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quinta-feira, 8 de novembro de 2018

Inovações no diagnóstico e tratamento do câncer de próstata


O câncer de próstata é a segunda causa de mortes entre os homens no Brasil e no mundo. Novos diagnósticos e tratamentos estão surgindo, mas o mais importante é que os homens vençam as resistências e façam os exames preventivos


Novos e importantes avanços no diagnóstico e tratamento do câncer de próstata foram apresentados na Reunião Anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínicas (ASCO), este ano em Chicado, EUA, reunindo mais de 32 mil profissionais da saúde de todos os continentes.

Segundo o oncologista Bruno Conte, do Hemomed Instituto de Oncologia e Hematologia, maior centro privado ambulatorial no atendimento privado do câncer no país, pesquisadores de instituições de Dublin, na Irlanda, e do Memorial Sloan Kettering Cancer Center, em Nova York, nos EUA, incorporaram à tradicional medição de PSA, o uso de sondas e técnicas de imagem como tomografia computadorizada, ressonância magnética e tomografias ósseas. Foi realizada uma revisão de todos os pacientes encaminhados pela instituição norte-americana, que passaram por exames de PET-CT e PSMA. O PET-CT é a fusão de dois exames conhecidos: o PET-scan (tomografia por emissão de pósitrons) com uma tomografia computadorizada.

Os exames de imagem foram realizados com o uso de uma substância farmacológica semelhante a um contraste, que é absorvida somente por células cancerosas, concentrando-se nos tumores. Dessa forma, é possível rastrear todo o corpo do paciente para identificar a existência de um câncer.


                                                                                                                                                            Foto de divulgação

Os resultados permitiram um monitoramento mais eficaz e um tratamento efetivo, que mudou o tratamento dos pacientes e permitiu sua sobrevida.

No entanto, Bruno Conte explica que tais exames só devem aplicados em pacientes que, nos exames de controle , apresentam taxas elevadas de PSA.

Estima-se que dentro dos 10 primeiros anos desde o tratamento inicial do câncer de próstata, até 40% dos pacientes que realizaram protesctomia radical e 50% dos submetidos à radioterapia irão desenvolver recorrência da doença. Embora o monitoramento dos níveis de PSA, os antígenos específicos da próstata que indicam se há câncer informe sobre as chances de recorrência, ela não diz exatamente onde a doença pode voltar, o que é um verdadeiro dilema médico.

Com a nova técnica diagnóstica- revela Conte- consegue-se detectar a localização de eventuais metástases do câncer de próstata. “Isso porque quando o PSA começa a subir, o médico se pergunta, por exemplo, se a recidiva está localizada na região da próstata, nos ossos, em linfonodos etc. O PET-CT de PSMA consegue discriminar onde está a doença, quando mostra uma alteração em alguma área do corpo, uma biopsia localizada pode comprovar que aquele é o local da recidiva, permitindo ao médico decidir se irradia localmente o tumor”, explica o oncologista do Hemomed.

Diretrizes adotadas pela Sociedade Brasileira de Cancerologia e do American Cancer Society indicam a realização dos exames do toque retal e o exame de PSA para todos os homens a partir dos 50 anos anualmente. E a partir dos 45 anos quando há histórico familiar. Segundo Ricardo Antunes, cirurgião oncológico e presidente da Sociedade Brasileira de Cancerologia,estes simples procedimentos, associados, podem garantir o diagnóstico precoce e afastar dois grandes fantasmas que aterrorizam os homens: a disfunção erétil e a incontinência urinária. 


Avanços no tratamento

A estimativa do Inca- Instituto Nacional do Câncer – é que o Brasil tenha 61 mil novos casos de câncer de próstata por ano. São 13 mil mortes por ano e no mundo são registrados 1,1 milhão de novos casos por ano com 300 mil mortes anualmente.

Foi aprovado recentemente pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a indicação terapêutica do Xtandi (enzalutamida), medicamento para o tratamento do câncer de próstata não metastático, resistente à castração. O remédio será comercializado na concentração de 40 miligramas (mg) em cápsulas gelatinosas.

A Anvisa informou que os estudos realizados pelo fabricante apontam que o Xtandi conseguiu a melhora na sobrevida do paciente livre de metástases. Os testes realizados indicaram que o Xtandi reduziu em 70,8 % o risco de agravamento da doença, comparado ao placebo. O efeito da enzalutamida aumentou a mediana de sobrevida livre de metástases em 36,6 meses, comparado àquela do grupo placebo, de 14,7 meses, uma diferença de 21,9 meses.
O produto foi registrado na Anvisa desde dezembro de 2014, tendo a indicação sido aprovada como antineoplásico, para o tratamento de câncer de próstata metastático resistente à castração, em adultos que são assintomáticos ou pouco sintomáticos, depois de falha na terapia de privação androgênica. Seu uso também foi aprovado para tratamento de câncer de próstata metastático, resistente à castração, em homens que já receberam terapia com docetaxel.

No Hemomed Instituto de Oncologia e Hematologia, são atendidos cerca de 10 mil casos de câncer de todos os tipos por mês, sendo que a incidência do câncer de próstata alcança 25 a 30% do total de pacientes.

Bruno Conte explica que o novo medicamento está sendo aplicado com sucesso nos paciente do Hemomed com alta resolubilidade e aumento da sobrevida e da qualidade de vida.



Novembro azul jogando contra o câncer

Trata-se de um evento promovido pelo Hemomed para chamar a atenção da opinião pública para a prevenção e o combate do câncer de próstata.
Pacientes oncológicos e seus familiares participarão da ação, que inclui uma palestra do oncologista Hélio Pincwosky sobre câncer de próstata e novos avanços no tratamento e apresentação do acústico da  banda de rock Wadenstroms , formada por três médicos oncohematologistas do Hemomed. 



Data: 12 de novembro /2018 (segunda-feira) às 15h00
Local:  Av. Arnolfo de Azevedo, 108- Pacaembu



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