O câncer de próstata é a segunda
causa de mortes entre os homens no Brasil e no mundo. Novos diagnósticos e
tratamentos estão surgindo, mas o mais importante é que os homens vençam as
resistências e façam os exames preventivos
Novos e importantes
avanços no diagnóstico e tratamento do câncer de próstata foram apresentados na
Reunião Anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínicas (ASCO), este ano em
Chicado, EUA, reunindo mais de 32 mil profissionais da saúde de todos os
continentes.
Segundo o oncologista
Bruno Conte, do Hemomed Instituto de Oncologia e Hematologia, maior centro
privado ambulatorial no atendimento privado do câncer no país, pesquisadores de
instituições de Dublin, na Irlanda, e do Memorial Sloan Kettering Cancer
Center, em Nova York, nos EUA, incorporaram à tradicional medição de PSA, o uso
de sondas e técnicas de imagem como tomografia computadorizada, ressonância
magnética e tomografias ósseas. Foi realizada uma revisão de todos os pacientes
encaminhados pela instituição norte-americana, que passaram por exames de
PET-CT e PSMA. O PET-CT é a fusão de dois exames conhecidos: o PET-scan
(tomografia por emissão de pósitrons) com uma tomografia computadorizada.
Os exames de imagem
foram realizados com o uso de uma substância farmacológica semelhante a um
contraste, que é absorvida somente por células cancerosas,
concentrando-se nos tumores. Dessa forma, é possível rastrear todo o corpo do
paciente para identificar a existência de um câncer.
Foto de divulgação
Os resultados
permitiram um monitoramento mais eficaz e um tratamento efetivo, que mudou o
tratamento dos pacientes e permitiu sua sobrevida.
No entanto, Bruno Conte
explica que tais exames só devem aplicados em pacientes que, nos exames de
controle , apresentam taxas elevadas de PSA.
Estima-se que dentro
dos 10 primeiros anos desde o tratamento inicial do câncer de próstata, até 40%
dos pacientes que realizaram protesctomia radical e 50% dos submetidos à
radioterapia irão desenvolver recorrência da doença. Embora o monitoramento dos
níveis de PSA, os antígenos específicos da próstata que indicam se há câncer
informe sobre as chances de recorrência, ela não diz exatamente onde a doença
pode voltar, o que é um verdadeiro dilema médico.
Com a nova técnica
diagnóstica- revela Conte- consegue-se detectar a localização de eventuais
metástases do câncer de próstata. “Isso porque quando o PSA começa a subir, o
médico se pergunta, por exemplo, se a recidiva está localizada na região da
próstata, nos ossos, em linfonodos etc. O PET-CT de PSMA consegue discriminar
onde está a doença, quando mostra uma alteração em alguma área do corpo, uma
biopsia localizada pode comprovar que aquele é o local da recidiva, permitindo
ao médico decidir se irradia localmente o tumor”, explica o oncologista do
Hemomed.
Diretrizes adotadas
pela Sociedade Brasileira de Cancerologia e do American Cancer Society indicam
a realização dos exames do toque retal e o exame de PSA para todos os homens a
partir dos 50 anos anualmente. E a partir dos 45 anos quando há histórico
familiar. Segundo Ricardo Antunes, cirurgião oncológico e presidente da
Sociedade Brasileira de Cancerologia,estes simples procedimentos, associados,
podem garantir o diagnóstico precoce e afastar dois grandes fantasmas que
aterrorizam os homens: a disfunção erétil e a incontinência urinária.
Avanços
no tratamento
A estimativa do Inca-
Instituto Nacional do Câncer – é que o Brasil tenha 61 mil novos casos de
câncer de próstata por ano. São 13 mil mortes por ano e no mundo são
registrados 1,1 milhão de novos casos por ano com 300 mil mortes anualmente.
Foi aprovado
recentemente pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a indicação
terapêutica do Xtandi (enzalutamida), medicamento para o tratamento do câncer
de próstata não metastático, resistente à castração. O remédio será
comercializado na concentração de 40 miligramas (mg) em cápsulas gelatinosas.
A Anvisa informou que
os estudos realizados pelo fabricante apontam que o Xtandi conseguiu a melhora
na sobrevida do paciente livre de metástases. Os testes realizados indicaram
que o Xtandi reduziu em 70,8 % o risco de agravamento da doença, comparado ao
placebo. O efeito da enzalutamida aumentou a mediana de sobrevida livre de
metástases em 36,6 meses, comparado àquela do grupo placebo, de 14,7 meses, uma
diferença de 21,9 meses.
O produto foi
registrado na Anvisa desde dezembro de 2014, tendo a indicação sido aprovada
como antineoplásico, para o tratamento de câncer de próstata metastático
resistente à castração, em adultos que são assintomáticos ou pouco
sintomáticos, depois de falha na terapia de privação androgênica. Seu uso
também foi aprovado para tratamento de câncer de próstata metastático,
resistente à castração, em homens que já receberam terapia com docetaxel.
No Hemomed Instituto de
Oncologia e Hematologia, são atendidos cerca de 10 mil casos de câncer de todos
os tipos por mês, sendo que a incidência do câncer de próstata alcança 25 a 30%
do total de pacientes.
Bruno Conte explica que
o novo medicamento está sendo aplicado com sucesso nos paciente do Hemomed
com alta resolubilidade e aumento da sobrevida e da qualidade de vida.
Novembro azul jogando contra o câncer
Trata-se de um evento
promovido pelo Hemomed para chamar a atenção da opinião pública para a
prevenção e o combate do câncer de próstata.
Pacientes oncológicos e
seus familiares participarão da ação, que inclui uma palestra do oncologista
Hélio Pincwosky sobre câncer de próstata e novos avanços no tratamento e
apresentação do acústico da banda de rock Wadenstroms , formada por
três médicos oncohematologistas do Hemomed.
Data: 12 de novembro /2018
(segunda-feira) às 15h00
Local: Av.
Arnolfo de Azevedo, 108- Pacaembu
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