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quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Casos de esporotricose aumentam e 2 estados já vivenciam surtos



Subnotificada, a doença que acomete principalmente felinos e é transmitida para seres humanos será tema de palestras durante a I Semana do Médico-veterinário


Ainda negligenciada, a Esporotricose é uma doença grave causada pelo fungo Sporothrix spp e transmitida por animais infectados aos seres humanos. Em 2016, foram 59 casos suspeitos em humanos e confirmados 489, em animais na cidade de Guarulhos, único município do Estado de São Paulo onde a notificação da doença é obrigatória. Apenas no primeiro semestre deste ano, entretanto, já foram confirmados 481 casos em animais e estão sob investigação 16 ocorrências suspeitas em humanos.

De acordo com o Ministério da Saúde (MS), a doença ainda não é de notificação obrigatória no País e que, portanto, a doença não há uma panorama fiel da enfermidade. O MS afirma que o Brasil está vivenciando um importante surto de esporotricose nos estados de Pernambuco e Rio de Janeiro, que em 2016 registrou cerca de 13.500 casos em animais e 580 casos humanos.

A esporotricose acomete dezenas de espécies animais, mas, principalmente, os felinos. A infecção, neste caso, ocorre pelo contato das garras do animal com material orgânico em decomposição contaminado, como terra com dejetos fecais enterrados, caules, folhas e espinhos que estejam albergando o fungo. Para os humanos, a doença é transmitida pelo contato com animais infectados, seja por arranhaduras, mordidas, ou, em casos raros, contato direto com a pele lesionada.

"As principais manifestações da doença são as lesões cutâneas, principalmente na face e nos membros locomotores torácicos", afirma o médico-veterinário Prof. Dr. Carlos Eduardo Larsson, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia Veterinária. O professor Larsson irá palestrar sobre o tema, no dia 14 de setembro, em Santos, durante a I Semana do Médico-Veterinário, evento promovido pelo Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo (CRMV-SP).

Nas fases iniciais, segundo o médico-veterinário, os sintomas gerais ? perda de apetite, prostração, emagrecimento, espirros e corrimento nasal ? não são comuns. "Estes sintomas surgem com o avançar da doença e na dependência do estado geral de saúde prévia do animal", aponta o professor Larsson.

Os donos dos animais também podem prevenir a incidência do fungo fazendo uma boa higienização do ambiente. Segundo a médica-veterinária Profa. Dra. Mitika Kuribayashi Hagiwara, presidente da Comissão de Educação do CRMV-SP, é também importante não manusear demais o animal contaminado, usar luvas e fazer uma lavagem cuidadosa das mãos depois de todos os contatos.

"É preciso seguir à risca os cuidados da prevenção, pois o fungo é encontrado na natureza e pode rapidamente contaminar os animais do local", aponta a médica-veterinária, que também palestrará sobre o tema no dia 11 de setembro em São José do Rio Preto, durante a I Semana do Médico-veterinário.

Se o animal apresenta sintomas da doença, é essencial levá-lo o mais rápido possível a um médico-veterinário ou a um dos Centros de Controle de Zoonoses Municipais. O tratamento da esporotricose, normalmente, é realizado com o medicamento itraconazol. Dependendo do caso, o processo pode durar meses ou mais de um ano.


I Semana do Médico-Veterinário

A I Semana do Médico-Veterinário é uma iniciativa do CRMV-SP em comemoração ao Dia do Médico-Veterinário, celebrado no dia 9 de setembro. A Semana irá promover palestras técnicas e de empreendedorismo nas cidades de São José do Rio Preto, Ribeirão Preto, Campinas, Santos e São Paulo, de 11 a 15 de setembro.

O médico-veterinário Prof. Dr. Carlos Eduardo Larsson irá ministrar a palestra com o tema 'Morbus brasiliensis: gato como animal sentinela de casos humanos da Enfermidade de Schenck', que acontecerá no dia 14/09, às 19h40, em Santos (SP). O professor será laureado pelo CRMV-SP, no dia 15/09, às 19h40, em São Paulo, com o Prêmio Max Ferreira Migliano 2017, n categoria Clínica Médica-Veterinária.

Já a médica-veterinária Profa. Dra. Mitika Kuribayashi Hagiwara ministrará uma palestra com o tema 'Esporotricose e outras zoonoses transmitidas por felinos', no dia 11/09, às 19h40, em São José do Rio Preto (SP).





Meningite: Infectologista explica sintomas e vacinação



De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a taxa de mortalidade da meningite, caso a doença não seja tratada corretamente, é de 70 a 90% dos casos. Mesmo com tratamento adequado, entre 5 a 10% vão a óbito. “As meningites bacterianas são mais graves que as virais e podem trazer risco de morte”, alerta a infectologista do Hospital e Maternidade São Cristóvão, Dra. Andreia Maruzo Perejão.

A especialista explica que a doença é uma inflamação nas meninges – membranas que envolvem o encéfalo e a medula espinhal. É causada por algumas bactérias ou vírus, sendo principalmente pelas bactérias meningococo, pneumococo e hemófilos. “Quem contrai a doença, normalmente sente febre, dores de cabeça e vômitos”. Porém, em casos mais graves, pode evoluir para convulsão, rebaixamento do nível de consciência, vasculites (inflamação dos vasos sanguíneos), levando à necrose dos membros e, algumas vezes, até necessidade de amputação.

O tratamento das meningites bacterianas é feito com antibióticos, já as virais somente com medicações sintomáticas. “Para diagnosticar, além de análise clínica, é necessário confirmação com exame de líquor (punção de líquido da coluna)”, esclarece a infectologista. Quanto à prevenção, existem vacinas para os principais tipos da doença bacteriana. “Algumas vacinas muito importantes, principalmente para as crianças, estão disponíveis apenas na rede privada, como a Meningite B e a ACWY. Na rede pública, há somente a Meningocócica C, que faz parte do Calendário Básico de Vacinação da Criança do Programa Nacional de Imunização, sendo composta por duas doses, aos três e cinco meses de vida, com reforço entre 12 meses a quatro anos”, informa. É essencial que bebês e crianças tomem a vacina, já que a maior parte dos casos notificados ocorre em menores de cinco anos de idade. 









Brasil ganha primeiro cachorro sintético para aulas de veterinária



A vivissecção vem do latim vivus (vivo) e sectio (corte). O organismo dos mais diversos tipos de animais não é igual entre si. Ou seja, experimentos feitos, por exemplo, com camundongos e ratos não terão necessariamente os mesmos resultados. Isto foi comprovado em um teste realizado em 1999, onde camundongos e ratos foram utilizados em um teste que tinha a finalidade de determinar o efeito cancerígeno do flúor. Nesse teste, os camundongos não foram afetados, já os ratos foram afetados por câncer na boca e nos ossos. Então é visível que muitos experimentos além de machucar e matar os animais, eles prejudicam os seres humanos.

Segundo Vininha F. Carvalho, editora da Revista Ecotour News ( www.revistaecotour.tur.br), - “a crítica com relação ao uso de animais seja para aulas práticas com animais sedados, e logo depois de sacrificados, ou para experiências em animais vivos, crescem mundialmente”. 

As Ongs de Proteção Animal argumentam que o uso de qualquer animal em testes é uma enorme crueldade. Em Israel, a principal linha aérea se nega a transportar primatas para serem usados em experiências e em todas as escolas governamentais a dissecção foi proibida. Segundo o ministro da Saúde, - "é mais importante ensinar aos alunos israelenses a compaixão pelos animais, pois este sentimento certamente criará maior compaixão por seres humanos", declarou. 

Já nos Estados Unidos a grande maioria das escolas de medicinas não usam animais, como a Columbia University College of Physicians and Surgeons, Harvard Medical School, as universidades de medicina de Miami, Michigan, Texas, Washington, Iowa e mais dezenas de outras. Na Europa a mobilização contra este tipo de aula tem a mesma força.

O curso de medicina veterinária da Faculdade das Américas (FAM) é o primeiro no Brasil a utilizar modelo canino sintético para aulas de anatomia, fornecido com exclusividade pela empresa brasileira Csanmek, especializada em sistemas e soluções para o mercado educacional. A aquisição segue a tendência mundial de eliminar o sacrifício e o uso de animais em salas de aula.

Chamado de Syndaver Canine, o cachorro sintético será utilizado para simulações cirúrgicas e treinamentos de habilidades. O modelo é desenvolvido com textura e densidade similares às estruturas anatômicas reais e contém todos os sistemas e órgãos do corpo canino, permitindo a realização de cirurgias, dissecações, entubações e demais procedimentos veterinários.

O cachorro sintético integra o sistema multidisciplinar da FAM para o ensino da veterinária e será utilizado junto com a Plataforma 3D de simulações de anatomia, desenvolvida pela Csanmek. O equipamento funciona como uma mesa que exibe modelos tridimensionais altamente detalhados e anatomicamente corretos de todos os sistemas do corpo canino, que permite aos alunos realizar dissecações virtuais e ter acesso a locais que dificilmente teriam em um cadáver real.

O simulador 3D utilizado na FAM possui ainda uma ferramenta de integração entre hospitais e salas de aula e oferece aos alunos a possibilidade de estudar casos clínicos e exames reais de animais, pois permite que os professores convertam tomografias e ressonâncias magnéticas em 3D, com acesso total e irrestrito a anatomia real.

“É importante que pessoas que trabalham na área de pesquisa, estudantes de biologia, veterinária, zootecnia e outros, contribuam da sua melhor maneira para desestimular este tipo de tortura. Todos juntos devemos ter um só objetivo: salvar esses seres inocentes e indefesos de tanta crueldade”, enfatiza Vininha F. Carvalho.

A sociedade terá muito a ganhar com o fim da dissecção, impedindo assim, que a doutrina médica insista em tentar promover a saúde, sendo instrumento de sofrimento e morte desnecessária.






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