Recentemente, eu participei de algumas palestras virtuais na OAB e percebi muitos interessados nos processos de vistos para os Estados Unidos. Mesmo com a pandemia, e com alguns vistos suspensos nesse período, alguns outros como o EB-2 continuam sendo processados normalmente.
Esse visto sofreu algumas alterações e uma delas é
referente às prioridades relacionadas a tipos de profissionais. Além de médicos
e enfermeiros, o governo está facilitando a entrada de engenheiros civis, au pairs,
e também pessoas que atuam na área de alimentação. São essas as principais
profissões para entrada nos Estados Unidos com o Visto EB-2, que há algum
tempo, vêm ganhando maior aderência entre os brasileiros.
Sobre o fato de alimentação ser uma das áreas
favorecidas, é importante destacar que nem sempre o visto é por qualificação
nesse setor, mas sim por empreendedorismo. Pessoas que possam abrir um
restaurante no país também podem se beneficiar dessa modalidade. De toda forma,
é importante analisar com clareza essa possibilidade, pois existem formas mais
eficientes de aplicação nesse caso.
Outra questão que surgiu foi sobre a possibilidade
de aplicar o visto EB-2 e estender o green card para familiares, incluindo
filhos casados. Vale ressaltar que isso não é possível, porque quando um filho
se casa, ele tem sua própria família e mesmo que seja menor de 21 anos, o visto
não pode ser aplicado. Após se tornar um cidadão americano é possível fazer
alguma solicitação de visto permanente, mas até esse momento não há chances de
isso ocorrer.
Existe algum problema em realizar a solicitação do
visto EB-2 e ir para os Estados Unidos com outro tipo de visto enquanto o
pedido é processado? Na verdade, não, mas normalmente o processo ocorre de
forma rápida, então pode não fazer sentido. O ideal é se programar, realizar o
protocolo consular e aguardar a entrevista ainda no Brasil, assim todo o
procedimento fica menos complicado e mais barato também, além de chegar ao país
já com o green card.
Na última semana, recebi um relato interessante de
um colega que entrou no país com o visto B-1, que é um visto de negócios (B-1 é
o visto temporário, assim como o B-2, utilizado para turismo) e, por não ser um
visto de trabalho, não é possível realizar qualquer atividade profissional
durante a estadia. Por permanecer nos Estados Unidos durante um período maior
do que o recomendado, acabou ficando sem status. A dúvida é, se mesmo assim, é
possível voltar ao Brasil e fazer a solicitação do EB-1. É preciso saber que
essa não é uma prática recomendável. Além de ter o visto negado, possivelmente
será aberto algum outro tipo de procedimento caso esteja em território
americano.
É importante destacar também que exceder o período
do visto em qualquer modalidade prejudica o processo de solicitação, e também é
um risco desnecessário.
Algumas pessoas também têm dúvidas sobre a
possibilidade de fazer a aplicação do visto EB-2 sem formação acadêmica e nesse
caso, com a comprovação de experiência na área de atuação, aliado a um bom
currículo e uma estruturação do plano de negócios eficiente, até mesmo
porque existem diversos critérios durante a análise de documentos, é possível
aplicar e ser bem sucedido.
Daniel Toledo - advogado da Toledo e Advogados Associados especializado em direito internacional, consultor de negócios internacionais, palestrante e membro da comissão de direito internacional da OAB. Para mais informações, acesse: http://www.toledoeassociados.com.br ou entre em contato por e-mail daniel@toledoeassociados.com.br. Toledo também possui um canal no YouTube com mais de 73 mil seguidores https://www.youtube.com/danieltoledoeassociados com dicas para quem deseja morar, trabalhar ou empreender internacionalmente.
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