No Novembro Azul, uma pesquisa recente da Sociedade Brasileira de Urologia informa que 55% dos homens deixaram de ir ao médico durante a pandemia
De acordo com um levantamento da Sociedade Brasileira de Urologia
(SBU), 55% dos homens não procuraram os médicos durante a pandemia do novo
Coronavírus. Conforme as
informações do Instituto Nacional de Câncer (INCA), o tumor maligno da próstata
é o segundo mais comum entre esse público (atrás apenas do câncer de pele
não-melanoma), com mais de 65 mil novos casos estimados até o fim do ano.
Gisele Marinho, oncologista e especialista em tumores geniturinários do
Americas Oncologia do Rio de Janeiro, dá o alerta com algumas recomendações
importantes para que eles estejam em dia com a saúde.
Embora os cuidados com a prevenção de um tipo de
tumor que, se diagnosticado precocemente, têm elevadas chances de sucesso no
tratamento, a oncologista informa que algumas decisões também precisam ser
tomadas, a exemplo de hábitos simples, como a ida regular ao médico, prática de
exercícios físicos, além de uma alimentação mais regrada. “É sempre bom
reforçar que prevenir é melhor do que remediar. No mês em que chamamos a
atenção para que os homens procurem se cuidar mais e melhor, ainda mais em um
cenário desafiador de pandemia, os costumes que trazem benefícios para o
bem-estar são ferramentas importantes e devem ser seguidos dentro dos
protocolos recomendados para o momento”, diz a médica.
A especialista informa ainda que essa atenção
deve ser redobrada no caso de quem tem histórico familiar com parentes
próximos, como pai, irmãos e avôs, que tiveram a doença. “Os homens que possuem
casos na família não podem se descuidar, pois o fator hereditário requer
atenção. Além disso, quanto mais avançada a idade, maior é o risco para o
câncer de próstata”, pondera.
Quanto aos sintomas, a médica afirma que nas
fases iniciais não apresenta sinais e que é importante não aguardar por eles
para ir ao urologista. “Também vale ressaltar os outros problemas que podem
afetar os homens, como o aumento benigno da próstata (hiperplasia benigna de
próstata) e as prostatites (inflamações), que também exigem tratamentos
específicos”, observa.
Sobre os exames recomendados, o ideal é realizar
avaliações regulares com o urologista a partir dos 50 anos de idade e, a partir
dos 40 para aqueles que tem histórico na família. “As análises para
rastreamento são o toque retal e a pesquisa do Antígeno Prostático Específico
(PSA), exame de sangue feito em laboratório. Ambos são complementares, o que
significa que um não dispensa o outro. O de toque é rápido e permite ao médico
avaliar se existe a presença de nódulos e endurecimento local”, explica.
Por fim, Gisele Marinho afirma que com o avanço
dos procedimentos, hoje, os tratamentos têm menos efeitos colaterais e estão
bem mais focados na localização exata do tumor. “Estamos evoluindo bastante
nesse aspecto e, nos últimos anos, a terapêutica avançou muito, com novos
medicamentos hormonais e técnicas de radioterapia e cirurgia, que combinam
efetividade e minimizam riscos de impotência ou incontinência urinária.
Atualmente, é possível conseguir a recuperação completa do paciente, mantendo a
qualidade de vida, inclusive, a sexual”, finaliza.
Saiba mais sobre o câncer de próstata
- O câncer de próstata é a formação e multiplicação desordenada
de células anormais nessa glândula, que é responsável pela produção do
líquido seminal, que conduz os espermatozoides na ejaculação. Vale pontuar
que a próstata não tem interferência na ereção.
- Após os 50 anos, é bem comum o aumento benigno dessa
glândula, a chamada hiperplasia prostática benigna, que não tem relação
com câncer.
- Existem diversos tipos de câncer, sendo o mais comum o
adenocarcinoma, que responde por mais de 90% dos casos. Mas há outros,
como carcinomas de pequenas células, sarcomas e tumores neuroendócrinos,
estes bastante raros, porém agressivos.
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