital importância, independentemente da profissão que se desempenha. No caso do médico, cuja matériaprima de atuação é o ser humano, trata-se de uma condição imprescindível de competência, conclui Blasco. 





Fontes:
Dr. Vinícius Rodrigues da Silva - médico que integra o Projeto de Capacitação em Medicina Humanista da SOBRAMFA.


Prof. Dr. Pablo González Blasco - Doutor em Medicina e diretor científico e fundador da SOBRAMFA - Educação Médica & Humanismo, www.sobramfa.com.br
  

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