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quinta-feira, 6 de junho de 2019

Desafios dos profissionais mais velhos em vagas de início de carreira



Quando pensamos em um profissional em início de carreira, a tendência é projetarmos a imagem de alguém bem jovem, com vinte e pouquíssimos anos, já que partimos da ideia de que uma pessoa sai do ensino médio, com idade entre 17 e 18 anos, entra na faculdade até os 20 e inicia sua jornada no mercado de trabalho. “No entanto, nem sempre essa imagem representa a realidade e existem muitos iniciantes com mais de 30 e 40 anos”, afirma Rodrigo Vianna, CEO da Mappit – empresa do Grupo Talenses especializada em vagas de início de carreira. De acordo com o especialista, este profissional não passa despercebido pelas empresas. “Ele pode causar tanto estranheza quanto admiração, mas em geral consegue se encaixar e agregar à profissão”, comenta.
Os motivos que levam as pessoas com idade acima da média do mercado optarem por iniciar uma carreira são diversos. “É possível encontrar quem está tentando uma segunda profissão, quem antes não teve condições de estudar ou quem priorizou projetos pessoais como maternidade, mudança de país ou negócio próprio”, aponta Vianna.

O especialista afirma ser possível notar em várias das empresas que recebem estes currículos uma curiosidade e receio inicial para compreender e avaliar o motivo do candidato estar começando com mais idade. Na maioria dos casos, ele diz que o receio de contratar um profissional preguiçoso, ou que não tenha foco na carreira, cai por terra quando o contratante conhece a história de vida destes candidatos e percebe vantagens como maturidade,  foco, menos ansiedade e um estilo de vida mais responsável, que costuma refletir nas decisões que ele toma no trabalho, ou seja, a tão conhecida “experiência de vida” que não se consegue de outra forma a não ser com o passar dos anos.

De qualquer maneira, o fato ainda é raro no mercado brasileiro, mas pode se tornar mais comum nas próximas gerações. Isso porque além de uma expectativa de vida maior e, portanto, mais oportunidades de alterações de planos ao longo da vida, as gerações que começam a chegar ao mercado de trabalho possuem múltiplos interesses e menos medo de mudanças. “As escolhas de hoje são menos para a vida toda e mais para até quando me fizerem feliz”, afirma Vianna.

Um fato que retrata essa mudança de paradigma é que universidades no mundo, e mais recentemente no Brasil, já possuem os chamados Bacharelados Interdisciplinares, onde é possível escolher uma área mais genérica, como Humanas, Exatas ou Científica, para ter uma base sólida de conhecimento neste campo e só nos últimos anos do curso direcionar os estudos para uma profissão. “Dessa maneira, o aluno pode fazer mais alguns anos de outras matérias e se formar em outra carreira em seguida ou mais à frente”, explica Vianna.

O especialista comenta que a abertura das empresas para este profissional também traz diversidade ao time e tem tudo para ser proveitosa, já que equipes mais diversas trazem mais inovação e estratégias diferenciadas. “Basta que as empresas e os profissionais estejam abertos e preparados para isso”, finaliza.


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