A Sociedade
Brasileira de Neurologia Infantil fala sobre a importância do Teste do Pezinho
Ampliado e os casos identificados de Atrofia Muscular EspinhalSBNi- Teste do Pezinho
No dia 6 de junho é comemorado o Dia Nacional do
Teste do Pezinho, data criada pelo Programa Nacional de Triagem Neonatal com o
objetivo de conscientizar o público e os profissionais de saúde sobre a
importância do exame que detecta doenças graves e raras em recém-nascidos. O
diagnóstico precoce de doenças raras é crucial, pois amplia as opções de
tratamentos ou terapias possíveis, com o propósito de amenizar os sintomas e
proporcionar uma vida típica e de mais qualidade aos pacientes e às
famílias.
O Teste do Pezinho tradicional, oferecido
gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), abrange apenas seis doenças.
Em 2021, a Lei nº 14.154 estendeu para 52 o número de enfermidades
identificadas e propôs um escalonamento em cinco fases para a ampliação das
doenças. A Atrofia Muscular Espinhal (AME), por exemplo, será incorporada no
exame do SUS apenas na última fase.
Minas Gerais confirma 7 casos de AME em apenas 4
meses
Em Minas Gerais, o programa foi ampliado no fim de
janeiro, e todas as amostras de recém-nascidos estão sendo testadas para 15
doenças, incluindo a AME. O estado já confirmou 7 casos da
doença. Minas Gerais é o primeiro estado com grande população a realizar a
testagem em massa para a Atrofia Muscular Espinhal pelo SUS. No Brasil, apenas
o Distrito Federal possui a doença em seu painel de triagem neonatal.
De acordo com a neurologista infantil, presidente
da Sociedade Brasileira de Neurologia Infantil e professora do Departamento de
Pediatria da UFMG, Juliana Gurgel Giannetti, a AME é uma doença neuromuscular
progressiva que pode levar à morte, principalmente nos casos em que o início
dos sintomas é precoce, devido ao comprometimento respiratório e da
deglutição. “A AME é considerada a segunda doença neuromuscular mais
frequente da infância. Temos uma proteína que é muito importante para a
sobrevivência do neurônio que está na medula. Se essa proteína não é produzida,
por algum defeito genético, ocorre a perda desse neurônio e, como consequência,
ocorre uma fraqueza muscular progressiva, que acomete os músculos dos braços,
pernas, da respiração e da deglutição, por isso, é uma doença muito grave.
Muitas vezes, os pacientes da AME Tipo 1 apresentam esses sintomas de forma
intensa e precisam ser entubados, sem que o diagnóstico tenha sido feito”,
aponta.
Segundo a neurologista infantil, o diagnóstico pelo
Teste do Pezinho é primordial. “O melhor tratamento para a AME é aquele
iniciado mais rápido. Essa é a diferença crucial da ampliação da triagem
neonatal, porque essas crianças passariam pela consulta com o pediatra ou
neurologista infantil e não seria identificado nenhum sinal da doença. Então,
quando retornasse ao médico, já poderiam apresentar fraqueza, dificuldade para
mamar ou respirar”, explica. “Consideramos que essas crianças diagnosticadas
no tempo certo, vai fazer toda a diferença na vida delas e das famílias. Vamos
acompanhar o desenvolvimento neuropsicomotor e acreditamos que os marcos
naturais serão alcançados nas idades certas e elas terão o desenvolvimento de
uma criança típica, e o melhor, sem sequelas”, ressalta a médica.
Sociedade Brasileira de Neurologia Infantil (SBNi)
https://linkme.bio/sbninfantil
https://sbni.org.br
instagram.com/sbninfantil
facebook.com/SBNInfantil
Nenhum comentário:
Postar um comentário