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segunda-feira, 24 de junho de 2019

Técnica minimamente invasiva para tratamento dos nódulos benignos da tireoide evita a retirada total da glândula e reduz tempo de internação


O nódulo de tireoide palpável é presente em até 6,4% das pessoas. A grande maioria (cerca de 95%) é benigna, porém, alguns deles, necessitam de algum tipo de tratamento devido ao crescimento progressivo, à compressão local ou mesmo por queixas estéticas. As principais opções terapêuticas são a cirurgia (tireoidectomia) e eventualmente o tratamento com levotiroxina, sendo que este é indicado em casos muito específicos.

No entanto, há novidades no tratamento desses nódulos já disponível em nosso país: a técnica minimamente invasiva de ablação por radiofrequência. O médico cirurgião de cabeça e pescoço do Hospital Alemão Oswaldo Cruz Dr. Erivelto Volpi diz que “as principais vantagens da ablação por radiofrequência em face da cirurgia são o tratamento dos nódulos sem cortes e as chances de preservação da glândula, além de ser um tratamento ambulatorial”.

Ainda de acordo com o cirurgião de cabeça e pescoço, a técnica apresenta resultados altamente satisfatórios na diminuição dos nódulos e na resolução dos sintomas compreensivos e estéticos.
Estudos internacionais demonstram que raros pacientes submetidos à técnica apresentam algum efeito colateral. Entre os possíveis são: febre, hematoma local, disfonia e hipotireoidismo. Porém, via de regra, são de pouca intensidade geralmente autolimitados, no entanto o resultado mais importante é a preservação da função tireoidiana mantida em praticamente 100% dos pacientes.

A função da tireoide é produzir, armazenar e liberar hormônios tireoidianos na circulação sanguínea, sendo os principais os  triiodotironina (T3) e a tiroxina (T4), que têm a missão de controlar o metabolismo e a homeostase - equilíbrio entre os sistemas - do nosso corpo. “A não produção desses hormônios causa o que chamamos de hipotireoidismo, e seus sintomas são: cansaço, depressão, diminuição da função cognitiva, prisão de ventre, diminuição da frequência cardíaca, sonolência, entre outros”, reforça Dr. Erivelto Volpi, médico cirurgião de cabeça e pescoço do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.


Como é a técnica -  O procedimento de aplicação da radiofrequência é realizado através da inserção de um eletrodo no centro do nódulo a ser tratado, guiado por ultrassonografia. O nódulo é aquecido, fazendo uma termolesão tecidual controlada. "O procedimento reduzirá gradativamente, em um período de seis meses após a aplicação, o volume apenas do nódulo, preservando, assim, as funções hormonais da glândula da tireoide, além de evitar a cicatriz, resultado da cirurgia convencional”, explica   Dr. Erivelto.

No entanto, é importante destacar que nem todos os nódulos benignos são elegíveis para o procedimento de Ablação por Radiofrequência. Primeiramente, é necessária a comprovação por meio de ultrassonografia e punção aspirativa que esse nódulo é realmente benigno. Além disso, a técnica é recomendada para o tratamento de nódulos grandes que incomodam o paciente e causam sintomas compressivos em estruturas importantes, como o esôfago, dificultando a deglutição; a traqueia, resultando na dificuldade de respiração; ou mesmo nódulos em crescimento que incomodam esteticamente o paciente.





Fonte: Dr. Erivelto Volpi – médico cirurgião de cabeça e pescoço do Hospital Alemão Oswaldo Cruz e professor de medicina do Curso de Faculdade de Medicina da UNINOVE.

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