Para 2021 as previsões são de recuperação, com reação sólida nos investimentos de TI no Brasil no pós-COVID-19, o que coloca a projeção de crescimento para o próximo ano na casa dos 10%. Temas como cloud, segurança, mobilidade, colaboração e comunicação se destacam nesse contexto. As informações são do levantamento “Mercado Brasileiro de Software – Panorama e Tendências 2020”, publicado pela ABES - Associação Brasileira das Empresas de Software em parceria com a IDC.
São dados bastante animadores, após o furacão que
passamos e o atual cenário ainda não normal. Segundo o estudo, dentro do
segmento de TI, o mercado de software apresentou crescimento mais acentuado em
2019, da ordem de 16%. Já os softwares e serviços para exportação aumentaram
29%, em comparação ao mesmo período do ano anterior.
Diante do mercado mundial, o Brasil representa no
mercado de TI, 1,8%, mas na América Latina significa 40,7%. O estudo apontou
que existem 21.020 empresas dedicadas ao desenvolvimento e produção de
software, distribuição e prestação de serviços no país, sendo que 58,3% têm
como atividade principal o desenvolvimento e produção de software ou prestação
de serviços.
Considerando que 5.519 empresas atuam no
desenvolvimento e produção de software, cerca de 95,3% podem ser classificadas
como PME, segundo o critério de até 99 funcionários. Praticamente 50% do
mercado usuário é composto por empresas de Finanças, Serviços e Telecom,
seguidos por Indústria e Comércio. Em relação à vertical governo, houve
recuperação em 2019 em relação aos anos anteriores, passando de uma
participação de 3,7% do mercado para 6,3%. Ao mesmo tempo, a vertical comércio
apresentou o maior aumento nos investimentos em TI no ano de 2019, cerca de
16,9%.
Em termos de equipamentos e mobilidade, os
smartphones lideram o crescimento do setor, com taxa de 8,8%, seguidos por
notebooks, com 4,5%, e desktops com 3,8%. No segmento da computação em nuvem, o
mercado mostrou crescimentos expressivos em 2019. As soluções SaaS tiveram
aumento de 48,7%, ao mesmo tempo que as PaaS cresceram 55,4%. Em IoT, o mercado
(incluindo hardware de conectividade, software e serviços) também cresceu, com
uma taxa de 18,7% em relação a 2018.
A IDC acredita em uma reação sólida nos
investimentos em TI no Brasil no pós-COVID-19, o que coloca a projeção para 2021
na casa dos 10%. Além disso, alguns aspectos mostram as tendências que se
anunciam neste segmento:
EXPECTATIVA PELA LGPD - ainda há
muito por fazer porque quase 2/3 das empresas ainda estão em processo de
adequação, acelerando os investimentos na área, apesar da pandemia. Por essa
jornada passam aplicações, processos, novos papéis e haverá um “boom” de
solicitações de privacidade. As empresas terão de descartar muitas informações
mantidas de forma inadequada, na medida em que os usuários também se movimentarão
para controlar sua pegada digital;
ANALYTICS E IA – ambos
estão cada vez mais entrelaçados, causando uma mudança importante no mindset
das empresas: projetos menores e mais direcionados. A ideia é resolver uma dor
e, então, avançar para a próxima. As ferramentas Open Source ganham espaço,
neste cenário, onde as empresas privilegiam o autosserviço e a autonomia para
criação. Ainda assim, cerca de 64% das empresas pretendem contratar
consultorias especializadas (de TI ou de negócios) para auxiliá-las;
UMA NUVEM PARA CADA NECESSIDADE –
atualmente mais de 2/3 das companhias têm algum tipo de iniciativa em nuvem
pública. Além de IaaS, já consolidado como modelo de infraestrutura flexível e
escalável, PaaS vem ganhando relevância concentrado nos cinco principais
provedores, que somam hoje mais de 65% do mercado. A nuvem privada, por sua
vez, atende necessidades mais específicas de modernização e controle, comuns em
algumas verticais ou em ambientes heterogêneos e complexos. Em grandes empresas
é possível identificar até 25% do orçamento externo de TI voltado ao modelo de
nuvem privada;
MODERNIZAÇÃO DE APLICAÇÕES – o avanço
da nuvem dentro das organizações tem se deparado com aplicações ainda não
modernizadas. Atualmente, apenas 27% das aplicações já progrediram em
arquiteturas habilitadas para a nuvem. Estudos da IDC mostram que Containers
são a abordagem preferida para a modernização. Contudo, além do investimento
necessário para modernizar, a familiaridade com a tecnologia ainda é uma
barreira: pouco mais de 1/3 das empresas têm algum nível de familiaridade com
Containers;
SD-WAN/SERVIÇOS GERENCIADOS DE REDE E SEGURANÇA – os
clientes têm se mostrado pragmáticos ao tomar decisões inicialmente baseadas
por reduções de custos, por isso, as redes devem ser tão ágeis quanto as
aplicações que passam por elas. A tendência do mercado indica amadurecimento e
consolidação com foco em Management Services e as funções de rede e segurança
serão, cada vez mais, virtualizadas;
TRANSFORMAÇÃO DAS OPERADORAS ACELERA A MASSIFICAÇÃO
DE SERVIÇOS DIGITAIS – as operadoras têm se empenhado em diversificar
os portfólios de serviços e soluções para se tornarem mais robustos e
completas. Managed Services e Professional Services estão cada vez mais
presentes nas ofertas para o segmento B2B. Esse movimento proporciona ao SMB a
adoção de soluções digitais, antes só consumidas por grandes clientes, tornando
as operadoras um vetor de digitalização. Serviços que orbitam a conectividade,
como segurança, serviços gerenciados, serviços profissionais, IoT e
infraestrutura (tanto equipamentos como IaaS), terão maior êxito.
DAAS – essa modalidade tem sido uma alternativa local
para fabricantes e provedores e o país terá um grande crescimento na comercialização
de produtos “como serviço”, porque ainda há muito potencial para expansão.
Odilon Costa - CEO da Tree Solution
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