Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), até 2025
devem surgir cerca de 34,6 mil casos de leucemia no Brasil. A campanha Junho
Laranja tem como objetivo informar e conscientizar a população sobre as doenças
do sangue como a anemia e a leucemia.
A leucemia é um tipo de câncer que se origina na
medula óssea, onde são produzidas as células sanguíneas. Em 2020, 6.738 pessoas
morreram por conta da leucemia, ainda de acordo com o Inca. Roberto Luiz da
Silva, hematologista e coordenador da equipe de transplante de medula óssea e
terapia celular na Rede de Hospitais São Camilo de São Paulo, descreve abaixo
os diferentes tipos de leucemia.
- Leucemia
Linfocítica Aguda (LLA): é o tipo mais comum em crianças, mas também
pode ocorrer em adultos. Nesta leucemia, as células jovens (blastos) dos
linfócitos (glóbulos brancos) não se desenvolvem corretamente e se
multiplicam de forma descontrolada.
- Leucemia
Mielóide Aguda (LMA): neste tipo, os blastos imaturos dos glóbulos
vermelhos, brancos ou plaquetas se multiplicam rapidamente na medula
óssea. É mais comum em adultos e pode progredir rapidamente se não
tratada.
- Leucemia
Linfocítica Crônica (LLC): acomete principalmente adultos idosos. Nesta
leucemia, os linfócitos maduros se acumulam no sangue, medula óssea e
órgãos, mas se multiplicam lentamente e não afetam a produção das células
normais.
- Leucemia
Mielóide Crônica (LMC): caracterizada pela produção excessiva de
glóbulos brancos maduros na medula óssea. Geralmente afeta adultos na
faixa dos 60 anos e progride lentamente.
"O diagnóstico precoce e o tratamento adequado
são fundamentais para aumentar as chances de cura ou controle da doença. Os
principais sintomas incluem fadiga, perda de peso, sangramentos e infecções
frequentes. O transplante de medula óssea é uma das formas de tratamento e
possibilidade de cura da leucemia", comenta o hematologista.
Importância da doação de
medula óssea
A doação de medula óssea pode ser essencial para a
cura de doenças como leucemia, linfomas e alguns tipos de anemias. Atualmente,
o Brasil tem o terceiro maior registro de doadores de medula óssea do mundo,
segundo o Registro Nacional de Doadores Voluntários de Medula Óssea (REDOME).
São mais de 5,7 milhões de brasileiros cadastrados
no banco do REDOME. O hematologista na Rede de Hospitais São Camilo de São
Paulo destaca que a medula óssea utilizada para realização do transplante pode
curar diversas doenças além das citadas anteriormente.
“A medula óssea é uma substância gelatinosa
presente no interior dos ossos, capaz de produzir as células sanguíneas,
glóbulos vermelhos, plaquetas e glóbulos brancos. Quando o paciente recebe a
medula óssea ou células tronco hematopoéticas, o organismo passa a produzir
essas células de forma saudável novamente”, comenta ele.
Para doar, é preciso ter entre 18 e 35 anos de
idade, estar em bom estado geral de saúde, não ser portador de doenças
infecciosas ou incapacitantes, câncer, condições hematológicas ou do sistema
imunológico. No entanto, algumas condições de saúde não impedem a doação, por
isso, é importante que cada caso seja devidamente analisado, segundo o
especialista.
Para se tornar um doador voluntário de medula
óssea, é preciso acessar o site do REDOME (redome.inca.gov.br) e verificar a unidade de cadastramento mais próxima da sua
localização.
Neste local, será realizada a apresentação de um
documento chamado Termo de Consentimento Livre e Esclarecido para cadastro no
REDOME e será coletada uma amostra de sangue para exame de tipagem HLA
(antígeno leucocitário humano). Os resultados ficam cadastrados no REDOME para
buscas de compatibilidade com quem necessita de doações a nível nacional e
internacional.
Segundo o especialista, há necessidade de se
incentivar um maior número de doações na região norte e de doadores negros,
asiáticos e indígenas, aumentando assim as probabilidades de se encontrar um
doador, pois o Brasil possui grande miscigenação. É importante que todas as
pessoas inscritas no REDOME realizem atualização de seus cadastros facilitando
o contato, caso seja encontrado um receptor possível.
Nenhum comentário:
Postar um comentário