Quando pensamos em um
profissional em início de carreira, a tendência é projetarmos a imagem de
alguém bem jovem, com vinte e pouquíssimos anos, já que partimos da ideia de
que uma pessoa sai do ensino médio, com idade entre 17 e 18 anos, entra na
faculdade até os 20 e inicia sua jornada no mercado de trabalho. “No entanto,
nem sempre essa imagem representa a realidade e existem muitos iniciantes com
mais de 30 e 40 anos”, afirma Rodrigo Vianna, CEO da Mappit – empresa do Grupo
Talenses especializada em vagas de início de carreira. De acordo com o
especialista, este profissional não passa despercebido pelas empresas. “Ele
pode causar tanto estranheza quanto admiração, mas em geral consegue se
encaixar e agregar à profissão”, comenta.
Os motivos que levam as
pessoas com idade acima da média do mercado optarem por iniciar uma carreira
são diversos. “É possível encontrar quem está tentando uma segunda profissão,
quem antes não teve condições de estudar ou quem priorizou projetos pessoais
como maternidade, mudança de país ou negócio próprio”, aponta Vianna.
O especialista afirma ser
possível notar em várias das empresas que recebem estes currículos uma
curiosidade e receio inicial para compreender e avaliar o motivo do candidato
estar começando com mais idade. Na maioria dos casos, ele diz que o receio de
contratar um profissional preguiçoso, ou que não tenha foco na carreira, cai
por terra quando o contratante conhece a história de vida destes candidatos e
percebe vantagens como maturidade, foco, menos ansiedade e um estilo de
vida mais responsável, que costuma refletir nas decisões que ele toma no
trabalho, ou seja, a tão conhecida “experiência de vida” que não se consegue de
outra forma a não ser com o passar dos anos.
De qualquer maneira, o fato
ainda é raro no mercado brasileiro, mas pode se tornar mais comum nas próximas
gerações. Isso porque além de uma expectativa de vida maior e, portanto, mais
oportunidades de alterações de planos ao longo da vida, as gerações que começam
a chegar ao mercado de trabalho possuem múltiplos interesses e menos medo de
mudanças. “As escolhas de hoje são menos para a vida toda e mais para até
quando me fizerem feliz”, afirma Vianna.
Um fato que retrata essa
mudança de paradigma é que universidades no mundo, e mais recentemente no
Brasil, já possuem os chamados Bacharelados Interdisciplinares, onde é possível
escolher uma área mais genérica, como Humanas, Exatas ou Científica, para ter
uma base sólida de conhecimento neste campo e só nos últimos anos do curso
direcionar os estudos para uma profissão. “Dessa maneira, o aluno pode fazer
mais alguns anos de outras matérias e se formar em outra carreira em seguida ou
mais à frente”, explica Vianna.
O especialista comenta que a
abertura das empresas para este profissional também traz diversidade ao time e
tem tudo para ser proveitosa, já que equipes mais diversas trazem mais inovação
e estratégias diferenciadas. “Basta que as empresas e os profissionais estejam
abertos e preparados para isso”, finaliza.
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