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quarta-feira, 5 de junho de 2019

Dia da Imunização coincide com surto de sarampo no Brasil e no mundo


Em 2019, o estado de São Paulo registrou 36 casos de sarampo, o maior número de casos do transtorno em vinte anos. A doença, anteriormente dada como erradicada no país, voltou com toda força após 21 casos em Santos, provenientes de um navio que atracou no porto da cidade. Na cidade de São Paulo, foram registrados 14 casos desde 1º de janeiro deste ano, sete destes, apenas nas duas últimas semanas. Ao todo, são 83 casos confirmados em todo o país: 43 no Pará, 27 em todo o estado de São Paulo, quatro no Amazonas, três em Santa Catarina, outros três em Minas Gerais, dois no Rio de Janeiro e um em Roraima. Em razão disso, o Ministério da Saúde está preparando uma campanha de vacinação, que deverá ser iniciada em todo o território nacional no dia 10 de junho. O surto e a campanha coincidem com o Dia da Imunização, celebrado no dia 9 de junho.

Nos últimos anos, criou-se um movimento antivacinação baseado em ideias que elas seriam a causa de autismo, entre outros motivos. Há, porém, sérios riscos na decisão de não vacinar a si mesmo e sua família. Estes perigos não se restringem apenas à sua própria saúde, mas também ao bem-estar de todos à sua volta, como colegas de trabalho e escola. O assunto é tão importante que a Organização Mundial da Saúde (OMS) incluiu o movimento antivacinação em um relatório sobre os dez maiores riscos à saúde global em 2019. De acordo com o documento, não se vacinar “ameaça reverter o progresso feito no combate às doenças evitáveis por meio de vacinação".

O sarampo é uma destas doenças que havia sido erradicada no Brasil em razão das campanhas de vacinação. Nosso país não é o único que tem esse ponto negativo: os EUA também foram atacados por um surto do transtorno em 2016. Segundo dados de 2017, os casos de sarampo aumentaram 30% no mundo todo, um número visto como vexatório por toda a comunidade médica. 

Não é exagero, então, afirmar que o movimento antivacinação não passa de uma grande besteira. Como diz a própria OMS em seu relatório, a vacina “é uma das formas mais eficientes para evitar doenças e atualmente evita de 2 a 3 milhões de mortes por ano, enquanto outro 1,5 milhão poderia ser evitado se a cobertura vacinal fosse melhorada no mundo." Literalmente, milhões de vidas são preservadas atualmente única e exclusivamente em razão das vacinas, que são, talvez, o grande legado da medicina no século XX, ao lado dos antibióticos. Assim, aproveite a campanha de vacinação para se prevenir e ajudar o mundo a deixar doenças como o sarampo no passado, que é onde elas merecem estar.


Serviço público

A vacinação recomendada contra o sarampo consiste em três etapas. São elas:

·         Sem registro de SCR: Esquema de 2 doses com intervalo mínimo de 4 semanas.

·         Registro de apenas uma dose de vacina SCR: Aplicar segunda dose o mais rapidamente possível (desde que haja um intervalo mínimo de 4 semanas entre doses).

·         Registro de duas doses vacina SCR: a partir de 12 meses de idade (vacinado) - Nenhuma dose.

A vacinação SCR é disponibilizada gratuitamente pelo SUS em todas as unidades básicas de saúde.






Milton Monteiro - enfermeiro no HSANP, centro hospitalar na Zona Norte de São Paulo

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