No mês da
conscientização e alerta contra o câncer de intestino, que vitimou o eterno
Pantera Negra, conhecer mais sobre seus dados biológicos está entre as mais
avançadas formas de cuidar da saúde
No dia 28 de agosto tivemos a notícia do
falecimento do ator e diretor Chadwick Boseman, o eterno Pantera Negra. A causa
da morte foi apontada como câncer de cólon, também conhecido como câncer
colorretal.
Esse câncer, está entre os que mais atingem a
população em geral, é o segundo entre as mulheres (sendo o primeiro o de mama)
e o terceiro entre os homens (ficando atrás somente do de próstata e pulmão).
Em 2020, de acordo com as projeções do Instituto Nacional de Câncer (INCA), o
Brasil deve ter mais de 40 mil novos casos. A prevenção é sempre o melhor
caminho e, por isso, a Sociedade Brasileira de Coloproctologia (SBCP) criou o
Setembro Verde para a conscientização e o alerta contra a doença.
O ator Chadwick Boseman morreu aos 43 anos. De modo
geral, no entanto, o desenvolvimento do câncer colorretal está mais associado a
pessoas acima de 50 anos e a outros fatores: má alimentação, excesso de peso,
exposição à radiação como, por exemplo, Raio-X; e o consumo excessivo de
álcool. Entre os motivos que potencializam as chances de desencadear a
enfermidade, está o histórico familiar, ou seja, a predisposição genética.
Apesar dos números alarmantes, a campanha anual, o
Setembro Verde, tem como objetivo estimular a prevenção, já que somente assim é
possível aumentar o diagnóstico do tumor em estágio inicial, quando a
possibilidade de cura chega a 90%. Entre as indicações estão uma alimentação
balanceada, rica em ingestão de água e fibras alimentares presentes nas frutas
e nas verduras e com redução no consumo de carnes vermelhas ou com alto teor de
gordura. Além disso, atividade física regular faz parte das medidas que podem
ajudar a evitar o aparecimento da doença. E, claro, as visitas regulares ao
médico especialista e os exames de rotina. No caso, o rastreamento é feito pela
colonoscopia, usada tanto para detectar o problema em si quanto para
identificar possíveis pólipos, que podem ser ressecados antes de se
transformarem em tumores malignos.
E também já é possível incluir dentre as
ferramentas aliadas na identificação e prevenção à predisposição ao câncer
colorretal os testes de mapeamento genético – que “escaneiam” o DNA do
indivíduo em busca de mutações nos genes que possam aumentar as chances de
desenvolver o quadro.
Genética, um caminho de prevenção ao câncer
colorretal
O avanço da tecnologia e seu consequente
barateamento possibilitou uma importante evolução na ciência genética e na sua
disponibilização para as pessoas o que oferece a oportunidade de lidar com a
sua saúde de uma maneira diferente, antes da doença aparecer.
“Descobrir um câncer no início realmente faz toda a
diferença para o tratamento e poder ter acesso aos seus dados biológicos e
conhecer a sua realidade própria frente a enfermidade significa ganhar uma
infinidade de possibilidades de ação para evitar seu surgimento”, enfatiza
Cesário Martins, diretor do meuDNA, healthtech de mapeamento genético.
No Kit meuDNA Saúde, por exemplo, à venda pelo site
meudna.com, o usuário
recebe em sua casa tudo para fazer, por conta própria, a coleta do DNA pela
saliva, com o cotonete apropriado. Após essas etapas, ele envia o kit ao
laboratório por correio. No laboratório especializado em Sequenciamento de Nova
Geração (NGS), o DNA é analisado através da tecnologia de Exoma, que faz um
sequenciamento completo dos genes.
Por meio de inteligência artificial e
bioinformática, as informações são comparadas com tudo o que já existe nos
bancos de dados genéticos, para identificar as variações genéticas que podem
aumentar o risco de desenvolvimento de doenças. Em cerca de seis semanas a
pessoa recebe um email para acessar seus relatórios de predisposição a
triglicerídeos altos, colesterol alto, doença de Wilson, além dos cânceres de
mama (feminino e masculino), ovário, próstata, melanoma, endométrio e, claro,
colorretal.
A mutação que pode causar o câncer colorretal
acontece nos genes APC, MLH1, MSH2 e MSH6. Quando presente ela aumenta em
diferentes proporções as chances do desenvolvimento da doença. “É importante
ressaltar que o resultado do teste genético não é um diagnóstico e, sim, a
demonstração da predisposição à doença. Ou seja, na prática, ele diz se você
tem cientificamente mais propensão ao problema do que a média dos brasileiros
e, caso sim, qual o percentual do risco. Assim, ao conhecer esse panorama,
junto com o seu médico, é possível traçar um plano de prevenção mais efetivo
que envolva, por exemplo, diminuir o intervalo entre as consultas e os exames
de rotina no intuito de acompanhar mais de perto qualquer sinal diferente do
normal”, conclui Martins.
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