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sábado, 15 de junho de 2024

49% das mulheres já experimentaram algum tipo de violência no relacionamento

Freepik 

O levantamento, realizado pela MindMiners, traz dados sobre relacionamentos, machismo, pressão social, empoderamento e autoestima feminina


 

O dado alarmante de que 49% das mulheres já sofreram algum tipo de violência em algum momento de suas vidas durante relacionamentos interpessoais, segundo o estudo da empresa de consumer insights MindMiners “Elas sobre Elas - Testemunhos e reflexões das mulheres sobre suas percepções e vivências na sociedade em múltiplos contextos”, lança luz sobre uma realidade sombria e profundamente preocupante.

A estatística revela não apenas a extensão assustadora da violência de gênero, mas também a persistência de padrões nocivos e opressivos em muitas dinâmicas de relacionamento.  Já dados da Agência Brasil mostram que ao menos oito mulheres foram vítimas de violência doméstica a cada 24 horas em 2023.

“Esse número não só destaca a urgência de abordar a questão da violência contra as mulheres, mas também ressalta a necessidade de criar espaços seguros e empoderadores onde todas as mulheres possam viver livres do medo e da intimidação. Nunca se falou tanto de violência contra mulher como temos escutado atualmente. A verdade é que desde que a mulher é mulher, elas lutam e tentam ao máximo combater a violência,” explica a psicanalista e CEO do Ipefem (Instituto de Pesquisa de Estudos do Feminino e das Existências Múltiplas), Ana Tomazelli.   


Relacionamentos: expectativa x realidade 

A grande maioria das mulheres (56%) está atualmente em um relacionamento estável, refletindo um alto nível de comprometimento e vínculo emocional. Por outro lado, é curioso observar que 44% das participantes estão solteiras, apesar de mais da metade (51%) expressar o desejo de estar em um relacionamento estável. 

Essa discrepância sugere uma lacuna entre as expectativas e a realidade das experiências de relacionamento, evidenciando possíveis desafios na busca por parceiros compatíveis. 

Não é surpreendente, portanto, que mais da metade (53%) das respondentes enfrentem dificuldades para encontrar alguém que esteja interessado em um relacionamento sério, apontando para a complexidade das interações afetivas no cenário atual.

Além disso, os dados revelam questões sensíveis relacionadas à confiança e à fidelidade nos relacionamentos. 50% das mulheres admitiram ter sido traídas em algum momento, enquanto 21% confirmou terem traído seus parceiros. 

Esses números destacam a importância da comunicação aberta e da construção de confiança mútua nos relacionamentos, bem como a necessidade de abordar questões subjacentes que possam levar à infidelidade.  

Toda hora é hora de combater o machismo  

A percepção generalizada de que o mundo, e especialmente o Brasil, é bastante machista é alarmante, com 6 em cada 10 mulheres compartilhando essa visão. Esse sentimento é ainda mais pronunciado entre a geração Z, destacando a importância de abordar o machismo de maneira eficaz para criar um futuro mais igualitário. 

Além disso, o fato de que 4 em cada 10 mulheres convivem com pessoas machistas e 15% consideram seus parceiros(as) machistas destaca a persistência desse problema em níveis individuais e interpessoais. No entanto, é encorajador notar que 14% das respondentes já tiveram comportamentos machistas e buscaram mudar, demonstrando uma disposição para o crescimento e a transformação pessoal.

“Nosso papel, enquanto empresa de pesquisa, é dar visibilidade a temas importantes como esse. Os dados do estudo mostram que precisamos de mudanças urgentes. Como mulher, acredito que, para combater o machismo enraizado na sociedade, é essencial uma abordagem multifacetada que inclua educação, conscientização e ação concreta. A responsabilidade de promover a igualdade de gênero recai sobre todos, incluindo empresas e marcas”, comenta a CMO da MindMiners. Danielle também destaca o quanto é crucial que as marcas estejam atentas ao papel que desempenham na perpetuação ou combate ao machismo, implementando medidas que promovam a diversidade, a inclusão e o respeito. “Isso inclui não apenas evitar estereótipos de gênero em suas campanhas publicitárias, mas também adotar políticas internas que combatam o machismo no ambiente de trabalho e oferecer suporte às mulheres que enfrentam discriminação”, afirma Danielle.  


Enfrentando as pressões sociais 

As pressões sociais exercem uma influência significativa sobre as escolhas e trajetórias de vida das pessoas, muitas vezes limitando sua liberdade e autonomia. Segundo o estudo, uma parcela considerável da população (38%) sente uma forte pressão para encontrar um parceiro e estabelecer um relacionamento sério ou casamento, refletindo a persistência de normas sociais que valorizam a vida conjugal como medida de sucesso pessoal. 

Além disso, 35% relatam sentir pressão para terem filhos, evidenciando como as expectativas sociais em torno da maternidade podem exercer um peso significativo sobre os indivíduos, independentemente de suas próprias aspirações e desejos. “Nesse contexto, as marcas têm a oportunidade de desafiar essas normas restritivas e promover a diversidade de escolhas, oferecendo apoio e reconhecimento às pessoas que optam por seguir caminhos não convencionais em suas vidas pessoais e familiares”, analisa  a CMO da MindMiners, Danielle Almeida. 

O estudo, baseado em dados de 1.000 respondentes de todo o país, analisou as informações disponíveis na plataforma de consumer insights da MindMiners, que combina pesquisa, tecnologia e inteligência de dados para compreender o comportamento do consumidor. 



Ana Tomazelli - Psicanalista e CEO do Ipefem (Instituto de Pesquisas & Estudos do Feminino e das Existências Múltiplas), uma ONG de educação em saúde mental para mulheres no mercado de trabalho. Mentora de Carreiras, Executiva em Recursos Humanos, por mais de 20 anos, liderou reestruturações de RH dentro e fora do país. Com passagens pelas startups Scooto e B2Mamy, além de empresas tradicionais e consolidadas como UHG-Amil, Solera Holdings, KPMG e DASA (Diagnósticos da América S/A). Mestranda em Ciências da Religião pela PUC-SP e membro do grupo de pesquisa RELAPSO (Religião, Laço Social e Psicanálise) da Universidade de São Paulo, também é pós-graduada em Recursos Humanos pela FIA-USP e em Negócios pelo IBMEC-RJ. Formada em Jornalismo pela Laureate - Anhembi Morumbi.

Linkedin/anatomazellibr
Instagram @ipefem


MindMiners
https://mindminers.com/

 

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