Pesquisa,
que busca voluntários, é realizada na UFSCar em parceria com universidade
holandesa
Um estudo realizado na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) pretende avaliar as experiências dos profissionais da Saúde que prestaram assistência de fim de vida a pacientes que faleceram recentemente e como eles têm sido afetados pela atual crise da Covid-19. A pesquisa é coordenada, na UFSCar, por Esther Ferreira, docente do Departamento de Medicina (DMed), e integra o projeto iLIVE (www.iliveproject.eu), sob o comando da professora Agnes van der Heide, do Departamento de Saúde Pública da Universidade Erasmus de Rotterdam, na Holanda.
Ferreira afirma que a pandemia do novo Coronavírus pode afetar seriamente a
relação com a morte de pacientes, familiares e profissionais da Saúde, tanto
nos casos da própria Covid-19 quanto de outras causas. "O impacto não diz
respeito apenas ao domínio físico, mas também aos domínios psicológico, social
e espiritual", destaca a professora.
Também de acordo com a pesquisadora, a morte deve ser compreendida como um
fenômeno natural, tal como ela é, mas que pode desencadear processos de luto
especialmente em amigos e familiares os quais, em algumas situações, precisarão
de ajuda especializada. Para Ferreira, o atual contexto pandêmico tende a
dificultar as experiências desses processos.
No caso específico dos profissionais da Saúde, que convivem com óbitos em seus
cenários de trabalho, a dificuldade de lidar com o luto pode acarretar muitos
problemas, inclusive "relacionados à saúde mental, como a depressão",
como exemplifica a docente. A expectativa do estudo é levantar pontos críticos
nessa relação dos profissionais com o processo de fim de vida e discuti-los,
propondo ideias para minimizar danos em situações semelhantes no futuro.
"Estamos avaliando não apenas como o profissional da Saúde se auto
percebe, mas também se o ambiente em que ele está inserido tem alguma relação
com o processo de luto, o que possibilitará a proposição de melhorias",
afirma. Além disso, por meio da parceria com o projeto holandês, os dados
coletados no Brasil serão juntados com os de outros países, ampliando as
análises dos resultados.
Voluntários
Para realizar a pesquisa, estão sendo convidados profissionais da Medicina,
Enfermagem e Fisioterapia, de qualquer região do País, que vivenciaram
situações de morte de pacientes a partir de março de 2020. Os voluntários
responderão a um questionário online (https://bit.ly/3g2Mp72), disponível até o dia 10 de outubro. Projeto
aprovado pela Comitê de Ética em Pesquisa da UFSCar (CAAE:
31896820.1.0000.5504).
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