Em defesa da boa Medicina e da assistência de
qualidade aos pacientes, a Associação Paulista de Medicina (APM) anuncia sua
total contrariedade com a proposta de criação de produtos “pay-per-view”
enviada pelos planos e operadoras de saúde ao Congresso e ao Governo Federal.
Por trás da falsa premissa de que assim serão
disponibilizadas modalidades com mensalidades mais baixas, tenta-se, mais uma
vez, acabar com a cobertura elementar hoje oferecida a qualquer cidadão no
sistema suplementar.
A Lei 9.656, em vigor desde 1998, fixa os direitos
básicos de pacientes de operadoras e seguros de saúde, proibindo, por exemplo,
planos que só atendam a um tipo de consulta com especialistas.
O rol mínimo, atualizado a cada dois anos pela
Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), é o parâmetro atual, com uma lista
de exames e procedimentos indispensáveis à boa prática médica e a tratamentos
com resolubilidade e dignidade.
Segundo notícias veiculadas pela imprensa
nacional, as empresas querem colocar no mercado produtos que não garantem
diversas coberturas às patologias que exigem assistência de maior complexidade,
como para câncer ou problemas renais.
Também almejam segmentar direitos à atenção
primária, como o de o paciente ter à disposição médicos de todas as
especialidades para acompanhamento da saúde e prevenção.
Os planos de saúde solicitam ainda o fim da
proibição de reajustes por idade aos usuários com mais de 60 anos, além do
abrandamento dos prazos máximos para que um paciente seja recebido em consulta
ou faça uma cirurgia, por exemplo. Para as empresas que não atenderem às
exigências legais, pleiteiam penas mais leves.
A propositura, enfim, visa a sepultar a Lei
9.656/1998, em um evidente retrocesso para os usuários de operadores e seguros
de saúde.
Reduzirá o leque de possibilidades terapêuticas à
disposição do médico, gerando inclusive agravamentos de quadros clínicos, entre
outros graves prejuízos aos pacientes, além da transferência dos procedimentos
de alto custo para o Sistema Único de Saúde que, hoje, já padece com o
subfinanciamento.
A APM espera que nossos parlamentares sejam
sensíveis às necessidades de assistência à população e à garantia da adequada
prática da Medicina, rejeitando a proposta nos moldes agora apresentada.
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