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quarta-feira, 18 de novembro de 2020

Especialista alerta para os riscos de negligenciar a saúde masculina

No Novembro Azul, uma pesquisa recente da Sociedade Brasileira de Urologia informa que 55% dos homens deixaram de ir ao médico durante a pandemia  

 

De acordo com um levantamento da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), 55% dos homens não procuraram os médicos durante a pandemia do novo Coronavírus. Conforme as informações do Instituto Nacional de Câncer (INCA), o tumor maligno da próstata é o segundo mais comum entre esse público (atrás apenas do câncer de pele não-melanoma), com mais de 65 mil novos casos estimados até o fim do ano. Gisele Marinho, oncologista e especialista em tumores geniturinários do Americas Oncologia do Rio de Janeiro, dá o alerta com algumas recomendações importantes para que eles estejam em dia com a saúde.  

Embora os cuidados com a prevenção de um tipo de tumor que, se diagnosticado precocemente, têm elevadas chances de sucesso no tratamento, a oncologista informa que algumas decisões também precisam ser tomadas, a exemplo de hábitos simples, como a ida regular ao médico, prática de exercícios físicos, além de uma alimentação mais regrada. “É sempre bom reforçar que prevenir é melhor do que remediar. No mês em que chamamos a atenção para que os homens procurem se cuidar mais e melhor, ainda mais em um cenário desafiador de pandemia, os costumes que trazem benefícios para o bem-estar são ferramentas importantes e devem ser seguidos dentro dos protocolos recomendados para o momento”, diz a médica.  

A especialista informa ainda que essa atenção deve ser redobrada no caso de quem tem histórico familiar com parentes próximos, como pai, irmãos e avôs, que tiveram a doença. “Os homens que possuem casos na família não podem se descuidar, pois o fator hereditário requer atenção. Além disso, quanto mais avançada a idade, maior é o risco para o câncer de próstata”, pondera. 

Quanto aos sintomas, a médica afirma que nas fases iniciais não apresenta sinais e que é importante não aguardar por eles para ir ao urologista. “Também vale ressaltar os outros problemas que podem afetar os homens, como o aumento benigno da próstata (hiperplasia benigna de próstata) e as prostatites (inflamações), que também exigem tratamentos específicos”, observa.  

Sobre os exames recomendados, o ideal é realizar avaliações regulares com o urologista a partir dos 50 anos de idade e, a partir dos 40 para aqueles que tem histórico na família. “As análises para rastreamento são o toque retal e a pesquisa do Antígeno Prostático Específico (PSA), exame de sangue feito em laboratório. Ambos são complementares, o que significa que um não dispensa o outro. O de toque é rápido e permite ao médico avaliar se existe a presença de nódulos e endurecimento local”, explica.  

Por fim, Gisele Marinho afirma que com o avanço dos procedimentos, hoje, os tratamentos têm menos efeitos colaterais e estão bem mais focados na localização exata do tumor. “Estamos evoluindo bastante nesse aspecto e, nos últimos anos, a terapêutica avançou muito, com novos medicamentos hormonais e técnicas de radioterapia e cirurgia, que combinam efetividade e minimizam riscos de impotência ou incontinência urinária. Atualmente, é possível conseguir a recuperação completa do paciente, mantendo a qualidade de vida, inclusive, a sexual”, finaliza.  


Saiba mais sobre o câncer de próstata  

  • O câncer de próstata é a formação e multiplicação desordenada de células anormais nessa glândula, que é responsável pela produção do líquido seminal, que conduz os espermatozoides na ejaculação. Vale pontuar que a próstata não tem interferência na ereção.  
  • Após os 50 anos, é bem comum o aumento benigno dessa glândula, a chamada hiperplasia prostática benigna, que não tem relação com câncer.  
  • Existem diversos tipos de câncer, sendo o mais comum o adenocarcinoma, que responde por mais de 90% dos casos. Mas há outros, como carcinomas de pequenas células, sarcomas e tumores neuroendócrinos, estes bastante raros, porém agressivos. 

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