Em 2019, o estado de São
Paulo registrou 36 casos de sarampo, o maior número de casos do transtorno em
vinte anos. A doença, anteriormente dada como erradicada no país, voltou com
toda força após 21 casos em Santos, provenientes de um navio que atracou no
porto da cidade. Na cidade de São Paulo, foram registrados 14 casos desde 1º de
janeiro deste ano, sete destes, apenas nas duas últimas semanas. Ao todo, são
83 casos confirmados em todo o país: 43 no Pará, 27 em todo o estado de São
Paulo, quatro no Amazonas, três em Santa Catarina, outros três em Minas Gerais,
dois no Rio de Janeiro e um em Roraima. Em razão disso, o Ministério da Saúde
está preparando uma campanha de vacinação, que deverá ser iniciada em todo o
território nacional no dia 10 de junho. O surto e a campanha coincidem com o
Dia da Imunização, celebrado no dia 9 de junho.
Nos últimos anos, criou-se
um movimento antivacinação baseado em ideias que elas seriam a causa de
autismo, entre outros motivos. Há, porém, sérios riscos na decisão de não
vacinar a si mesmo e sua família. Estes perigos não se restringem apenas à sua
própria saúde, mas também ao bem-estar de todos à sua volta, como colegas de
trabalho e escola. O assunto é tão importante que a Organização Mundial da
Saúde (OMS) incluiu o movimento antivacinação em um relatório sobre os dez
maiores riscos à saúde global em 2019. De acordo com o documento, não se
vacinar “ameaça reverter o progresso feito no combate às doenças evitáveis por
meio de vacinação".
O sarampo é uma destas
doenças que havia sido erradicada no Brasil em razão das campanhas de
vacinação. Nosso país não é o único que tem esse ponto negativo: os EUA também
foram atacados por um surto do transtorno em 2016. Segundo dados de 2017, os
casos de sarampo aumentaram 30% no mundo todo, um número visto como vexatório
por toda a comunidade médica.
Não é exagero, então,
afirmar que o movimento antivacinação não passa de uma grande besteira. Como
diz a própria OMS em seu relatório, a vacina “é uma das formas mais eficientes
para evitar doenças e atualmente evita de 2 a 3 milhões de mortes por ano,
enquanto outro 1,5 milhão poderia ser evitado se a cobertura vacinal fosse
melhorada no mundo." Literalmente, milhões de vidas são preservadas
atualmente única e exclusivamente em razão das vacinas, que são, talvez, o
grande legado da medicina no século XX, ao lado dos antibióticos. Assim,
aproveite a campanha de vacinação para se prevenir e ajudar o mundo a deixar
doenças como o sarampo no passado, que é onde elas merecem estar.
Serviço público
A vacinação recomendada contra o sarampo
consiste em três etapas. São elas:
·
Sem
registro de SCR: Esquema de 2 doses com intervalo mínimo de 4 semanas.
·
Registro
de apenas uma dose de vacina SCR: Aplicar segunda dose o mais rapidamente
possível (desde que haja um intervalo mínimo de 4 semanas entre doses).
·
Registro
de duas doses vacina SCR: a partir de 12 meses de idade (vacinado) - Nenhuma
dose.
A vacinação SCR é
disponibilizada gratuitamente pelo SUS em todas as unidades básicas de saúde.
Milton Monteiro - enfermeiro
no HSANP, centro hospitalar na Zona Norte de São Paulo
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