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sexta-feira, 28 de setembro de 2018

As infecções do coração podem começar pela boca


O comprometimento da saúde bucal pode estar diretamente associado à endocardite infecciosa, doença que afeta o coração e as funções vitais


Em 2018, a campanha da Sociedade Brasileira de Cardiologia ressalta: alimentação saudável é fator protetor para o coração, desde sempre.  Fazer o check-up da saúde anualmente também.

Este check-up inclui a conservação dos dentes, que se for negligenciada, é uma das causas da Endocardite Infecciosa (EI) -  uma infecção da parede interna do coração ou das válvulas do coração – que é comum e causa alto índice de mortalidade.

Um caso que chocou os brasileiros foi a morte prematura do ex-vocalista da banda Dominó, Ricardo Bueno, 40 anos, que faleceu após uma septicemia (infecção generalizada), causada por um problema odontológico.

É sabido que infecções dentárias podem gerar complicações em outros órgãos do corpo humano que levam até a morte. No entanto, dr. Marcelo Kyrillos, cirurgião-dentista e diretor do Grupo Ateliê Oral, explica que complicações graves como a do cantor são raras em pacientes saudáveis, que mantém uma escovação correta e consultam o dentista a cada seis meses para limpezas profissionais.

O especialista faz um alerta especial para pessoas que têm problemas cardíacos, pacientes com prolapso de válvula mitral ou com doenças cardiovasculares crônicas. “Este grupo está mais propenso a contrair a endocardite: uma infecção no tecido interno do coração, o endocárdio. Para essas pessoas, que têm predisposição à endocardite bacteriana, é fundamental uma higiene bucal impecável. Caso contrário, as bactérias da boca podem se aproveitar de pequenos ferimentos na gengiva para ir para a corrente sanguínea e se instalar no coração. Causando, assim, problemas cardíacos que vão se agravando e podem gerar complicações que levam até a morte", explica.

Kyrillos completa dizendo que as bactérias encontram no coração, que já tenha essas condições, um ambiente mais propício para fazer suas colônias e desenvolver a infecção. “Não quer dizer que quem não tenha nada disso esteja livre, mas são casos muito raros", diz.

O risco existe também para aqueles que não possuem dentes naturais. "Os implantes podem sofrer peri-implantite, que é semelhante à gengivite. E pacientes totalmente sem dentes podem também ter endocardite se houver fungos na prótese e eles entrarem na corrente sanguínea", revela o cirurgião-dentista.

De acordo com Kyrillos, há vários motivos possíveis para um abscesso odontogênico ou infecção dentária, tais como cáries não tratadas, problemas gengivais, entre outros. Os sintomas de um abscesso são: inchaço, dor e incômodo no dente. Em uma fase mais adiantada da doença, e sem o tratamento adequado, pode ocorrer febre. Um cirurgião-dentista pode identificar a dimensão da infecção com exames e planejar um tratamento, que geralmente é feito com drenagem do pus e uma limpeza. O paciente também terá que tomar uma medicação para evitar que a infecção volte.

Vacina contra HPV pode imunizar meninos e meninas e é uma das armas contra o câncer


O vírus atinge cerca de 55% da população brasileira, principalmente jovens, entre 16 a 25 anos e 3 em cada 10 casos de câncer tem o HPV como causa 


O Ministério da Saúde tem como meta vacinar 20,6 milhões de adolescentes, entre 9 a 14 anos, contra o HPV. A campanha, lançada recentemente, é voltada para ambos os sexos, pois, o Papilomavírus Humanos é sexualmente transmissível e infecta pele e mucosas da boca ou das áreas genital e anal provocando verrugas e diferentes tipos de cânceres em homens e mulheres (cólo do útero, anal, pênis, vagina, orofaringe). Segundo o ministério da saúde, cerca de 30% dos tumores provocados por vírus no mundo são causados pelo HPV. 

 De acordo com a pediatra, Renata Scatena, diretora da Casa Crescer, clínica especializada em imunização, na maioria das vezes, os sintomas do HPV podem, simplesmente, não aparecer ou só surgir meses ou anos após a infecção e isso torna difícil saber quando ocorreu a contaminação. “As consequências podem ser o surgimento das verrugas genitais ou o câncer, dependendo do tipo de HPV envolvido. Os mais associados às verrugas genitais são os tipos 6 e 11 (presentes em 90% dos casos). Já os que mais causam câncer de colo do útero são o 16 e o 18, responsáveis por cerca de 70% das ocorrências”, informa a médica.  

           A prevenção das doenças causadas pelo HPV depende essencialmente da vacinação e da realização periódica de exames preventivos. “O uso do preservativo ajuda, mas não é 100% eficaz. A vacinação é recomendada para homens e mulheres a partir dos 9 anos de idade, fase em que a resposta às vacinas é muito mais alta e quando ainda não houve contato com o vírus. Mas as pessoas mais velhas e/ou que já foram infectadas também se beneficiam, uma vez que as vacinas contêm mais de um tipo de HPV em sua formulação”, explica a pediatra.   

      Segundo estudo realizado pelo projeto POP-Brasil no ano passado, a prevalência estimada da doença no Brasil é de 54,3% na faixa etária de 16 a 25 anos. Os dados da pesquisa mostram que 37,6% dos participantes apresentaram HPV de alto risco para o desenvolvimento de câncer. Existem três tipos disponíveis de vacinas desenvolvidas para prevenção contra os principais subtipos do vírus, sendo elas a vacina bivalente e quadrivalente . “A vacinação tem papel determinante na prevenção, pois ela previne vários tipos de cânceres nas mulheres e homens”, relata a médica.  

         O Brasil é o primeiro país da América do Sul a oferecer a vacina contra o HPV para meninos, incluindo-os dentro de programas nacionais de vacinação. As vacinas no país previnem cerca de 70% dos cânceres do colo útero, 90% câncer anal, 63% do câncer de pênis, 70% dos cânceres de vagina, 72% dos cânceres de orofaringe e 90% das verrugas genitais. Além disso, as vacinas protegem contra o pré-câncer cervical em mulheres de 15 a 26 anos, associadas ao HPV 16/18.  
   




Casa Crescer - www.casacrescer.com     



Mitos x verdades: descubra os reais benefícios da biotina


O endocrinologista Marcelo Cidade Batista esclarece dúvidas comuns sobre essa vitamina amplamente consumida sem indicação médica


Apesar de a biotina ser indicada formalmente para o tratamento de algumas doenças raras, o uso de suplementos contendo essa vitamina tem sido cada vez mais adotado por leigos para o combate à queda de cabelos, o fortalecimento de unhas e o ganho de energia. “A dose mais frequentemente utilizada nesses casos é de 5 a 10 mg/dia, ou seja, 100 a 200 vezes maior que a ingestão dietética normal”, afirma o endocrinologista e patologista clínico Marcelo Cidade Batista.

No entanto, o especialista explica que uma alimentação variada e saudável pode ser suficiente para evitar a carência da biotina. “A substância está amplamente distribuída nos alimentos, sendo encontrada em maiores quantidades na gema de ovo, fígado, alguns vegetais e leite de vaca”, afirma Batista. Em função disso, Batista explica que a deficiência clássica da vitamina é rara, ocorrendo apenas em pacientes que apresentam algumas mutações congênitas, desnutrição severa ou ingestão de grandes quantidades de clara de ovo cru.

Segundo o Institute of Medicine e o Food and Nutrition Board of the National Research Council (USA), a ingestão adequada de biotina é de 30 mcg/dia em homens, gestantes e não gestantes e de 35 mcg/dia em lactantes. Em países ocidentais, a ingestão dietética varia de 30 a 75 mcg/dia.

Para esclarecer os mitos e verdades sobre essa substância que tem sido amplamente consumida sem indicações médicas, pedimos ajuda do especialista Marcelo Cidade Batista. Confira!

  1. A biotina é indicada para todas as pessoas
MITO:  Formalmente, o tratamento com biotina é indicado apenas para pacientes com algumas doenças raras, como deficiência da biotinidase, deficiência da holocarboxilase sintetase ou do transportador intestinal da biotina, doença de gânglios da base responsiva a biotina-tiamina, acidemia propiônica e alguns distúrbios do metabolismo energético mitocondrial, de acordo com o especialista. “A biotina também tem sido administrada a pacientes com esclerose múltipla progressiva (100-300 mg/dia), doenças desmielinizantes, síndrome de má-absorção e naqueles submetidos a hemodiálise ou nutrição parenteral”, ressalta.


  1. Consumo de suplementos de biotina contribui para unhas, cabelo e ganho de energia
MITO: Até o momento, não existem estudos científicos que comprovem os benefícios dessa substância para essas condições, afirma Batista. Apesar disso, segundo ele, muitos médicos consideram que a vitamina traz benefícios em alguns pacientes por conta das práticas clínicas. “A recomendação é que a suplementação com biotina seja sempre monitorada por um médico, que tem melhores condições de avaliar se o uso da vitamina deve ou não ser mantido”, alerta.

  1. A deficiência da biotina é rara
VERDADE: A deficiência clássica da biotina ocorre apenas em pacientes que apresentam algumas mutações congênitas, desnutrição severa ou ingestão de grandes quantidades de clara de ovo cru (devido à ligação da avidina do ovo à biotina), explica Batista. “Deficiências mais leves podem ocorrer em gestantes e lactantes (devido ao maior catabolismo da biotina) e em pacientes recebendo nutrição parenteral ou tomando anticonvulsivantes (principalmente primidona e carbamazepina) ou ácido lipoico”, afirma.

  1. Carência da biotina pode causar conjuntivite
VERDADE: Além da conjuntivite, o especialista explica que as manifestações clássicas da deficiência da substância incluem dermatite periorificial, alopecia (cabelos mais finos e descolorados), distúrbios neurológicos ou metabólicos, infecções cutâneas, convulsões e retardo do desenvolvimento neuropsicomotor em crianças.





Fonte: Marcelo Cidade Batista é graduado em Medicina pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Fez residência médica no Hospital das Clínicas (São Paulo) e doutorado na Universidade de São Paulo. Possui título de especialista nas áreas de Endocrinologia e Patologia Clínica. Atualmente é médico consultor do Laboratório Clínico do Hospital Israelita Albert Einstein e diretor médico dos Laboratórios Endoplus e Bio-Médico.

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