O
nódulo de tireoide palpável é presente em até 6,4% das pessoas. A grande
maioria (cerca de 95%) é benigna, porém, alguns deles, necessitam de algum tipo
de tratamento devido ao crescimento progressivo, à compressão local ou mesmo
por queixas estéticas. As principais opções terapêuticas são a cirurgia
(tireoidectomia) e eventualmente o tratamento com levotiroxina, sendo que este
é indicado em casos muito específicos.
No
entanto, há novidades no tratamento desses nódulos já disponível em nosso país:
a técnica minimamente invasiva de ablação
por radiofrequência. O médico cirurgião de cabeça e pescoço
do Hospital Alemão Oswaldo Cruz Dr. Erivelto Volpi diz que “as principais
vantagens da ablação por radiofrequência em face da cirurgia são o tratamento
dos nódulos sem cortes e as chances de preservação da glândula, além de ser um
tratamento ambulatorial”.
Ainda
de acordo com o cirurgião de cabeça e pescoço, a técnica apresenta resultados
altamente satisfatórios na diminuição dos nódulos e na resolução dos sintomas
compreensivos e estéticos.
Estudos
internacionais demonstram que raros pacientes submetidos à técnica
apresentam algum efeito colateral. Entre os possíveis são: febre, hematoma
local, disfonia e hipotireoidismo. Porém, via de regra, são de pouca
intensidade geralmente autolimitados, no entanto o resultado mais importante é
a preservação da função tireoidiana mantida em praticamente 100% dos pacientes.
A
função da tireoide é produzir, armazenar e liberar hormônios tireoidianos na
circulação sanguínea, sendo os principais os triiodotironina (T3) e a
tiroxina (T4), que têm a missão de controlar o metabolismo e a homeostase -
equilíbrio entre os sistemas - do nosso corpo. “A não produção desses hormônios
causa o que chamamos de hipotireoidismo, e seus sintomas são: cansaço,
depressão, diminuição da função cognitiva, prisão de ventre, diminuição da
frequência cardíaca, sonolência, entre outros”, reforça Dr. Erivelto Volpi,
médico cirurgião de cabeça e pescoço do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.
Como é a técnica - O procedimento de aplicação da
radiofrequência é realizado através da inserção de um eletrodo no centro do
nódulo a ser tratado, guiado por ultrassonografia. O nódulo é aquecido, fazendo
uma termolesão tecidual controlada. "O procedimento reduzirá
gradativamente, em um período de seis meses após a aplicação, o volume apenas
do nódulo, preservando, assim, as funções hormonais da glândula da tireoide,
além de evitar a cicatriz, resultado da cirurgia convencional”, explica
Dr. Erivelto.
No
entanto, é importante destacar que nem todos os nódulos benignos são elegíveis
para o procedimento de Ablação por Radiofrequência. Primeiramente, é necessária
a comprovação por meio de ultrassonografia e punção aspirativa que esse nódulo
é realmente benigno. Além disso, a técnica é recomendada para o tratamento de
nódulos grandes que incomodam o paciente e causam sintomas compressivos em
estruturas importantes, como o esôfago, dificultando a deglutição; a traqueia,
resultando na dificuldade de respiração; ou mesmo nódulos em crescimento que
incomodam esteticamente o paciente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário