A Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa) anunciou o término da autorização temporária para a
comercialização de álcool líquido 70%, revertendo uma medida implementada como
parte das ações de combate à Covid-19. Supermercados e farmácias devem esvaziar
suas prateleiras até o final do mês e retomar a disponibilização de álcool gel.
A medida, inicialmente concebida
para auxiliar no enfrentamento da crise sanitária, agora é vista como uma
precaução necessária diante dos riscos de acidentes domésticos.
Segundo a Sociedade Brasileira de
Queimaduras (SBQ), o álcool gel é considerado mais seguro, já que impede
derramamento, evitando que grandes áreas do corpo sejam queimadas em um
acidente.
Eficácia
O conselheiro federal e membro da
Comissão de Fiscalização e Orientação Profissional (CFISC) do Conselho Federal
de Química (CFQ), Ubiracir Lima, explica que tecnicamente o álcool gel funciona
da mesma forma que o líquido e pode ser um bom substituto, além de outros
limpadores ou desinfetantes.
“O mecanismo de ação é o mesmo. A
substituição da forma líquida pela apresentação em gel iniciou-se com a RDC Nº
46/2002 da Anvisa, devido ao registro de um número muito grande de acidentes,
principalmente com crianças. Foi sugerida essa substituição em determinadas
concentrações, para evitar riscos à população. É um mecanismo eficaz quanto às
outras apresentações”, afirma o conselheiro.
Desinfecção
No que diz respeito à desinfecção de
superfícies e à eficácia do álcool contra germes e microrganismos, Ubiracir
esclarece que o processo ocorre em etapas. Ele expõe que, inicialmente, o
produto rompe as paredes celulares desses agentes infecciosos por processos que
inclui desidratação. Em seguida, a solução penetra nos microrganismos,
alterando suas proteínas internas e inibindo sua capacidade de sobrevivência.
Essa ação combinada culmina na sua eliminação total.
Substituição
Além disso, Lima ressalta que
substituir o álcool líquido na limpeza doméstica é simples e seguro, desde que
se utilizem produtos registrados e regularizados junto à Anvisa. "A
Agência analisa processos de registro para produtos de limpeza e produtos com
ação antimicrobiana ou desinfetantes, onde as empresas devem enviar laudos
técnicos, testes e ensaios de eficácia, demonstrando que esses produtos
realmente eliminam os microrganismos”, garante. Ele orienta, ainda, sobre a
importância de não recorrer a misturas caseiras ou produtos clandestinos.
Prevenção
O Sistema CFQ/CRQs e a Associação
Brasileira das Indústrias de Produtos de Higiene, Limpeza e Saneantes de Uso
Doméstico e de Uso Profissional (ABIPLA) promoveram, em 2022, uma ação conjunta
de conscientização sobre o uso correto de saneantes e sanitizantes.
As entidades alertam para o risco de
misturas caseiras de produtos de limpeza e para o manuseio correto desses
itens. Todas essas orientações estão disponíveis na cartilha online, que pode
ser acessada aqui.
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