Variação menos comum da doença ainda é desconhecida. Para esses pacientes, o transplante de pâncreas é indicado para resgatar o controle glicêmico
O transplante de pâncreas é
recomendado para casos de diabetes tipo I resistentes aos tratamentos
convencionais, como aplicações de insulina e dieta. Essa variação mais grave da
doença, chamada de hiperlábil, atinge cerca de 500 mil brasileiros, mas ainda é
pouco conhecida, mesmo entre médicos.
“É comum esse paciente
enfrentar uma longa jornada até o diagnóstico correto. Muitas vezes,
acredita-se que ele esteja descumprindo o tratamento, o que justificaria a
falta de controle da doença”, afirma o Dr. Marcelo Perosa, coordenador da
equipe de transplantes do Grupo Leforte.
O diabetes tipo I geralmente
surge na infância, adolescência ou fase de adulto jovem. Diferente do tipo II,
em que o aparecimento da doença é influenciado fortemente por fatores
hereditários, obesidade e hábitos alimentares inadequados, o tipo I tem
componente autoimune e se caracteriza pela incapacidade do organismo em
produzir insulina.
Esse hormônio tem origem no
pâncreas e controla os níveis de açúcar no sangue. Quando a sua produção é
insuficiente, como no tipo I do diabetes, o paciente precisa de injeções
diárias para complementar a insulina necessária no organismo. Cerca de 10% dos
diabéticos pertence ao tipo I, sendo que a grande maioria consegue controlar a
doença com aplicações de insulina e dieta.
Mas existe um pequeno grupo,
em torno de 3,5% do total de pacientes, cuja doença segue fora de controle.
“Médico e pacientes passam meses, às vezes anos, tentando ajustar o tratamento
para controlar a glicemia (nível de açúcar) no sangue. Mas nada funciona”, diz
o Dr. Perosa.
Nessas situações, há
indicação para o transplante de pâncreas. “O paciente entra diabético na sala
de cirurgia e sai de lá curado”, conta o especialista. O transplante também é
indicado para diabéticos com complicações secundárias, como perda de visão,
piora da função renal levando à necessidade de diálise e eventos
cardiovasculares. Essas complicações podem ocorrer em 50% dos casos, quando o
paciente convive com a doença por mais de 15 ou 20 anos.
Líder mundial em
transplantes
Grupo Leforte é líder mundial
em transplantes de pâncreas nos últimos três anos. Em 2019, a instituição
realizou 74 transplantes pancreáticos e, nesse ano, já foram feitos 68
procedimentos, mesmo com as adversidades da pandemia. Raros são os Serviços do
mundo que realizam mais do que 30 transplantes pancreáticos ao ano. “É muito
provável que venhamos a bater novamente o recorde mundial em 2020”, diz o Dr.
Perosa.
“Todos, inclusive os médicos,
precisam estar cientes dessa variação da doença, para que a jornada do paciente
em busca de um tratamento resolutivo seja mais rápida e efetiva”, alerta o
cirurgião.
Desde o início da pandemia, o
Grupo Leforte adotou protocolos para aproveitar ao máximo as oportunidades de
doação de órgãos e conseguiu registrar aumento de 28% nos transplantes, apesar
de os números nacionais terem registrado queda.
Grupo Leforte
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