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quarta-feira, 7 de março de 2018

Economia brasileira deixa de ganhar mais de R$ 2 bi/ano com mortes por câncer de mama





O Dia Internacional da Mulher, além de celebrar vitórias femininas, serve para lembrar que ainda há muitas dificuldades para serem superadas, como é o caso da maior atenção à saúde da população feminina. Quase 60 mil mulheres receberão o diagnóstico de câncer de mama em 2018 (INCA), principal tumor que atinge as mulheres. Grande parte terá no SUS a única via para conseguir tratamento, sendo submetida a um sistema ineficiente e capaz de tornar o enfrentamento da doença ainda mais desgastante e traumatizante.
O câncer de mama é responsável por 14.206 óbitos anuais (segundo dados do INCA, 2013) e, por esse motivo, a cada ano, a economia brasileira deixa de movimentar aproximadamente R$ 2.059.870.000, gerando recuo da produtividade para o país. Esses dados são de um estudo recente que mediu as perdas financeiras na economia provocadas pela morte por câncer de mulheres economicamente ativas.

Consciente do impacto que ações locais podem ter sobre esse cenário e aproveitando o Dia Internacional da Mulher, a Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (FEMAMA) lançará no próprio dia 8 um documento orientador que sugere frentes de trabalho para o combate ao câncer da mulher. O material é resultado de encontro promovido pela Federação em 2017, que reuniu ONGs de apoio a pacientes e lideranças políticas femininas de todo o País, entre elas governadoras, prefeitas, depuradas, vereadoras e primeiras-damas.

A partir de um panorama global, o guia aponta dificuldades identificadas no enfrentamento da doença e as possibilidades de iniciativas envolvendo poder público e terceiro setor que podem ser implementadas para superar os desafios. Visa, assim, propor caminhos para ampliar o acesso ao atendimento qualificado e ao tratamento ágil e assertivo do câncer. A FEMAMA realiza agora o acompanhamento de iniciativas que saíram do papel a partir da realização do encontro e estimula que novas ações sejam desenvolvidas ao longo deste ano.
“Nosso objetivo é contribuir para que mulheres de todas as regiões brasileiras possam contar com um sistema de saúde efetivo e capaz de atendê-las em todas as suas necessidades. O que vemos atualmente é a demora em conseguir tratamento e a não oferta de alternativas terapêuticas básicas e mais eficazes: vemos isso, por exemplo, no câncer de mama metastático HER2+”, cita a mastologista Dra. Maira Caleffi, presidente da FEMAMA.

O caso ao qual a especialista se refere é a incorporação do trastuzumabe, medicamento que revolucionou o tratamento do câncer de mama metastático, estágio mais avançado da patologia, no SUS. “Desde 29 de janeiro, ele deveria ser ofertado pelo SUS em todo o País. Porém, em diversos estados já recebemos denúncias de que não estará disponível pelo menos até abril. Ou seja, enquanto isso, mulheres não recebem tratamento para sua doença e precisam conviver com a incerteza de não saber quando poderão recebê-lo”, atesta.

O documento orientador, que será lançado pela FEMAMA, traz medidas que abrangem todo o espectro de assistência plena em saúde para as pacientes com câncer. Nesse sentido, o impacto poderá ser sentido em diferentes áreas da sociedade, inclusive na economia. Para se ter uma ideia do potencial de impacto que ações que ampliem o acesso de pacientes a diagnóstico e tratamento podem ter economicamente, dados do Observatório da Oncologia apontam para o valor do tratamento do câncer de mama em estágio inicial: R$ 11.373 por paciente com câncer de mama pré-menopausa e R$ 49.488 nos casos pós-menopausa. Nas fases mais avançadas (estadiamento III), esses números chegam a R$ 55.125 (pré-menopausa) e R$ 93.241 (pós-menopausa). E cada vida feminina perdida pelo câncer gera uma perda média de R$ 145 mil na economia. Ou seja, o montante que deveria ser investido pelo poder público no tratamento dessas pacientes é muito inferior ao que o montante que a economia brasileira deixa de ganhar se essas mesmas mulheres estivessem vivas e economicamente ativas.

“Prevenir, diagnosticar precocemente e tratar: esse é o tripé de uma assistência médica digna. Por isso, aproveitamos o Dia Internacional da Mulher para falar da saúde da população feminina de todo o Brasil: unindo forças entre o terceiro setor e o poder público, podemos salvar milhares de vidas”, conclui.
 

Perda financeira
 
A pesquisa publicada recentemente no periódico “Cancer Research Epidemiology” concluiu que cada morte feminina em decorrência de câncer gera uma perda média de R$ 145 mil à economia brasileira. Considerando as 14.206 mortes anuais de mulheres por câncer de mama no Brasil, mais de R$ 2 bilhões deixam de ser injetados na economia brasileira.

O cálculo do estudo considera a renda média das profissionais, quantos anos deixaram de ser trabalhados e com quanto elas poderiam ter contribuído economicamente por meio de salário e emprego até o final da carreira.







FEMAMA - Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama


Assédio e violência são as principais preocupações das mulheres no Brasil e no mundo, revela pesquisa Ipsos



Igualdade salarial aparece em quinto lugar e lidera preocupação em países desenvolvidos, como Grã-Bretanha, Alemanha, Suécia e Bélgica


“Qual o problema mais importante que as mulheres enfrentam?” Para responder a essa questão, a Ipsos ouviu quase 20 mil pessoas em 27 países, incluindo o Brasil. Assédio sexual apareceu em primeiro lugar com 32%; violência sexual, em segundo, com 28%, e violência física, em terceiro, com 21%. Os entrevistados puderam indicar até três itens. Quando se considera as respostas apenas dos brasileiros, os maiores problemas listados são os mesmos apresentados no resultado global, mas a ordem é diferente. Violência sexual lidera o ranking (47%), seguida por assédio sexual (38%) e violência física (28%).

“Infelizmente, assédio e violência sexual e física contra a mulher são problemas reais que enfrentamos no Brasil e no mundo. Os números de estupros e casos de violência física são altíssimos e ainda sabemos que grande parte deles não é reportado. Além disso, dados da nossa pesquisa apontam para uma sensação de impunidade por parte das mulheres, o que intensifica o medo – 61% das mulheres acredita que os relatos de assédio sexual são ignorados. Campanhas e manifestações crescentes na internet e na mídia, como #metoo, também tem contribuído para que o tema ganhe visibilidade.”, analisa Narayana Andraus, gerente da Ipsos.

O quarto tema globalmente mais citado, também relacionado a violência, é o abuso doméstico. O assunto também aparece em quarto lugar no Brasil. A questão da igualdade salarial aparece em quinto lugar no ranking mundial e lidera em países desenvolvidos como Grã-Bretanha, Alemanha, Suécia e Bélgica. Entre os brasileiros, a igualdade salarial é o sexto problema mais importante que as mulheres enfrentam, fica atrás de sexualização da mulher na mídia.



Percepção e realidade

Para entender o quanto a percepção sobre o problema reflete a realidade, a Ipsos comparou resultados da pesquisa com números oficiais. As entrevistadas do Brasil acham que 59% das mulheres do país já foram vítimas de violência física ou sexual por um companheiro ou ex-companheiro em algum momento de suas vidas. Os entrevistados (homens) acham que esse número é de 50%. Mas os dados oficiais indicam que o número é de 31%. “Há uma superestimativa desse dado. Por um lado, existe a extrema preocupação com o tema, o que contribui com uma percepção mais negativa. Mas por outro, sabemos que nem sempre os casos são denunciados, o que pode levar também a um número oficial abaixo da realidade”, comenta Narayana.

No ritmo atual, a igualdade econômica entre homens e mulheres será alcançada daqui a 217 anos. Mas todos os países pesquisados acham que isso vai acontecer muito antes. A Grã-Bretanha é onde os entrevistados acreditam que vai levar mais tempo – 100 anos. Os brasileiros acreditam que a igualdade será alcançada em 30 anos. Os entrevistados da Arábia Saudita são os mais otimistas, responderam que esse quadro estará resolvido em 10 anos.

As mulheres presidem apenas 3% das 500 maiores empresas do mundo. No entanto, os entrevistados da Malasia, México e Peru são os que mais se distanciaram da resposta correta. Acham que elas lideram 29% das companhias. Os brasileiros aparecem logo depois nesse ranking, os respondentes locais acreditam que 24% dessas grandes corporações tenham CEOs mulheres.

A Suécia é o país com mais mulheres em cargos políticos (44%), mas os entrevistados suecos achavam que esse número fosse menor. Os homens achavam que seria 37% e as mulheres, 34%.

O dado também é subestimado pelo México, segundo país com mais mulheres no poder (43%), e pela África do Sul, terceiro, (40%). As mexicanas achavam que o número correto fosse 33%, enquanto os mexicanos, 29%. As sul-africanas pensavam que fosse 26%, os sul-africanos, 29%. No Brasil, a situação é inversa. O número oficial é 11%, mas os dois sexos acreditavam que o número fosse maior – 19% para as mulheres e 18% para os homens.

A igualdade entre homens e mulheres é algo pessoalmente importante para 70% dos entrevistados no mundo todo. Peru (83%), Turquia (82%), África do Sul (82%) e China (82%) são os países que mais concordam com essa afirmação. No Brasil, o índice de concordância é 68%, ou seja, está em linha com o resultado global. O Japão é o país com o menor índice de concordância (39%) e o maior de discordância (37%).

Seis em cada dez entrevistados (57%) no mundo se definem como feminista, uma pessoa que reivindica igualdade de oportunidade para homens e mulheres. Novamente, o Brasil está em linha com o mundo – a média local é de 56%. Os menores índices de concordância com essa frase estão no Japão (35%), Rússia (38%) e Alemanha (41%).

A pesquisa foi realizada de 26 de janeiro a 9 de fevereiro em 27 países: África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Bélgica, Brasil, Canadá, Chile, China, Coreia do Sul, Grã-Bretanha, Espanha, EUA, França, Hungria, Índia, Itália, Japão, Malásia, México, Peru, Polônia, Rússia, Sérvia, Suécia e Turquia. A margem de erro para o Brasil é 3,2 pontos percentuais. 






Ipsos


A FEBRE AMARELA CONTINUA FAZENDO VÍTIMAS



 
A febre amarela continua atingindo os primatas silvestres e os casos de óbitos no Brasil são assustadores. Infelizmente, não existe uma vacina ou qualquer tipo de tratamento que possa ser aplicado aos animais silvestres que contraiam a doença e o número de mortes é tão grande que, em algumas regiões, há um risco eminente de extinção de algumas espécies de primatas.


Em cativeiro, a única alternativa para proteger esses animais é o isolamento físico por meio de camadas de telas mosquiteiros e corredores de segurança, impedindo a entrada de qualquer vetor da doença. E é dessa maneira que os primatas que residem na Mata Ciliar, no interior de São Paulo, estão isolados, aguardando uma solução que parece estar muito longe de acontecer.

Por conta da febre amarela os bugios e sauás que residem na AMC estão em um ambiente isolado protegidos por telas antimosquitos. A medida parece ser radical mas reflete a terrível situação que esses primatas estão passando. Infelizmente a doença está dizimando populações de macacos no interior paulista, principalmente bugios e sauás que, após infectados, dificilmente conseguem sobreviver. Portanto, esses indivíduos que estão provisoriamente em cativeiro podem ser uma esperança para repovoar ambientes naturais onde essas espécie perdeu um grande número de indivíduos, uma parceria entre o Instituto 100% Animais e a Associação Mata Ciliar viabilizou a adaptação desse espaço.

Desde o começo desse ano recebemos um número inesperado de primatas feridos, vítimas de agressão causada pela desinformação sobre a febre amarela. Com o alarde e a falta de esclarecimento muitas pessoas acreditam que os macacos são os transmissores da doença e que devem ser exterminados quando vistos por perto. Ao contrário, bugios, pregos, sauás e saguis são sinalizadores do problema pois são muito sensíveis a doença por viverem nas matas expostos aos mosquitos que transmitem a febre amarela. Quando um macaco aparece doente é um alerta para que os órgãos da saúde tomem as medidas preventivas necessárias. Assim, vamos proteger nossos primatas que além das suas funções ambientais também cumprem esse importante serviço para toda a sociedade, afirma a veterinária Jéssica Paulino.

Vídeos da campanha contra a febre amarela para orientação da população feitas pelos atores e comediantes Marcelo Médici (Mico-leão), Marlei Cevada (Praça é Nossa) e Rodrigo Capella:






Sobre a Mata Ciliar
A Associação Mata Ciliar (AMC) nasceu em 1987 com a preocupação pela conservação dos cursos de água no interior do estado de São Paulo, um recurso natural que, naquela época, já sofria com a falta de planejamento do poder público e conscientização da sociedade.
Para recuperação das áreas degradas e das matas ciliares, desenvolvemos um programa de produção e plantio de mudas nativas. Essas ações sempre foram realizadas com as comunidades rurais, que consideramos os verdadeiros “produtores de água”.
Em 1997, iniciamos os trabalhos com a fauna através do Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS) e com o Centro para Conservação dos Felinos Neotropicais (Centro de Felinos).
Em todos esses programas, sempre incorporamos a Educação Ambiental como a principal ferramenta de mudança para um futuro socioambiental sustentável.


Sobre o Instituto 100% Animais
O Instituto 100% Animais é uma organização do terceiro setor, constituída por empresários, que tem como objetivo promover ações efetivas em benefício ao bem-estar dos animais não humanos no Brasil. Construindo pontes entre cidadãos, empresas privadas e organizações de proteção animal, para que juntos possam viabilizar a ampliação qualitativa do atendimento aos animais, o Instituto 100% Animais dedica-se a criação de instrumentos e articulação de projetos que impulsionem o desenvolvimento sustentável das organizações do terceiro setor que tem como público-alvo os animais.

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