De acordo com dados de 2010 do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), mais de 7 milhões de pessoas no
Brasil possuem algum tipo de deficiência visual. As principais causas de
cegueira são: catarata, glaucoma, retinopatia diabética, cegueira infantil e degeneração
macular, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Para um país com um
número expressivo de pessoas nessa condição, existem não mais do que 200
cães-guias em atividade que são treinados para ajudá-las.
As raças mais comuns treinadas para se tornarem
cães-guia são: Labrador e Golden Retriever. É importante dizer que o
treinamento do cão e a entrega ao seu usuário são os últimos passos de uma
longa jornada, que inclui dezenas de famílias voluntárias que entregam seu
tempo e amor em prol da causa.
Conhecidas como famílias socializadoras,
estas pessoas acolhem os filhotes por aproximadamente um ano, expondo-os a uma
rotina diária de atividades imprescindíveis. Entre elas estão o uso de
transporte coletivo, visitas a espaços públicos, experiências de mobilidade
urbana, convivência com outros animais, crianças etc.
Cada
cão-guia é destinado ao seu usuário de acordo com o perfil e necessidade da
pessoa com deficiência visual. É preciso ter uma conexão entre ambos e lembrar
que o cão guia por amor e carinho e não somente por condicionamento.
Muitas
pessoas não sabem como agir ao encontrar com esses animais, que estão a
trabalho. Podemos dar comida e brincar com um cão-guia? Confira abaixo algumas
dicas de como agir na presença deles:
·
Não chame a atenção do cão-guia. É importante
lembrar que ele está trabalhando e não se encontra na posição de um bichinho de
estimação naquele momento;
·
Não o toque e nem o acaricie enquanto ele
estiver usando o peitoral com alça de trabalho. O animal pode se distrair e
acabar causando algum acidente com a pessoa com deficiência visual;
·
É preciso que os tutores de cães de estimação
controlem seus animais, utilizem coleiras e, de preferência, fiquem afastados
dos cães-guias. Caso contrário, ele poderá acabar perdendo o foco de sua
atividade principal;
·
Nunca ofereça alimentos ao cão-guia. Ele tem
horário certo para comer e certamente estará bem alimentado pelo seu tutor;
·
Fale sempre com a pessoa com deficiência
visual primeiro e nunca diretamente com o cão-guia. Já que ele sabe que alguém
poderá distrai-lo, e só permitirá a intervenção, caso o cão não esteja à
trabalho;
·
Caso alguma pessoa com deficiência visual
peça ajuda, o ideal é aproximar-se pelo lado direito dele, de maneira que seu
cão-guia fique à esquerda;
·
Se por ventura a pessoa com deficiência
visual aceitar ajuda, ela irá pedir para que você ofereça seu cotovelo
esquerdo. Neste caso, usará um comando para indicar ao cão-guia que ele estará
temporariamente fora de serviço;
·
Ao passar informações para a pessoa com deficiência
visual, é preciso indicar com clareza o sentido em que se deve dobrar ou seguir
para chegar ao local, assim ele poderá passar a rota ao cão;
·
Não pegue o braço
de uma pessoa
com deficiência visual que está
acompanhado de um cão-guia, sem antes conversar. Muito menos toque na guia do
animal, pois a mesma é só para uso do seu tutor;
·
O cão-guia foi
treinado e está habituado a viajar tanto dentro como fora do país, em todos os
meios de transporte, acomodado aos pés do seu tutor, sem atrapalhar os passageiros;
·
Os cães-guia são
capacitados para entrar e permanecer junto aos seu tutores em todos os
tipos de estabelecimentos, tanto de saúde como em lojas, restaurantes,
supermercados, cafeterias, cinemas, teatros, centros de estudo ou trabalho, sem
causar alterações no funcionamento dos locais e nem incomodar os funcionários
ou o público;
·
Devido ao
treinamento que recebem, os cães-guias estão capacitados para exercer suas
funções e nunca vagam pelos recintos. Eles têm o mesmo direito de gozar de
livre acesso a todos os locais públicos como seus tutores.
George Thomaz Harrison -
instrutor de cão-guia no Instituto Magnus (https://www.institutomagnus.org/ )
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