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segunda-feira, 3 de junho de 2019

Você sabe o que é feito e para onde vai todo o seu lixo?


O brasileiro produz uma média de 378kg de resíduos por ano, sendo que quase 60% já são direcionados para aterros sanitários

Segundo o último Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil, estudo realizado pela Associação Brasileira Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), a geração total de resíduos foi de 78,4 milhões de toneladas em 2017, aumento de cerca de 1% em relação a 2016, sendo que a coleta regular atingiu 91,2% do que foi gerado. Desta forma, cerca de 6,9 milhões de toneladas não foram coletadas pelos serviços municipais e tiveram destino desconhecido. 

Apesar de comum e fazendo parte de nosso dia a dia, o lixo é um assunto que ainda levanta dúvidas e preconceitos. Por exemplo, vale lembrar a diferença exata entre lixões e aterros. No primeiro caso, estamos falando apenas de uma área a céu aberto sem nenhuma preparação do solo ou tratamento do chorume (líquido que escorre do lixo), o que acaba contaminado lençóis freáticos e facilitando a proliferação de pragas. Já o aterro sanitário sofre uma importante preparação, considerando o nivelamento do solo, cobertura do lixo e criação da infraestrutura necessária para evitar mau cheiro, poluição visual e gases, que muitas vezes, são utilizados para gerar energia.


            Questões importantes

            Luiz Gonzaga, presidente da Associação Brasileira de Empresas de Tratamento de Resíduos e Efluentes (Abetre), destaca o papel das empresas do setor na criação de estratégias eficientes para o melhor tratamento de nosso lixo. Para o executivo, as empresas que atuam no segmento, muito antes da própria Política Nacional de Resíduos Sólidos, Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, desenvolvem um trabalho de alto nível para a sociedade brasileira. “O País carece de educação básica, o que não nos impede de buscar conscientizar o brasileiro, por meio de informações e debates sobre a importância da coleta, manuseio e destinação correta dos resíduos sólidos, bem como de todo o sistema de limpeza urbana”, pondera.

Diretor técnico do Grupo Solví, corporação com mais de 40 anos de atividade e composta por mais de 50 empresas, que oferecem serviços para os setores de resíduos públicos, soluções industriais, saneamento e valorização energética, Diego Nicoletti explica que a Solví possui um portfólio bastante completo de tecnologias para gestão e tratamento dos resíduos que vão desde materiais provenientes da construção civil até resíduos altamente perigosos. “Em nossas UVSs (Unidades de Valorização Sustentável), a prioridade é sempre uma atuação integrada, com atenção especial a segurança dos colaboradores e a segurança ambiental, pois afinal este é o nosso principal negócio”, garante o profissional.

Ao longo de décadas de história, a empresa tem desenvolvido uma série de processos tecnológicos otimizados, reunidos em sites (UVSs) multitecnológicos, podendo destacar: sistemas de manufatura reversa de eletroeletrônicos, plantas de reciclagem automatizadas, tratamento de solos contaminados, plantas de compostagem de resíduos orgânicos, plantas de geração de energia a partir do biogás, blindagem e produção de CDR e aterros sanitários para resíduos domésticos e industriais. “A possibilidade de integrar todas estas tecnologias em um único espaço gera eficiência aos processos, favorecendo, entre outras coisas, economizar na logística e custos indiretos, além de trazer maior segurança operacional e ambiental na gestão destes materiais”, explica Diego.


            Logística reversa

            De acordo com o relatório “Solucionar a Poluição Plástica – Transparência e Responsabilização, estudo feito pelo Fundo Mundial para a Natureza (WWF, sigla em inglês), o Brasil é o 4º maior produtor de lixo plástico do mundo, atrás apenas de Estados Unidos, China e Índia. Mesmo assim, o país recicla apenas 1,2% deste material, número que poderia ser bem maior se investíssemos mais na logística reversa, que nada mais é que a responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos com foco em minimizar o volume de resíduos sólidos e rejeitos gerados, bem como para reduzir os impactos causados à saúde humana e à qualidade ambiental.

            Diretor da Solví, Diego Nicoletti considera a logística reversa uma grande incentivadora da aplicação do conceito de minimização da disposição de resíduos com valor agregado em aterros. “Quando se estabelece em larga escala, temos verificado inúmeros benéficos aos empreendimentos, podendo destacar o aumento da vida útil dos aterros e, muitas vezes, o reaproveitamento de alguns produtos, reforçando o conceito de sustentabilidade”, diz. De acordo com o executivo, o que impede a sua implementação é a falta de regulação para alguns setores e a falta de organização, pois já existem evidências de que onde há organização, existe eficiência, como é o caso da logística reversa de pneus e óleos lubrificantes.



Grupo Solví 

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