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sábado, 8 de junho de 2024

Por que a tragédia no Rio Grande do Sul fez as pessoas reviverem traumas de infância?

Psicanalista Ana Lisboa observa que situação no estado reflete individualmente em cada pessoa e resgata problemas no passado que se transformaram em solidariedade

 

Há mais de 1 mês, TVs, rádios e jornais noticiam a triste realidade do Rio Grande do Sul após uma avalanche de água que tomou ruas, bairros e cidades por lá. A tragédia, que afetou milhares de pessoas, refletiu no País e no mundo inteiro, e moveu grandes ações solidárias para confortar, um pouco, as famílias que perderam literalmente tudo. Mas, como que de alguma forma, essa catástrofe reflete nesse trauma coletivo das pessoas? 

A psicanalista e terapeuta sistêmica, Ana Lisboa, comenta que todos, de alguma forma, foram tocados por esse acontecimento. De imediato, pela empatia e solidariedade em meio a situação, mas, em paralelo, cada pessoa sentiu de uma forma diferente esse cenário, ficando exposto a um trauma existente desde a infância. 

“Uma pessoa que ficou diante de questões financeiras na infância, teve alguma perda familiar, de um animal ou passou por algum tipo de humilhação, ao visualizar a triste realidade daquelas famílias no Sul que perderam tudo, é como se nós tivéssemos revivendo um trauma do passado. Vendo sua criança passar por tudo aquilo. Por isso, ficamos tão doloridos, foi como se o Sul tivesse mostrado todos os traumas possíveis das pessoas, de várias formas”, comenta a especialista. 

Ana cita o caso da Maíra Cardi, coach e influenciadora fitness, que foi uma grande responsável pela abertura de um abrigo de mulheres no estado afetado, justamente para evitar possíveis abusos e traumas durante esse período traumatizante. Maíra, segundo a psicanalista, ficou dias sem tomar banho motivada por esse objetivo, já que infelizmente, ela passou por um abuso quando nova, e quando ouviu a notícia, se mobilizou para mudar o cenário. 

“Quando crianças, nós passamos um trauma seja a morte de um animal, um abandono, uma falência dos pais, e nós dizemos que a alma congela, pois naquela época, a criança não reage, não pode reagir, e convive com aquele trauma durante anos, mas segue sua vida. Quando ficamos diante de uma catástrofe como essa, que atingiu em todas as situações as pessoas, esse trauma retoma à vida de cada um, por isso, cada pessoa sente de uma forma. É como se vivêssemos o trauma ali guardado por tanto tempo”, completa Lisboa. 

Porém, esse sentimento de culpa e impotência, que quando criança ficou guardado, atualmente pode ser revertido com ajuda. Por isso, Ana Lisboa mobilizou centenas de pessoas em diversas áreas e situações. “Como eu curo este trauma? Movendo para fazer algo bom, falando sobre isso, chorando, arrecadando, trabalhando e movendo o seu trauma em algo bom. Dessa forma, quebra esse gatilho e memórias traumáticas em algo positivo que vai atingir e ajudar milhares de famílias”, encerra a psicanalista.

 



Ana Lisboa - Líder do maior movimento de Feminino e Mentalidade do Mundo, Ana Lisboa é especialista em construção de comunidades e terapias sistêmicas, sendo pioneira em grandes movimentos na história das Constelações Familiares, tanto no Brasil como na Europa. Atualmente, após impactar milhões de vidas em suas redes sociais e possuir uma comunidade de mais de 30 mil alunas em 27 países, Ana ensina mulheres a usarem sua potência máxima para conquistarem dignidade e liberdade. Professora, Palestrante, Advogada, Empresária, mestranda em Ciências Jurídicas e Sociais, pela Universidade de Lisboa, especialista em Direitos das Mulheres, com quase uma década de aprofundamento nos conhecimentos sistêmicos, é fundadora do Movimento Feminino Moderno e CEO do Instituto Conhecimentos Sistêmicos.
https://www.instagram.com/analisboa/


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