As principais
tendências e posicionamentos dos consumidores no final de 2020 e o papel das
metodologias ágeis na era digital
O processo de digitalização das empresas foi
acelerado em decorrência da pandemia da Covid-19. A quarentena forçou as
pessoas a ficarem em casa, fazendo com que empresas de diferentes setores
recorressem às plataformas digitais como meio de se manter no mercado.
“O e-commerce faz parte das nossas vidas, o
trabalho de se deslocar até uma loja já não existe mais. É muito mais fácil se
acostumar com o conforto apresentado pelas tecnologias”, apontou Victor Corazza
Modena, professor na IBE Conveniada FGV nas áreas de Empreendedorismo e Gestão
Financeira, que afirmou ainda: “essas mudanças podem ser definitivas”.
De acordo com o professor, o consumidor
pós-pandemia é mais consciente, mais bem informado e mais crítico. O
crescimento de vertentes de consumo sustentável, assim como o advento da
informação em tempo real, colaborou para a criação de um consumidor mais
crítico, que pesquisa mais, e está em contato com opiniões online em todos os
momentos. Para Corazza, “a marca que consegue escutar os problemas desse
consumidor e resolvê-los, consegue torná-los embaixadores fiéis, que promovem a
marca em seus círculos e não a trocam facilmente”.
Segundo ele, para encarar essa nova realidade as
marcas deveriam valorizar a voz desse consumidor. Neste cenário, qualquer
deslize na comunicação ou nas informações transmitidas pode causar uma ruptura
com o público e impactar em transtornos irreparáveis. “O produto pode até
continuar o mesmo, mas a partir do momento que a imagem da empresa for
envolvida em algum escândalo, ela perderá os clientes contrários àquelas
bandeiras”.
Outra característica importante desse momento
pós-pandemia é que a velocidade de acompanhamento do mercado é vital. “As
empresas que conseguem rapidamente entender as mudanças do mercado e o perfil
do consumidor, conseguem alterar mais rápido o que ela entrega para acompanhar
as necessidades do mercado. E se errar, sai barato”, conclui o especialista da
IBE Conveniada FGV.
Entenda o mercado pós-pandemia!
Esse avanço resultou em um novo perfil de
consumidor e separou o mercado em quatro grandes nichos. De acordo com pesquisa
da Bain & Company, eles se dividem em:
- Mercados cuja demanda explodiu na crise e deve se
manter em alta no longo prazo.
Corresponde a empresas e segmentos que tiveram um
grande crescimento durante a pandemia e cujos serviços se modernizaram e farão
parte do “novo normal”. A exemplo, pode ser citado o home office, que conforme
analistas de gestão de pessoas, veio para ficar, uma vez que grandes empresas
perceberam que não existe mais a necessidade do deslocamento de funcionários,
nem o estabelecimento de escritórios.
As plataformas de comunicação digital também
apresentaram crescimento e podem exemplificar este tipo de mercado. Reuniões
por Zoom, Skype, Meet, entre outros, já fazem parte do dia a dia e o segmento
de vendas pela internet também vem se destacando. No Brasil, o faturamento do
e-commerce foi de 56,8% a mais nos oito primeiros meses de 2020 em comparação
com o mesmo período do ano passado, segundo pesquisa do Movimento
Compre&Confie em parceria com a ABComm (Associação Brasileira de Comércio
Eletrônico).
- Mercados onde a demanda explodiu na crise, mas
deve se estabilizar no longo prazo.
Abrange o setor de produtos cuja demanda cresceu em
necessidade do combate ao vírus e que, passado esse momento, não serão
necessários no dia a dia. Como exemplo, pode ser mencionado o comércio de
álcool em gel e máscaras descartáveis.
- Mercados que a demanda teve forte queda na crise,
mas podem ter “pico” em seguida.
Os segmentos de beleza, como cabelereiros,
barbeiros e maquiadores, comércio de roupas, eletrodomésticos encontram-se
neste nicho. Apesar de terem amargado o fechamento dos estabelecimentos, estes
setores são consolidados e devem se reerguer.
- Mercados cuja demanda sofreu grande queda na crise
e podem ter a recuperação lenta.
Este mercado levará mais tempo para se recuperar
pois as perdas foram grandes, devido ao tamanho dos negócios, e pela mudança no
perfil do consumidor podem sofrer por mais tempo. Os setores de eventos,
hotelaria e turismo, por exemplo, são alguns deles. As viagens de trabalho que
desapareceram na pandemia também não devem voltar a acontecer tão cedo, e devem
ser reduzidas como tendência deste mercado.
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