Muito mais do que tratar doenças, a função do pediatra é acompanhar o desenvolvimento da criança. Por isso, as consultas pediátricas frequentes, desde os primeiros dias de vida, são de extrema importância, pois, por meio do olhar do profissional, observa-se o crescimento da criança, seu desenvolvimento físico e motor, a linguagem, a afetividade e a sua aprendizagem cognitiva. Assim, é possível detectar problemas precocemente e intervir positivamente diante das alterações que surgirem. Além disso, a família pode esclarecer dúvidas nas consultas, obtendo orientações sobre a rotina da criança e as melhores formas de cuidar dela, conhecendo quais vacinas e exames são necessários, etc.
“O pediatra vai ser um médico
preventivista, dando informações essenciais para manter a saúde global e o
desenvolvimento adequado da criança”, frisa a Rubia Fátima Fuzza Abuabara,
médica pediatra e intensivista neonatal que integra o corpo clínico do Hospital
Dona Helena, de Joinville (SC). Segundo a profissional, por falta de
conhecimento ou tempo, os pais deixam de fazer a consulta preventiva na
infância e acabam procurando atendimento médico apenas quando a criança tem
algum sintoma de doença. O que não é adequado. “Várias pesquisas mostram que,
se não existe o acompanhamento frequente do pediatra, o risco da criança ser
hospitalizada aumenta duas vezes. As chances ainda podem duplicar se a criança
tiver doenças crônicas”, alerta.
Pensando nisso, o Dona Helena
desenvolveu o programa “Nascer e Crescer no Dona Helena”, em que a equipe da
maternidade da instituição presta auxílio aos pais, visando o acompanhamento
contínuo de um pediatra, após o nascimento do bebê. Assim, a criança poderá ter
seu histórico de saúde em um só lugar, garantindo um atendimento integral, do
nascimento à maturidade. “O programa objetiva integrar todas as informações
importantes, desde o nascimento do bebê e durante todo o seu crescimento e desenvolvimento.
Além de proporcionar maior praticidade de agendamento, principalmente da
primeira consulta do recém-nascido”, explica Elen Furlan, coordenadora de
enfermagem da maternidade.
A primeira consulta, normalmente,
deverá ser realizada de sete a dez dias após a alta hospitalar. Por causa da
pandemia da Covid-19, recomenda-se que todos os recém-nascidos sejam avaliados
precocemente, de três a cinco dias, e de modo presencial, preferencialmente.
Rubia frisa a importância de se escolher criteriosamente o profissional que irá
acompanhar o bebê. “É necessário haver uma empatia na relação do médico com a
família”, sublinha. Nas consultas, o bebê passa por um exame físico completo,
incluindo checagem do peso, estatura, perímetro cefálico, desenvolvimento neurológico
e grau de imunização. O primeiro encontro com o pediatra costuma ser o mais
longo. O profissional irá fazer vários questionamentos, abordando desde o
período gestacional até o detalhamento do histórico familiar, observando,
assim, se existem doenças prévias e alergias. “Também verificamos como está a
produção de leite e se o bebê está com a mamada adequada ao seio, lembrando
sobre a importância extrema do aleitamento materno exclusivo nos primeiros
meses de vida”, ressalta a especialista.
No primeiro mês de vida, a criança
precisa passar por mais duas consultas, aos 15 e 30 dias. Até os seis meses, a
ida ao pediatra deve ser mensal. Após esse período, até os dois anos de idade,
a frequência deve ser trimestral, isto é, a cada três meses. Dos dois aos
quatro anos, semestral. A partir dos cinco anos, a criança deve realizar
consultas anuais. No programa do Dona Helena, os pais já saem do hospital com a
próxima consulta agendada, além de ganharem um cartão com os dados do
compromisso, contendo um lembrete para trazerem a caderneta de vacina.
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