A pandemia da Covid-19 pegou em cheio diversos segmentos econômicos no mundo todo. No entanto, nenhum deles foi tão duramente afetado como turismo de forma geral – seja o de lazer ou o corporativo. As empresas viram suas atividades pararem por completo e podemos dizer que o mercado hibernou.
Com a velocidade de propagação do vírus diferente,
e em momentos distintos em cada canto do mundo, algumas nações se revezaram na
posição de adotar o lockdown, de abrir fronteiras, de retomar as atividades do
comércio. Mas o turismo continuou em silêncio.
Porém, com uma considerável diminuição no volume de
mortes e os movimentos da economia em curso, o turismo começou a dar sinais de
retomada. Devagar, as aeronaves começaram a voltar para os ares, os hotéis
iniciaram sua reabertura de portas e as pessoas, além de estarem cansadas de
ficar dentro de casa, começaram a sentir um pouco mais de segurança para
viajar, com a adoção dos vários protocolos sanitários e de proteção contra o
vírus ditados pelos órgãos competentes.
De acordo com um dos nossos Thinkers, o médico
imuno oncologista Kald Abdallah, que atualmente é Líder Global de
Relacionamento Médico da Farmacêutica Bristol Myers Squibb, enquanto não houver
uma vacina, o mundo poderá passar por 14 ondas de Covid-19. No momento, o
Brasil ainda enfrenta a primeira onda e, por isso, as notícias mudam a cada
dia, o que não nos permite fazer grandes previsões sobre como será o cenário do
turismo no mundo nos próximos meses.
Tanto no Brasil, quanto no mundo, o que se vê é um
movimento das pessoas fazendo pequenas viagens, normalmente de carro, para
locais próximos. Na Europa, há muito “bate e volta” para cidades vizinhas de
outros países. À medida que a segurança aumenta e notícias sobre o número de
casos se torna um pouco mais animadora, as pessoas arriscam um pouco mais e vão
para locais um pouco mais distantes. Mas ainda assim em um volume ínfimo perto
do que o turismo tem capacidade de movimentar.
Em nosso país, estamos chegando à temporada de
férias de verão, na qual o turismo tradicionalmente registra um período
bastante aquecido, tanto sob o ponto de vista nacional quanto internacional.
Porém, para este ano, fazer um diagnóstico preciso sobre como ficará este
cenário será um grande desafio. O que eu arrisco a dizer é que já existe um
grande movimento de procura por reservas em hotéis, resorts e compras de
passagem aérea para os meses de dezembro e janeiro, mas com foco nos destinos
nacionais e regionais.
Desta vez, não acredito que as viagens
internacionais terão tanta força, principalmente porque a Europa está vivendo
uma nova onda de Covid-19 e várias medidas de restrição estão sendo tomadas.
Fora o fato de que ainda há muita gente com receio de contaminação, o que é verdade,
já que a pandemia continua entre nós.
Para este final de ano e início de 2021, eu
vislumbro um turismo local aquecido, que pode trazer uma parte das receitas
perdidas ao longo do ano para o setor no Brasil. Mas retomada, mesmo, eu solto
a informação aqui e saio correndo: setembro do próximo ano. Quem estiver
preparado, vai encarar uma demanda reprimida que vem mais forte do que onda da
Covid-19. Estejamos preparados para bons ventos.
Natasha
de Caiado Castro - Ceo da Wish International, empresa especializada nos
segmentos de MICE – Meetings, Incentives, Conventions and Exhibitions – e IDX –
Innovation and Disruptive Experience
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