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A alta concentração de glicose (açúcar) no sangue é considerada fator de risco para pacientes que contraem a COVID-19 Créditos: Freepik |
Obesidade e
diabetes estão entre os principais fatores de risco no combate ao vírus
Fortalecimento do sistema imunológico, controle do
peso, aumento da memória e concentração são alguns dos benefícios de uma
alimentação saudável. Ter o hábito de consumir refeições balanceadas e
nutritivas evita o excesso de gordura corporal, que pode levar a outras
complicações na saúde, como o surgimento de doenças cardiovasculares e
diabetes.
Em um cenário de pandemia, a obesidade e a alta
concentração de glicose (açúcar) no sangue são considerados fatores de risco
para pacientes que contraem a COVID-19. No final de outubro, o informe
epidemiológico da Secretaria de Saúde do Paraná indicou que 32% dos pacientes
que morreram por coronavírus tinham o diabetes como fator agravante, e outros
7% tiveram complicações por causa do excesso de peso.
A nutricionista Andressa Troles, da equipe de check
up do Hospital Marcelino Champagnat, explica que o diabetes é uma doença
crônica caracterizada pela produção insuficiente de insulina que gera um
excesso de glicose no sangue e essa disfunção pode ser um agravante e sinal de
alerta com a COVID-19. “Pacientes com diabetes não têm mais riscos de contrair
COVID-19, mas sim de maior gravidade da doença, caso a glicemia esteja
descontrolada”, afirma.
O cirurgião do aparelho digestivo Caetano
Marchesini, especialista em cirurgia bariátrica do Hospital Marcelino
Champagnat, em Curitiba, explica o porquê dessa relação perigosa entre
obesidade e coronavírus. “O excesso de gordura é uma inflamação crônica do
corpo, que leva à imunossupressão, à redução da capacidade do sistema
imunológico. Ou seja, com a imunidade afetada, o organismo do obeso tem mais
dificuldade em combater o vírus”, diz. Marchesini conta que, na época do vírus
H1N1, de 37 a 47% dos pacientes obesos infectados pelo vírus evoluíam a doença
para quadros mais graves. Agora, com o coronavírus, a estatística quase dobrou.
De 70 a 80% dos obesos infectados pela COVID-19 evoluem para sintomas graves da
doença.
Para evitar complicações e manter a saúde e o
bem-estar mesmo durante a pandemia, muitos brasileiros têm buscado encontrar
formas adequadas a cada caso para combater a obesidade. Uma das alternativas
médicas em pacientes com alto IMC é a cirurgia bariátrica. Marchesini conta que
muitos pacientes obesos lhe procuraram preocupados em emagrecer, por entenderem
o risco que a obesidade lhes trazia frente ao coronavírus.
Com pré-diabetes, o chef de cozinha Vavo Krieck, 48
anos, passou pelo procedimento que seguiu todos os rigorosos protocolos de
segurança sanitária adotados pelo hospital. O paciente tinha 134 quilos (oito
dos quais ganhou na pandemia), mas já perdeu 20, após pouco mais de 45 dias da
cirurgia. “A pandemia serviu como um grande espelho na vida de todo mundo.
Coisas que antes a gente achava que conseguia controlar, o tempo em casa
mostrou que não dava mais pra varrer a sujeira para baixo do tapete. Eu achava
que a hora que eu quisesse, eu conseguiria emagrecer. Mas notei que não é bem
assim”, diz Vavo.
Somados à obesidade e ao pré-diabetes, outros
fatores que fizeram com que o chef de cozinha optasse pela cirurgia foram
a hipertensão, apneia e a falta de fôlego para brincar com os filhos
gêmeos de cinco anos. “Já estou praticando atividade física três vezes por
semana, meu fôlego já está melhorando, minha pressão arterial voltou
completamente ao normal. Não poderia ter tido decisão melhor. Todos os aspectos
da vida começaram a melhorar”, analisa o paciente.
Nutrição
Mas nem todas as pessoas acima do peso necessitam
de cirurgia bariátrica. De acordo com a nutricionista Andressa Troles, da
equipe de check up do Hospital Marcelino Champagnat, a cirurgia começa a ser
indicada para pessoas com IMC maior que 35 para pacientes com comorbidades
(diabetes, pressão alta) e 40 aos pacientes com obesidade mórbida. Ainda assim,
cada caso é analisado individualmente. Abaixo desse patamar, o indicado é uma
alimentação saudável e balanceada.
Além do combate à obesidade e ao diabetes, uma
refeição nutritiva traz benefícios para a saúde como um todo, melhorando a
qualidade do sono, disposição e concentração. Para estabelecer uma boa dieta, a
nutricionista dá algumas dicas de como começar:
- Fazer trocas saudáveis – a bolacha pela fruta com
granola, cookies integrais, iogurte natural, por exemplo
- Aumentar o consumo de frutas e verduras ao
dia, entre 3 e 5 porções
- Troque tudo o que tem farinha branca pela
integral (pães, bolachas, macarrão, arroz)
- Acrescente ovos mexidos, frutas, aveia, granola
no café da manhã e lanches intermediários
- Adicione oleaginosas (castanhas) e sementes na
alimentação
- Não tem tempo pra cozinhar? Organize para
ir à feira ou ao supermercado no fim de semana. Cozinhe marmitas para a semana
toda (frango desfiado, carne moída, arroz integral, legumes diversos, sopas) e
congele para ir consumindo na semana
- Não quer ter trabalho com o preparo? Ao invés de
fast food, opte pelas marmitas fitness
Hospital
Marcelino Champagnat
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